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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Proposta de casamento - parte 3

Eles viveram a primeira lua-de-mel antes mesmo de casarem. Bem... faltou um pouco de mel nessa lua, mas eles realmente não queriam ofender a Deus, contrariando a palavra Dele. Todas as bênçãos caíram sobre eles, desde que entregaram suas vidas a Cristo e não estavam dispostos a arriscar. Depois de casarem, certamente um Reino de Prazeres os esperaria, mas poderiam perder tudo se não controlassem suas ansiedades.

No primeiro sábado do mês de setembro, ele foi à igreja de manhã, dormiu à tarde e viu a noite chegar na beira da praia. Via um casal namorar, lembrava dela e pensava: "Amanhã ela estará aqui"; já ela, pela primeira vez, dormiu até a uma da tarde e perdeu o culto religioso. A vida é mesmo engraçada. Ele começara a ir à igreja influenciado por ela. Agora ele vai sozinho, mesmo que ela fique dormindo.
Pensando bem... dormir até às 13h foi providência divina, pois, depois, ficaram arrumando as malas até a uma da madrugada. Ambos no telefone. Ele ajudando a lembrar do que ela não poderia esquecer e ela guardando as coisas na mala.
Dormiram pouco naquela noite. Apesar de terem desligado os telefones à 1h da manhã, ele ficou mais meia hora se despedindo de algumas pessoas no MSN e ela foi consertar a besteira que o cabeleireiro fez no cabelo dela na tentativa de uma escova progressiva. Às 2h da madrugada, mesmo com o frio que fazia naquela cidade, ela mergulhou dentro do chuveiro e refez a escova. Não podia chegar feia para vê-lo. Como se isso fosse possível...
Ele também se preparou para recebê-la: cortou cabelo, unhas e antes de ir buscá-la no aeroporto foi ao barbeiro fazer a barba com um profissional.
Ela dormiu pouquíssimo, pois deveria estar no aeroporto internacional Franco Montoro às 8h40min. Seria seu primeiro vôo e ela estava com medo. Queria tanto que ele estivesse junto no primeiro vôo. Para segurar na mão dele e sentir que nada de ruim poderia lhe acontecer. Mas ele não estava. A esperava, sim, no destino final.
Ele dormiu mais do que ela, porém menos do que gostaria. A ansiedade não permitiu e acordou uma hora antes do que havia planejado. Rolou um pouco na cama, porém, vendo que não dormiria novamente, levantou-se e foi cuidar da vida. Chegou ao aeroporto com uma hora de antecedência, pois a gerente da pousada onde mora disse para ele ir cedo, já que era domingo e os ônibus demoram mais e ele teria que tomar dois ônibus. Mas o encontro deles estava tão abençoado que o primeiro ônibus não demorou nadinha. O segundo demorou um pouco. Mas ele esperou no terminal urbano do Papicu lendo a Bíblia. A parada em que desceu ficava bem em frente ao aeroporto. Perfeito!

Casal vassoura. Credo! Quanta magreza!
Esperou quase duas horas. Ansiedade controlada. De repente, ei-la que surge portão de desembarque afora. Estava linda! Óculos escuros, vestido preto e um cinto que parecia uma corrente. O primeiro beijo não foi logo no primeiro instante. Vocês estão pensando o quê? Que ela é fácil?! Foi no segundo. Sentiram o coração disparar e o chão abrir debaixo deles. Mas eles não caíram. Não; eles flutuavam.
Alugaram um carro. Incrível! Após ler todas as histórias de barbeiragens dele, ela ainda confiava nele para dirigir. Por isso, ele queria casar com ela. Ela o fazia sentir-se forte, confiante. Ele pegou na direção e, para variar, se perdeu. Fazia apenas 15 dias que estava na nova cidade e não conhecia nada. Ela o compreendeu. Disse: "Eu estou aqui a passeio. Não tenho pressa. Por onde você me levar, está bom". Deu muitas voltas, passou três vezes em frente ao estádio de futebol da cidade até que finalmente achou a praia.

Espigão da Ideal
Ele viu um boteco muito chique, em frente ao Espigão da Ideal, O BOTECO DA PRAIA, que, desde que ele chegara à nova cidade, tinha vontade de ir, mas achava que um boteco daquele nível merecia uma acompanhante de nível também. Quem melhor do que ela? Sempre que passava em frente àquele boteco, pensava em levá-la. Tomaram alguns sucos: cajá, acerola, graviola e comeram duas tilápias enroladas no tomate. Inesquecível! Uma delícia!
Finalmente chegara o dia! Estacionaram o carro e ela telefonou para a mãe. Depois foram ao Espigão da Ideal, sentaram-se nas pedras no final da ponte, admiraram o pôr-do-sol e fizeram uma oração em agradecimento à chegada dela e ao encontro deles. Foi a primeira vez que oraram abraçadinhos.
Depois, voltaram para a pousada. Descarregaram a mala dela e, enquanto ela tomava banho - gelado, algo que ele ainda não contara para não desanimá-la - ele foi arranjar um transformador para que ela pudesse secar o cabelo e colocá-lo na chapa (alisar). Ele até pensou que não fosse dar tempo de preparar a surpresa que ele tinha em mente, mas... ela demora muito no banho. Deu tempo. Pegou o CD do Bruno & Marrone, selecionou a faixa 3 e, quando ela saiu do banheiro, cantou para ela.

 

Até dançaram. Quer dizer, deram dois passos para lá, dois para cá. Dentro do quarto para passar o mínimo de vergonha possível. Mas foi a primeira dança deles juntos.
Enfim ela respondeu: SIIIIIMMMMM!!!!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Tristeza louca

Hoje eu estou triste. Estou triste porque o Santos é só o segundo melhor time do mundo. Estou ainda mais triste porque mais uma vez o meu pé esteve mais frio do que o de um defunto. Mesmo morando em Fortaleza! E estou mais triste ainda pela minha ingenuidade: eu sabia que o Barcelona era muito melhor. Mas em 2009, depois de tudo, eu ainda tive a cara de pau de torcer para o Rubinho Barrichello! A vida é assim mesmo... quebramos a cara até aprender. Quando aprendemos, não quebramos mais. Enquanto não aprendermos, continuamos quebrando.
Muitos leitores perguntam-me por que parei de escrever sobre futebol. É que, devido ao profundo respeito que tenho por todos vocês, entendi que não posso escrever o óbvio. O óbvio vocês lêem na Folha, no Estado, no Globo, Correio Brasiliense, etc. Este blog precisa ver, perceber e contar coisas diferentes. Por exemplo, o que podemos aqui falar (escrever) sobre o time do Barcelona que já não tenha sido dito ou escrito nos programas de televisão ou nos jornais de circulação diária? Entretanto, podemos registrar a frase de um senhor aqui da pousada, cujo nome ainda não tive a delicadeza de perguntar, mas que é pai de dois filhos: Ian (6 anos) e Ivna (3 anos). Disse o senhor que esse time (Barcelona) joga futebol de salão no campo. Realmente interessante a observação. Quem conhece as técnicas e as diferenças de ambos os terrenos, dará razão a ele.
Já que me lembrei do nome das crianças, também aproveitarei para contar mais dois casos de como a situação da minha loucura está se agravando. Semana passada, o garoto – filho do cara – me viu e exclamou: “RA-FA-EL!!!” Não sei porque essas crianças foram com a minha cara. Sempre que me vêem, é a mesma exclamação. Então denunciei a minha idade:

- Qual é o seu nome mesmo?
- Ian.
- Ah, o dela é Ivna, né?
- É.
- Desculpa, mas o dela é mais fácil porque é mais difícil.


Na hora, eu percebi a besteira que eu disse e quis tentar consertar. Mas, como diz o ditado: quando fizer merda em local inadequado, vire as costas e vá embora, pois quanto mais você mexer, mais vai feder.

Disse eu:


- Quer dizer, é mais fácil decorar, porque é um nome mais difícil, mais incomum.

A mãe das crianças deve ter pensado: esse cara é louco! Mas porque a mãe estava lá, não pude usar o argumento que me livraria. Em cursos de memorização, a dica é tornar as coisas que você quer memorizar absurdas. Por exemplo, nunca me esqueci de uma fórmula química que eu nem sei mais para que serve, mas da fórmula eu lembro, porque o professor formou uma frase absurda com ela impossível de esquecer: P.V = n.R.T, ou seja, pressão multiplicada pelo volume é igual ao número de mols multiplicado por uma constante invariável multiplicada pela temperatura. Por que nunca esqueci? O professor disse “Passaram a Vara no Rabo do Thiago”. Porém, eu não podia dizer que o nome da garotinha era absurdo na frente da mãe dela.

E nessa semana, eu não consegui marcar o encontro de uma amiga com a minha noiva para entrega do convite de casamento. A digníssima teve uma grande idéia: peça o endereço que eu mando pelo correio.

Beleza, no outro dia ela pergunta: “E o endereço?”. E eu: “Ela ainda não me mandou nenhum e-mail para eu responder perguntando”. Responder perguntando? Estou começando a ficar preocupado com o meu quadro mental... acho que a minha noiva deveria incluir nos exames pré-nupciais um laudo de sanidade mental.


sábado, 10 de dezembro de 2011

Assassinado por um clipe

Trabalhar no Banco do Brasil enlouquece qualquer um.
Na minha mesa há dois copos de plástico: um com clipes e outro com água. O copo da água nem sempre está cheio, é claro.
Quantas vezes um gerente troca o nome de um cliente, um caixa faz um depósito quando na verdade era para sacar, alguém sai pro almoço sem bater o ponto, etc.
Anos depois dos bancos privados terem digitalizado os cartões de autógrafos para que seus clientes possam reconhecer firma em qualquer agência do banco no Brasil, finalmente o bicentenário Banco do Brasil passou a fazer o mesmo. Atualmente, na minha agência, eu sou o (ir)responsável por isso.
Sou obrigado a fazer numa máquina diferente da que eu trabalho normalmente o referido serviço. Afinal, deve ser muito difícil colocar o scanner em rede.
Vinha eu caminhando do lugar
onde faço as digitalizações para o meu posto de trabalho habitual, quando jogo o clipe, sem perceber, é claro, dentro do copo com água.
Enquanto for isso, tudo bem. O problema será quando eu beber o copo todo de clipes. Já estou até ouvindo as conversas no meu velório:

- Morreu de quê?
- Engasgou com clipes.
- Nossa! Que horror! Parecia gostar tanto da vida... deixou carta, alguma coisa?
- Não, ele não quis se matar. Foi um acidente.

O interlocutor não se agüenta. Começa a rir.

- Desculpa. Mas... como "acidente"?
- Ele confundiu o copo de clipes com o copo de água.

O interlocutor cai no chão de tanto rir.

- Desculpa, mil desculpas, sei que não é o momento pra isso, mas... é hilário! Não acredito que isso aconteceu! Preciso de uma prova. Se eu contar, dirão que a minha imaginação é muito fértil. Como pode confundir? Os dois objetos são totalmente diferentes: um é sólido, o outro é líquido; um é metálico; o outro é incolor; é INCONFUNDÍVEL!
- Cara, se você contar para quem não o conhecia, realmente... duvidarão. Mas se você contar para quem o conhecia, a melhor e única explicação que se pode dar é: "Cara, era o Greghi. Ele era assim... morreu como viveu".

Como diria o meu irmão: "Só dá cabaçada!"

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Pé frio

Meus queridos leitores, é com muita vergonha e tristeza que venho confessar algo a vocês. Vergonha por ter escondido o meu passado durante tanto tempo, principalmente dos caríssimos colegas do CSL SÃO PAULO. Meu colegas e amigos da época da faculdade é claro que já sabem, mas a eles eu reservo a tristeza de mais um exemplo da triste constatação: EU JÁ FUI CORINTHIANO E EU SOU PÉ FRIO.
É verdade, colegas do CSL SÃO PAULO, eu já fui corinthiano, daquele tipo normal, ou seja, chato, fanático... meus amigos e colegas da turma de formandos de 2005 da Universidade São Judas Tadeu, curso de Comunicação Social-Jornalismo não me deixam mentir. Naquele ano, quando o Corinthians foi tetra, a semente do Jovem Dragão foi plantada. Eu semanalmente escrevia sobre a rodada do Brasileirão para zoar os que eram contra. Vejam o primeiro texto do blog e saibam como surgiu a idéia (http://jovem-dragao.blogspot.com/2010/08/alo-leitores-do-brasil-do-mundo-da.html). Quando o Corinthians foi campeão, naquele ano, lembro que peguei o rádio do quarto, abri a janela da sala e botei o hino do Corinthians no mais alto volume para tocar. A intenção, claro, era provocar o porteiro do prédio, palmeirense.
Apesar de hoje não ser mais adepto da Teoria da Evolução, acho que a cabeça é redonda para as idéias circularem e, enquanto estamos nesse mundo, podemos e devemos evoluir. Tudo o que está escrito no texto A PAIXÃO É UMA DROGA (http://jovem-dragao.blogspot.com/2011/05/paixao-e-uma-droga.html) deste mesmo Jovem Dragão vale tanto para pessoas quanto para times quanto para religiões, posicionamento político e por aí vai.
Eu precisava me desintoxicar desta droga chamada Corinthians. Ele me fazia sofrer. Eu ficava chateado e magoado com o meu próprio irmão por causa disso! Não valia a pena estragar um relacionamento por causa de um time.
Uma vez, no primeiro ano do ensino médio, eu denunciei dois são-paulinos de terem rasgado ou furtado – já nem lembro mais – uma camisa do Corinthians sem ter absoluta certeza. Baseado unicamente no meu instinto dedutivo. Na época, eu estava lendo muitos livros do Sherlock Holmes e acho que quis trazer a ficção à realidade. Enfim, perdi uma amizade. O outro cara me perdoou e até hoje tenho uma dívida de gratidão para com ele.
Fui deixando de ser corinthiano aos poucos... talvez ainda não tenha deixado totalmente de ser, mas o corinthiano que ler isso, dirá “Blasfêmia! Nenhum corinthiano, ainda que seja um pouquinho só diria essas barbaridades!” Todo corinthiano tem uma “quedinha” pela Macaquinha de Campinas, devido à quebra do tabu em 1977. Comigo não era diferente e, enquanto a Ponte esteve na primeira divisão, sempre torcia também para ela.
Nessa tentativa de me desapaixonar do Timão, escolhi o São Caetano para torcer por causa dos grandes feitos do início do século. O São Caetano veio resgatado da Terceira Divisão num Campeonato Brasileiro fajuto chamado Copa João Haveange com a única desculpa de resgatar o praticamente falido Fluminense que até hoje é o único clube a conseguir a proeza de ser bi-rebaixado (duas vezes rebaixado na mesma divisão) e tri, se considerar que ainda por cima caiu para a Terceira Divisão. Maus tempos do Fluzão. Ele estava na lama!
Resgatado na base do “tapetão”, a justiça divina é infalível e o Tricolor das Laranjeiras mostrou que não tinha um time de primeira. Caiu frente ao poderoso São Caetano de Adhemar.
Talvez o Fluminense fosse muito ruim mesmo, mas não. O Azulão é que era bom: passou depois por Palmeiras, Grêmio e teria sido campeão em cima do Vasco da Gama, não fosse o mafioso Eurico Miranda inventar de querer fazer um jogo desse nível em São Januário e não no Maracanã. É óbvio que o estádio ficou superlotado. A grade de proteção cedeu e muitos torcedores ficaram feridos. Daí, ao invés do árbitro encerrar o jogo e dar o título ao São Caetano (que naquele momento tinha o resultado a seu favor), teve que ceder à nefasta influência de Eurico Miranda, que decidiu marcar um terceiro jogo – que não tinha previsão no regulamento – e auxiliar seu time que não teve competência para vencer o Azulão durante o tempo honesto. Ora, em vez de serem punidos, foram beneficiados com o terceiro jogo e levaram a taça João Havelange. Uma indecência!
Depois disso, em 2001, mais uma vez o Azulão chegou à final do Campeonato Brasileiro, perdendo para o Atlético-PR. E em 2002, o auge: chegou onde jamais o Corinthians chegou: à final da Libertadores. E perdeu de novo! Oh, meu Deus! Para o Olímpia, do Paraguai. Foi nessa época que comecei a desconfiar do meu pé frio.
Em 2004, finalmente o Azulão deixou a fama de vice e ganhou o Campeonato Paulista – um título de menor expressão.
Quatro anos após a derrota do São Caetano na final da Libertadores da América, a primeira peça do quebra-cabeça encaixou-se.
Eu torcia muito pelo Michael Schumacher, pois, como eu era novo demais quando o Senna morreu, o alemão foi o melhor piloto que eu já vi dentro de um carro de Fórmula 1. Admiro-o pois ele nunca se cansou de vencer. Ele gostava, se divertia, era um exemplo de como devemos proceder no trabalho.
Em 2006 seria o último ano dele na Fórmula-1. Eu queria que ele fechasse com chave de ouro. Seria octacampeão. E eu também não queria que o espanhol Fernando Alonso quebrasse o recorde do rei dos recordes (Schumacher) de ser o mais jovem bicampeão mundial de Fórmula-1.
Até comprei ingresso para “me despedir do Schumacher”, como eu disse à minha mãe à época. Acompanhei cada prova da temporada daquele ano. Alonso começou muito melhor, abriu uma grande vantagem, mas da metade da temporada para o final, Schumacher foi buscar, ponto atrás de ponto, vitória atrás de vitória.
Eu fiquei acordado até às 2h da manhã para assistir ao Grande Prêmio do Japão. Até às 4h da manhã, hora que terminou. Fernando Alonso e Michael Schumacher chegaram ao penúltimo Grande Prêmio da temporada com o mesmo número de pontos. A minha torcida era para que o alemão chegasse em primeiro e o espanhol em segundo. Seria emocionante no Brasil! Pelo menos, o alemão chegaria em vantagem. Seria a primeira vez no campeonato inteiro que ele passaria à frente do espanhol. Seria uma virada espetacular, bem no final do campeonato, bem ao estilo Schumacher! Hoje sei que ele teria conseguido se eu não torcesse por ele.
Fazia 6 anos que o motor Ferrari não estourava. Desde o Grande Prêmio da França, no ano 2000. Justo naquela madrugada brasileira, tarde japonesa, quando o alemão liderava a corrida e o espanhol vinha em segundo, exatamente como tinha que ser, a droga do motor Ferrari foi pro saco. Vejo o carro vermelho “fumando” e o alemão parando. Era o fim da linha. Acabara o sonho do octa. Matematicamente, ainda era possível, mas... só um milagre! O milagre não aconteceu e Fernando Alonso terminou na frente de Michael Schumacher no Grande Prêmio do Brasil, sagrando-se o mais jovem bicampeão da história – título esse que outro alemão, Sebastian Vettel, tratou de destruir neste ano.
Está legal... pelo menos, vi Felipe Massa ser pole position e ganhar a corrida naquele ano. Fazia 13 anos que um brasileiro não ganhava o GP Brasil de F-1.
Em 2007, o meu pé estava mais frio do que nunca! Sem Schumacher, eu precisava achar outro piloto para torcer. Achei o ousado, arrojado e rápido Lewis Hamilton. Ele estava bem, liderando o campeonato com sangue frio, mas o sangue frio dele não foi mais frio do que o MEU pé e ele cometeu dois clamorosos erros nas duas últimas provas da temporada, fazendo com que o título caísse no colo do finlandês Kimi Raikkonen.
Como se isso não bastasse, eu torcia para três dos quatro times que caíram para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro naquele ano: Corinthians, Ponte Preta e São Caetano. Como enquanto eu estive vivendo em São Paulo, torci para o São Caetano somente, o Corinthians voltou a ser campeão neste ano e a Ponte Preta voltou para a primeira divisão. Já o São Caetano... brigou para não cair para a terceira.
Em 2008, decidi não torcer pelo Hamilton. Aquele piloto não era digno de confiança. Pipoqueiro. Onde já se viu fazer o que ele fez ano passado? Vou torcer pro Massa que é brasileiro. E ele foi bem. Chegou a ser campeão mundial por 30 segundos. Fez o que tinha que fazer: ganhou a corrida. A torcida toda secou o Hamilton e aconteceu o que tinha que acontecer: ele estava em sexto. Por mais improvável que parecesse, Felipe Massa seria campeão. Mas eu estava lá. Novamente eu fui ao autódromo José Carlos Pace e vi quando o pneu do Timo Glock não aguentou e Hamilton ultrapassou-o na última volta, bem na minha frente. Foi horrível! Uma sensação de coito interrompido, sabem? O Massa tinha vencido a corrida, a taça na mão e, de repente... tudo vai por água abaixo. Literalmente. Para completar a tarde frustrante daquele domingo, caiu um baita de um pé d'água e cheguei em casa encharcado!
Nem vou falar de 2009, quando o idiota, ingênuo aqui quis torcer pro Rubinho Barrichello. Vê se pode. Pô, o cara tinha carro, pelo menos. E não tinha um Schumacher fazendo sombra nele. Ele podia ter vencido mais. Mas é o Barrichello, né? Foi muita ingenuidade minha. De qualquer forma, é mais uma para o meu currículo. Daí, junta o meu pé frio com o do Barrichello e pronto: acabamos com a carreira do Massa, que nunca mais foi o mesmo desde que levou aquela “peçada” do Barrichello.
Para finalizar a história, nesse ano vim morar em Fortaleza e, ainda em São Paulo, decidi: vou torcer pro Ceará, porque eu não gosto de tricolor. A verdade é que eu odeio o tricolor paulista. Não todos os tricolores, mas... é um critério de escolha.
Chegando aqui, nem precisei de muito tempo para secar o Vozão. Estou morando apenas há quatro meses aqui e o que aconteceu? O Ceará acaba de cair para a série B do Campeonato Brasileiro. E o pior é que eu fico sinceramente triste por isso. Pois também é de coração que eu torço. Eu queria tanto torcer para o São Paulo Futebol Clube. Ah! Como eu queria! Mas só dá certo quando é sinceramente.
E o ridículo Palmeiras, que no Campeonato Brasileiro de 2009, não só perdeu, como nem a classificação para a Libertadores da América conseguiu? Confesso que torci pra ele. Mas era só para o São Paulo não ser tetra. Chegou uma hora que até falei: “vamos, Palmeiras! Já que você não colabora, terei que torcer pro Flamengo. Alguém tem que tirar esse título do São Paulo”. Pelo menos, isso deu certo. Mas acabei ferrando o Palmeiras de verde e amarelo. Quero dizer, de verde e branco.
E agora, em 2011, apesar de todo o esforço que o Corinthians fez para perder o campeonato, não conseguiu. Simplesmente porque eu não torço mais pra ele. Se ele for campeão da Libertadores no ano que vem, nem sei o que farei. Não digo que me matarei, mas sei lá... que eu merecia, merecia.
Quem será a minha próxima vítima?

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A palavra que alimenta

A sogra os estava testando. É certo que ela se lembrava do filho dizendo que sua futura esposa (antes de ele saber que assim seria) era muito fanática, pois “até o sábado ela guardava”. Mas também lembrava-se de ter recebido uma carta do filho comunicando sobre a conversão dele, onde dizia estar guardando os sábados.
Aquela mulher gostava de uma contenda, uma boa discussão para animar e provocava convidando-os para atividades seculares no sábado. A desculpa do casal era quase sempre a mesma: amanhã vamos à igreja. Mas a mulher provocadora, incansável, dizia: “Podemos ir à tarde”. O casal não queria brigar e, enquanto estiveram fisicamente juntos, foi fácil driblar os avanços da senhora com jogos de cintura.
Um dia, ele teve que partir, mas sua mãe continuou convidando a moça para resolver assuntos pessoais no sábado. Eis que a moça falou para ele:

- Eu terei que falar para a sua mãe que adventista não faz atividades seculares no sábado.

Ele percebeu que era hora de mostrar que era homem. Não podia deixar sua futura esposa e sua mãe brigarem ou, mesmo que não brigassem, deixar sua mãe com má impressão da mulher que ele escolhera.

- Não, amor, deixa comigo. Eu falo com ela.

Interessante que isso aconteceu bem na noite do sábado em que ele estava em dúvida se deveria procurar apartamento naquele dia, pois perguntava-se: “poxa... Deus sabe que eu preciso disso. Estou aqui nas imediações de onde quero morar. Será que Ele ficaria chateado?” E foi perguntar a um missionário da igreja. O missionário explicou que naquele momento deveria estar numa entrevista de emprego. Deus sabe também o quanto ele quer mudar de emprego. Mas ele (missionário) sabe que Deus tem coisa melhor para ele, se ele conseguir resistir. A própria selecionadora disse que várias pessoas disseram que não poderiam comparecer no sábado e que, se não houvesse candidatos suficientes, convocaria os candidatos novamente na segunda-feira.

- Irmão, sábado é dia de descanso e louvor a Deus. Ore para que Ele te oriente na sua busca durante a semana.

Sabe, pessoal, eu poderia prolongar o texto dando testemunhos de milagres que aconteceram nas vidas de várias pessoas que decidiram renunciar a esse tipo de atividade que atende apenas aos interesses pessoais de cada um e, no entanto, presenciaram mudanças inexplicáveis e emocionantes em dias de provas, notas nos boletins na faculdade, seleção para empregos, etc. Um bom exemplo é o do último ENEM: aos alunos adventistas foi permitido que ficassem confinados durante o sábado todo e a prova, para eles, começou após o pôr-do-sol.
Mas, para não fugir do assunto, continuemos o relato. Ele telefonou para a mãe e ela “jogou o verde”:

- Nossa, filho, sempre que eu chamo a tua noiva para fazer alguma coisa, algum preparativo no sábado, ela dá alguma desculpa. Deve ser por causa da religião dela, né?

Ele poderia dizer simplesmente “é” e denegrir a imagem da amada junto à sua mãe. Mas isso não seria humano, não seria ético. Se vão casar, ele deve defendê-la. E achou o jeito certo de fazer isso:

- Não, mãe, não é por causa da religião que ela evita sair contigo aos sábados. É por causa de um compromisso que NÓS assumimos com Deus.
- Como assim?
- Você acha que Deus escreveu à toa os 10 mandamentos, mãe? Toda a Bíblia foi escrita por profetas, apóstolos e discípulos inspirados por Ele. Mas os 10 mandamentos foram escritos pelo próprio dedo de Deus no Monte Sinai. Todo ser humano tem escrito no seu código genético que matar e roubar é errado. Mesmo que nunca tenhamos sido ensinados sobre isso, sentimos isso...
- E daí, o que isso tem a ver com o sábado? Os tempos mudam, as pessoas evoluem, ninguém mais guarda o sábado! 
- Posso continuar? Por mais que as coisas estejam “avançadas”, acho que principalmente você concorda que adulterar é errado.
- Sim, claro que é. 
- No fundo, no fundo, todo mundo sabe disso. As pessoas sentem isso. Mas inventam belas e boas desculpas para adulterarem. Em vez de tentar consertar o casamento, partem para o adultério. Dizem que seu casamento não tem conserto. Mas Jesus era carpinteiro. Pode crer que Ele dá um jeito em tudo.
- Mas você ainda não me convenceu quanto a atualidade de guardar o sábado. 
- Mãe, quem vai te convencer é o Espírito Santo. Não eu. O que eu lhe digo é o que Isaías disse: “seca-se a erva e cai a sua flor, mas a palavra do nosso Deus permanece eternamente”. 
- O que isso quer dizer? 
- Mãe, a palavra de Deus não muda e, se Ele fez questão de escrever os 10 mandamentos com Suas próprias mãos, é porque alguma importância tem. Veja o que Jesus disse em Mateus 5:18 “Até que o céu e a terra passem, nem um “i” ou um “til” jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra”. Que lei é essa que Ele fala? A Lei de Deus! Os 10 mandamentos, é claro. O que tudo isso tem a ver com o sábado? Tudo. Os 10 mandamentos estão lá em Êxodo 20 e eu não vou repeti-los agora, mas o quarto mandamento é o do sábado e Jesus diz em João 14:15 que “se me amais, guardareis os meus mandamentos”. 
- Mas a maioria dos cristãos não guarda o sábado. 
- Jesus também disse, em Mateus, capítulo 7, desde o versículo 21 até o 23: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade". 
- Então eu vou pro inferno?

A mãe do rapaz é muito inteligente. Às vezes, somente às vezes, ela se acha dona da verdade, mas é uma senhora humilde que reconhece que não sabe tudo e principalmente utiliza também o método socrático para pegá-lo no pulo do gato.

- Quem sou eu, mãe, para dizer que você vai para o inferno? Eu espero sinceramente que não. Nem eu mesmo sei aonde vou. Eu só lhe digo o que sei: o julgamento já está acontecendo e você ainda tem tempo de escrever seu nome no Livro da Vida.
- Como?
- "Como" eu só digo na semana que vem.

Então ficamos combinados, hein! Semana que vem, neste mesmo horário e neste mesmo blog.

domingo, 20 de novembro de 2011

Correção do erro

Essa semana uma pessoa me chamou atenção para a hipocrisia de guardar o sábado. Não que guardar o sábado seja hipocrisia, claro que não! Mas a forma como EU guardava era hipócrita. Se eu considero que guardar o sábado é uma prova de amor e gratidão a Deus por tudo o que Ele fez e faz por mim, é preciso fazer da maneira correta. Pois Ele, em seu mandamento, diz que não apenas eu não devo trabalhar, mas nem o meu filho, nem a minha filha, nem o meu servo nem a minha serva nem estrangeiro algum da minha porta para dentro. Ou seja, a pessoa que me chamou atenção – e que, só para vossa informação, não é da igreja – disse que é fácil guardar o sábado quando você é servido por outras pessoas. Por exemplo, eu tomo ônibus para ir à igreja. O motorista e o cobrador estão trabalhando. As pessoas que preparam o meu café-da-manhã na pousada estão trabalhando... Fico feliz por perceber que, da mesma forma que Deus me usou há duas semanas, para corrigir o caminho de uma garota no ônibus; desta vez, Ele usou uma pessoa de fora da igreja para corrigir o meu caminho. Isso é maravilhoso, pois mostra que Deus ama a todos os seus filhos sem fazer distinção de pessoas. Ele ama os que O amam, mas também os que não O amam. Quem vai à igreja e quem não vai. Quem torce pro Corinthians e quem torce pro São Paulo.
Muitas vezes erramos sem consciência, seja porque não sabemos que estamos errando ou porque não percebemos. Uma vez, porém, constatado o erro, é nosso dever corrigi-lo, quando possível. Eu pensei: poxa... essa pessoa tem razão. E, analisando a Palavra de Deus, descobrimos que a pessoa tem razão baseada na Palavra, mesmo que não A conheça.
O sábado é também uma prova de plena confiança em Deus. É a certeza de que Ele nos socorrerá em todos os momentos e em qualquer situação. Quando o Seu povo encarou o deserto por 40 anos, Deus provia alimento a eles todos os dias. Na sexta-feira, porém, Ele mandava provisões para a sexta e para o sábado. Lembrei disso e decidi: corrigirei o meu erro. Na quinta-feira, comprei Chocotonne, iogurte e CLUB SOCIAL no mercado. Sábado, tomei meu desjejum no quarto: iogurte com Chocotonne, proibi as moças da pousada de arrumarem o meu quarto e fui à igreja a pé.
Foi uma caminhada e tanto! Cheguei suado feito um porco. Não sei se porco sua, mas soube que Deus não se importa com isso. Muitos me perguntarão: e Ele não se importa com o fato de você chegar cansado? Pois é... foi uma hora de caminhada debaixo do escaldante sol de Fortaleza. Mas eu digo a vocês que Ele respeita a minha escolha e, por isso, não “Se importa”. Os filhos Dele não são dignos de dó. Há uma igreja mais próxima de onde eu moro e onde eu poderia ir a pé com menos esforço, se eu quisesse. Mas eu escolhi essa que é mais distante. Foi MINHA escolha. Deus respeita isso.
O CLUB SOCIAL seria o meu almoço, pois outro erro que tenho cometido todo santo sábado é almoçar em restaurante. Porém, neste sábado, 19/11/2011, a minha igreja – Aldeota – comemorou 28 anos (sim, a minha idade!) e houve um almoço em comemoração. Comi bem, teve sobremesa e tudo! Ou seja, Deus fez comigo o mesmo que Ele fazia com o Seu povo há quase 6.000 anos. Ele proveu alimento para mim. Acho que faço parte do povo Dele. Que alegria!
No final, ainda ganhei carona do pastor para voltar para casa. Foi tão bom! Tão gratificante que tive certeza que Deus ficou feliz com a minha atitude!
Mas somos seres humanos! Tão fracos! Já estou pensando se terei coragem de fazer isso novamente na semana que vem.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Frases da semana

Estava eu aqui na pousada neste abençoado último feriado prolongado do ano lendo a revista VEJA de 14 de setembro de 2011, quando cheguei à parte em que eles listam algumas frases da semana. Achei muitas boas frases e decidi comentá-las.
Começando pela da primeira dama francesa Carla Bruni: “Não se tem um filho para exibi-lo”. Merece os meus parabéns, pois está coberta de razão e foi bastante louvável a blindagem contra a mídia promovida pelo casal Sarkozy. O “velho Greghi” continua vivo, transformando-se diariamente e deve dizer que, se não se tem filho para exibi-lo, também não sabe a razão por que se tem um filho. Nem quer saber.
Agora é a vez dos dizeres de uma faixa no protesto do dia 7 de setembro contra a corrupção: “Kadafi, não importa o seu passado. No Brasil, você pode ser deputado”. Amei essa frase e talvez o melhor exemplo para ilustrar essa verdade é o Paulo Maluf. Procurado pela Interpol, se sair do Brasil, vai preso. Aqui, faz leis. Seria cômico, não fosse trágico.
Agora vou mencionar duas frases seguidas e comentar ambas de uma só vez, já que ambas tem a ver com o mesmo assunto: futebol.
Messi disse que “Maradona (foi o melhor da história), sem dúvida. Não vi o Pelé jogar, mas não me fez falta”.
Fabio Capello, técnico da seleção inglesa, disse, referindo-se ao atacante Andy Carroll, do Liverpool: “Se ele quer ser um bom jogador e um bom esportista, terá de beber menos”.
Há pouco tempo, bem pouco, cheguei a dizer que o Messi era o único argentino legal que eu conhecia e podia admirar. Estou dizendo argentinO, pois tenho uma leitora argentinA que é gente boníssima e que ama o Brasil. Messi decepcionou-me com essa declaração. Se ele não viu Pelé jogar, como pode dizer que Maradona era melhor? Eu, por exemplo, não vi nenhum dos dois e não posso opinar, mas digo que, sim, sinto por não ter podido vê-los. Para mim, os melhores jogadores da história – pelo menos, da minha história – foram Romário e Ronaldo. Porém, fico com Ronaldo pela pessoa que é fora de campo: humilde, boa praça, tem o coração do tamanho da barriga e, ao contrário até do Pelé, não se recusou a reconhecer a paternidade de um filho quando descobriu. Quem não se lembra da filha bastarda do Pelé que morreu sem abraçar o pai, mesmo tendo feito o pedido na cama do hospital?
Mas ninguém é perfeito e Ronaldo também bebe e fuma. Não sei desde quando, mas sei que na brilhante temporada de 2009, ele alimentava esses vícios. Por isso, o técnico Fabio Capello tem razão quando alerta o jogador do Liverpool. Ele apenas nos lembra de um ensinamento bíblico: “não sabeis que o seu corpo é templo do Espírito Santo? E se destruirdes o templo, Deus também o destruirá”. Quanto mais íntegro for o atleta, melhor será o seu rendimento.
Continuando nos esportes, Usain Bolt, o homem mais rápido do mundo declarou com humildade que ainda não é uma lenda, mas “essa prova me ajudou a chegar perto”. Bolt ensina-nos que é, sim, possível ter uma boa auto-estima e ser humilde ao mesmo tempo. Ele busca ser uma lenda, ele busca a perfeição e isso não é falta de humildade. A perfeição deveria ser o objetivo de todos nós, por mais que saibamos ser impossível chegar lá. Porém, como diz a parábola, se mirarmos na lua, chegaremos ao céu; mas se mirarmos no céu, chegaremos só até as nuvens. Bolt sabe que está perto, mas ainda não é.
Pelé só foi Pelé porque nunca se achou melhor. Enquanto jogava, buscou a perfeição. Treinava diariamente, esforçava-se e diz o Milton Neves aquela que na minha opinião é a melhor descrição de Pelé: “a pessoa melhor preparada por Deus para o desempenho de uma atividade específica”. Quando o Ronaldo estava surgindo para o futebol, pediram ao Pelé que desse um conselho para o menino. Pelé lembrou-se de um conselho paterno e que eu trago até hoje comigo como o maior e melhor conselho de humildade que já ouvi: “Nunca diga que você é o melhor. Deixe os outros dizerem”. Romário poderia ter feito muito mais de 1000 gols, caso não se achasse bom. Caso treinasse com seriedade todos os dias. O que faltou a Romário não foi talento; foi humildade.
Acerca do conselho do rei do futebol, tenho um primo que é humilde, mas se reveste de uma carapuça de vaidade para zoar e ser zoado. Ele diz uma frase bem irônica e engraçada: “Deixa que eu me elogie, pois eu sei até onde eu posso aguentar”.
Vamos tratar de temas mais pesados? Sim, mais pesados que o Ronaldo. Economia, por exemplo. A diretora do FMI, Christine Lagarde disse que “se os diferentes bancos centrais, governos e organizações internacionais trabalharem em cooperação, poderemos evitar uma recessão”. As declarações são sempre mais mansas do que a realidade para não assombrar a população. Tratam-nos como se fôssemos crianças. Não seria melhor dizerem a verdade e nos deixarem preparados para o caos que virá do que ficar mentindo, dizendo que é “só uma marolinha” e sermos pegos de surpresa pelo tsunami. Não se deixem enganar. A situação na Europa é gravíssima!
Não prevemos uma recessão na Europa”. José Manuel Durão Barroso, presidente da Comissão Européia. Diz que não prevê, pois previsões só são feitas do futuro, de coisas que ainda não aconteceram. A recessão na Europa já é uma realidade e faz parte do presente de muitos países.
Por fim, ao contrário do Jornal Nacional, que sempre termina com notícias alegres para lhe deixar no “clima” da novela, terminarei com assuntos pesados: política dessa vez. Disse a deputada Jandira Feghali que “a imprensa usa o termo 'faxina' só porque Dilma é mulher. Se fosse homem, seria 'combate “a corrupção'”! Totalmente desnecessário e infeliz o comentário da deputada. É esse tipo de declaração que estimula o preconceito e a discriminação. Ou será que a deputada não estudou em história que o símbolo da campanha presidencial do Jânio Quadros foi a vassoura? Nossa! Não quero nem pensar no que diriam as feministas se isso acontecesse nos dias de hoje. Os tempos do politicamente correto tolhe nossa liberdade de expressão!
E o governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral disse que a extinção da CPMF foi uma covardia, mas não explicou por que a saúde em seu estado era péssima nos tempos da “contribuição”. Creio que a reeleição deste senhor, sim, é que foi uma covardia!

sábado, 12 de novembro de 2011

Infeliz pousada nova

Aproveitei a greve dos bancos para ir a São Paulo rever minha mãe, meu irmão, minha noiva e anunciar oficialmente o meu casamento. Graças a Deus, minha mãe aceitou hiper bem e ajudou-nos muito em tudo. A colaboração dela foi e continua sendo fundamental, pois estou longe e minha noiva não pode resolver tudo sozinha. Além disso, minha mãe já tem experiência nessas coisas.
Convidamos alguns padrinhos, escolhemos o modelo do nosso convite, definimos a igreja em que casaremos e recebemos vários “nãos” de vários pastores que estarão em férias na data do nosso casamento. Provei a roupa que usarei, mas antes disso, testei minha paciência esperando a tarde toda minha noiva mostrar seu vestido para a minha mãe. Ah, sim! Também já compramos as alianças! Fomos ao cartório pegar a relação de documentos necessários e passei uma procuração para a minha mãe. Ela será oficialmente a minha procuradora para assuntos relacionados ao casamento. Mulher curte muito mais essas coisas. Homem geralmente apenas concorda. E, sim: casar é uma vez só! Mesmo minha mãe dando um monte de coisa pra gente, o orçamento inicial já triplicou. Eu não sei se nós somos muito ruins de estimativas ou, se por trabalharmos no setor público, estamos viciados em triplicar os orçamentos. Casar é caro. Muito caro! 
De volta a Fortaleza, decidi trocar de pousada. Passei para uma que é R$ 200,00 mais barata e é mais perto do banco. Imaginei que esses R$ 200,00 poderiam ser investidos no aluguel do nosso apartamento. Mas é o típico exemplo do barato que sai caro.
A princípio, essa pousada me pareceu igualzinha a outra. Deduzi que fosse mais barata, porque era mais longe da praia e não tinha TV a cabo. Como não vou à praia todos os dias, mas vou, sim, ao banco todos os dias, para mim, é mais vantajoso morar perto do banco do que da praia. Como prefiro ficar na frente do computador do que na da televisão, não me importei que não tivesse canais fechados. Para falar a verdade, aproveitei bem pouco essa mordomia na outra pousada.
Eu devia ter olhado os quartos antes de me mudar. Eu devia ter perguntado mais. Isso aqui é um pardieiro. Com todo respeito à dona do local, que é muito legal e faz de tudo para agradar aos hóspedes, mas limpeza de quarto dia sim, dia não é o fim da picada! O quarto não tinha guarda-roupas nem tem armarinho no banheiro, onde também falta porta para fechar o box do chuveiro.
Digo que não tinha guarda-roupas e que a dona da pousada faz de tudo para agradar aos hóspedes, pois eu estava tão chateado pela falta de armário para pendurar minhas camisas sociais que queria ir embora. A dona Delzuyt (dona da pousada) providenciou um guarda-roupas para mim. Verdade que as portas fecham mal, mas tudo bem. Pelo menos, minhas camisas e calças estão penduradas.
As camas não tem cabeceira, lembrando muito a daqueles hoteizinhos de quinta categoria onde se levam meninas na “hora do aperto”. Em vez de armarinho no banheiro, onde minha escova de dente, meu pincel de barba e outras coisas ficariam guardadas; há uma pedra de granito, onde você simplesmente coloca suas coisas em cima, deixando-as à mercê de insetos e bactérias. Aliás, inseto é o que não falta na pousada: já cruzei com quatro baratas, sendo que a última conseguiu entrar no meu quarto. Quem disse que eu dormia sem que minha visitante tivesse me dado “tchau”, ou seja, eu não sabia se ela tinha partido ou se ainda repousava no meu quarto. Há também muitos aracnídeos no meu quarto, principalmente no banheiro. Todo dia tomo banho com mais três ou quatro aranhas – e eu nem sei se digo que é no bom ou no mau sentido. Dia desses, eu estava tomando banho e, quando terminei, olhei para trás, havia três aranhas trabalhando na construção de suas teias. Pelo menos, a minha escova de dente e o meu pincel de barbear estão muito bem guardados no meu estojo. Aqui, também não há frigobar no quarto. Na Atlântico Centro tinha.
O café-da-manhã é tão ruim quanto o da pousada anterior: dois tipos de suco – geralmente um deles, eu não gosto; quando não, os dois – frutas – que eu também não tenho o costume de comer a essa hora nem em nenhuma outra – pão francês – na outra pousada, ao menos, tinha pão de leite, além do pão francês – bolacha de água e sal, bolo comprado em padaria, cuscus e torradas. Assim como na pousada anterior (Atlântico Centro), se a gente pedir ovo, eles fazem. O problema é que no quintal, há 3 gatos que circulam pela cozinha à noite.
Mais uma desvantagem: tirando a dona Delzuyt e os filhos dela, os funcionários daqui são tudo bichas. É incrível! Parece que o Universo armou uma grande arapuca para mim, pois, quando eu descobri essa pousada e fiz as perguntinhas básicas, era noite e parece que o moleque que fica na recepção à noite não é bicha – pelo menos, não dá bandeira. Ele pediu para eu vir no dia seguinte falar com Delzuyt a respeito do preço. A bichinha que estava com ela mal falou comigo e por isso não percebi nada também naquele dia. Mas o jeito de falar dessas pessoas não engana.
A dona Delzuyt é evangélica, com certeza, pois no meu primeiro dia aqui, após ter me ajeitado no quarto, com o guarda-roupas, afirmei que agora estava melhor para passar os 30 dias aqui e ela exclamou: “em nome de Jesus”. Tudo que evangélicos pedem é, em nome de Jesus, pois Ele disse “E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei a fim de que o Pai seja glorificado” (João 14:13). No segundo dia, ao nos saudar com o famoso “bom dia”, perguntei a ela se estava tudo bem, ela disse que sim e eu exclamei “graças a Deus!” Ao que ela me respondeu: “sem Ele, nós não somos nada”.
Imagino que ela tenha contratado tanta bicha louca a fim de convertê-los, a fim de mostrar o erro em que eles estão incorrendo. Não sei se existe ex-bicha, mas até ex-corinthiano sei que existe e, depois da minha conversão – a conversão mais improvável da história – não duvido de mais nada. Além do mais, é, no mínimo, uma bela prova de tolerância dessa senhora. Eu mesmo não posso ser chamado de homofóbico nem de preconceituoso, pois, por mais que eu não goste do comportamento homossexual e condene a prática dos “padeiros esquecidos”, possuo um profundo respeito por todas as pessoas e, prova disso, é que num desses dias em que lá estive, saí para o trabalho carregado de livros, quando todos eles caíram ao chão. O “rapaz alegre” pegou os livros para mim e ainda fui chamado de Rafinha.
Mas se vocês pensam que acabou, peço que se acalmem. O pior ainda está por vir. Para mim, o item de consumo mais básico de todos é a internet. Aqui em Fortaleza, descobri que até posso viver sem eletricidade, pois o notebook funciona com bateria e o banho pode ser gelado sem problema nenhum. Não assisto televisão e o ser humano foi programado para dormir quando a noite chega. Ou seja, é perfeitamente possível viver sem eletricidade. MAS VIVER SEM INTERNET NÃO!!!!!!!!!!!!
COMO VOU CHECAR OS MEUS E-MAILS? EU TENHO 4 CONTAS DE E-MAILS PARA CHECAR! COMO VOU RESPONDER OU ESCREVER PARA OS MEUS AMIGOS? EU NÃO LIGO PARA AS PESSOAS, EU NÃO VOU À CASA DELAS, MAS E-MAIL EU ENVIO.
COMO VOU ACOMPANHAR AS COTAÇÕES DAS AÇÕES NO IBOVESPA? A GRÉCIA ESTÁ PERTO DE DECRETAR MORATÓRIA E O IBOVESPA VAI DERRETER NESSE DIA. SE EU NÃO SOUBER QUE ISSO ACONTECEU, COMO PODEREI COMPRAR AÇÕES COM A COTAÇÃO MAIS BAIXA DO ANO???
Vou contar a vocês o que aconteceu: no primeiro dia, eu já percebi que o sinal de internet daqui era muito, muito, muito ruim. Só pega mais ou menos bem em um lugar da pousada. Graças a Deus por isso. Consegui publicar o texto VELHA DISCUSSÃO e, pelo menos, respondi à maioria dos e-mails do IG. Porém, no segundo dia, em pleno feriado do dia das crianças, o presente que eu ganhei foi a internet bloqueada por falta de pagamento. Sim, isso mesmo que vocês leram: FALTA DE PAGAMENTO. Vergonhoso!
Mas Deus é tão perfeito e maravilhoso que Ele me colocou aqui, pois Ele me conhece muito bem. Se eu estivesse num lugar bom como eu estava antes, eu não me animaria a procurar um apartamento para morar com a minha noiva, futura esposa e eterna namorada. Ele me conhece e sabe que conforto é muito importante para mim. Colocando-me nessa horrível pousada, tirou-me da zona de conforto, fazendo com que eu deseje sair daqui e procure uma moradia onde os presentes da lista possam ser entregues. Afinal, os convidados são de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, mas moraremos em Fortaleza e, até para fazer a lista de presentes, temos que fornecer um endereço para entrega dos mesmos.
O nome do local que eu não indico nem para o meu pior inimigo é Pousada Residêncial Iracema, mais uma coisa que Deus não permitiu que eu visse foi esse acento circunflexo no segundo E. Se eu tivesse visto, jamais teria vindo, pois se alguém não sabe escrever o próprio nome do estabelecimento de onde tira o seu sustento, saberá atender bem aos clientes? Na primeira vez que eu estava procurando pousadas, fui num lugar que não aceitava pagamento em cartão nem em chegues. Claro que não fiquei. Na verdade, fiquei na dúvida, se a pousada não aceitava pagamento em CHEQUES ou em JEGUES. Vai ver que não aceita em nenhuma das duas formas e resolveu fundir as palavras para comunicar.
Foi bom ter estado lá. Melhor ainda foi ter saído.

domingo, 6 de novembro de 2011

Abençoado sábado

Foi mais um sábado glorioso! Já perdi as contas de quantos sábados guardei, mas uma coisa posso lhes garantir: se continuo fazendo algo, é porque é bom, legal ou para terminar logo. Trabalhar, por exemplo, não é bom nem legal. Faço na esperança de terminar logo; mas, como nunca termina, sinto como se estivesse enxugando gelo. A semana foi estressante! Fiquei irado por ter que pagar as horas de greve e estou perdendo dias da minha vida inteiros lá dentro. É bem mais fácil encarar a prisão quando é em regime semi-aberto e você tem as manhãs ou as tardes livres; mas em regime fechado é enlouquecedor!
Então eu precisava deste sábado e finalmente pude entender a citação bíblica que diz: “o sábado foi estabelecido por causa do homem e não o homem por causa do sábado ”. (Marcos 2:27) Depois de uma semana horrível em que, além de tudo, magoei e fui magoado por causa de algo que deve ser a quinta prioridade da nossa vida, o sábado foi um dia abençoado, que purificou o meu coração e restabeleceu as minhas energias. Para isso o sábado foi estabelecido na Criação. E foi ótimo porque ainda pude exaltá-lo para a dona da pousada.

Estava eu vestido para ir à igreja da mesma forma que me visto para ir trabalhar. A mulher confundiu-se, pensou que eu ia trabalhar e comentou, estranhando:


- Vai trabalhar hoje?
- Nããããooo (creio que a maioria dos meus leitores conhece esse meu “não” prolongado). Hoje não é dia de trabalhar.

E saí. Mas esqueci minha garrafinha de água e voltei. Deixei a Bíblia e o livro que estou lendo em cima do balcão e fui até o quarto buscar minha garrafa de água. Ao voltar, como sei que ela é evangélica, exclamei:


- Hoje é o sétimo dia!
- Sétimo dia do quê? - perguntou-me.
- Sétimo dia da semana. Dia em que ATÉ Deus descansou de sua criação, abençoou e santificou. (Gênesis 2:3)
- Ah, vai na igreja...
- Sim, hoje é um dia especial para adorar a Deus!

E porque eu não profanei o sábado do Senhor e o exaltei logo pela manhã, Deus me concedeu mais bênçãos que ajudaram a purificar o meu coração. Subi no ônibus, passei a roleta, sentei ao lado de uma garota e ameacei pegar o livro que estou lendo, quando a garota perguntou-me:

- É o novo dele?
- Não sei; eu ganhei. Vamos ver... huuumm... é de 2009! É novo, sim, mas não tanto. Pra mim, é novo. Ganhei neste ano.


O livro é de Alejandro Bullón, o pastor que, do meu ponto de vista, é o mais conhecido entre os adventistas. Outro dia, na igreja, uma senhora pediu-me para vê-lo. E o que chama a atenção das pessoas é o nome do autor, pois todos falam com intimidade sobre ele. É engraçado. Se alguém fala em Bullón, pode crer que é adventista.

Ela perguntou a qual igreja eu pertencia, eu disse e perguntei a ela se ela estava indo para a igreja também. Ela disse com um peso na voz que denunciou todo o peso da consciência dela que estava indo trabalhar. Eu compreendi o dilema daquela garota, pois uma coisa é errar sem saber que está errando e a outra é errar sabendo. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. (João 8:32) Mas quem era eu, naquele momento, para condenar aquela jovem? Quem sou eu agora para condenar quem quer que seja? Sou tão pecador quanto ela, quanto qualquer um de vocês e foi fácil ter empatia com ela, pois a minha semana foi ruim exatamente por eu me desviar dos caminhos de Deus. Reclamei demais por ter que repor as horas de greve. Mandei e-mails revoltados, xinguei pelo MSN e até escrevi um texto, onde deixei escapar palavrões depois de muito tempo (desde que xinguei o Lula, na verdade, e disseram que palavras de baixo calão não combinam com o meu blog, procurei me conter).

Paulo alerta em Filipenses 2:14: “Fazei tudo sem murmurações nem contendas” e eu murmurei demais essa semana. Senti-me culpado, pedi perdão a Deus e, ao abrir a Sua palavra, não havia condenação ou repreensão; mas amor e misericórdia. Que Deus maravilhoso! Que amor infinito! A gente erra, peca, erra de novo a mesma coisa e pelo mesmo motivo e Ele está de braços abertos e sorriso no rosto. Nós não merecemos tanto amor! Somos reles, porcos, nojentos, fazemos tudo para desagaradá-Lo e Ele continua nos chamando, nos querendo.

Sentindo empatia pela menina, eu disse a ela que é complicado, pois muitas vezes o mundo nos oferece coisas maravilhosas e das quais precisamos muito e não conseguimos resistir. Então ela mesma reconheceu que não conseguimos resistir por falta de fé:

- Faltou fé na certeza de que Jesus teria algo melhor para mim no futuro. Eu caí na primeira tentação.
- Não se preocupe. Nosso Deus tem um amor infinito; Ele sabe que você está arrependida e pode perdoá-la. Vou orar para que você consiga um emprego onde trabalhe só de segunda a sexta. Deixe-me apenas contar-lhe uma história: eu vou me casar e preciso falar com o pastor da minha igreja, porque ele é um homem abençoado, um cara assim... sabe... muito difícil explicar... não há palavras... mas eu ficaria muito feliz se ele pudesse realizar o nosso casamento, porque ele é fantástico! Semana passada, eu tentei falar com ele, mas em cada vez que eu ia começar, a gente era interrompido por alguém. Sabe aquelas coisas que acontecem para impedir mesmo? Então... beleza! Eu falei: “deixa pra semana que vem”. Só que ontem eu estava lendo a Bíblia e me deparei com Isaías 58:13-14. Putz, mas acho que nem vou ler pra você, porque serve pra você também.

Bem... ela insistiu e acabei lendo. Fiquei muito feliz, pois senti que Deus me usou como instrumento para corrigir o caminho daquela moça. O nome dela é Carol, se vocês quiserem orar por ela... a referida passagem dizia: “Se desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no meu santo dia; se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do SENHOR, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falando palavras vãs, então, te farei cavalgar sobre os altos da terra e te sustentarei com a herança de Jacó, teu pai, porque a boca do SENHOR o disse”. E quando a boca do Senhor diz, amigo, pode escrever. E digo isso não por fanatismo, mas baseado na própria Bíblia. Após o dilúvio, Deus prometeu que nunca mais mandaria outra coisa semelhante para acabar com a raça humana. “Não tornarei a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque é mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade; nem tornarei a ferir todo vivente, como fiz”. (Gênesis 8:21) E até os dias de hoje, a promessa tem sido cumprida.

Então, porque convidar o pastor para fazer o meu casamento, é assunto de interesse pessoal, deixei de fazer.
É uma bênção atrás da outra quando fazemos a vontade Dele. Depois disso, começou a chover. Forte, muito forte. Eu estava no ônibus, desci no terminal Papicu (sim, em Fortaleza existe um bairro chamado Papicu) e continuou chovendo. Peguei outro ônibus e ainda chovia. Quando chegou na hora de eu descer, coincidentemente parou de chover. Coincidência? Milagre? Natureza? Deus? Vocês decidem!

Na igreja, pude louvar a Deus com cânticos bem alegres e esclarecer minhas dúvidas a respeito desse amor infinito, louco de Deus. Ou melhor, não esclareci nada. Eu percebi que todos os irmãos tem as mesmas dúvidas. Inclusive o pastor. A única coisa que pôde acalmar o meu coração foi aquela frase: aceite o que você não pode entender. O amor de Deus está além da nossa compreensão. Basta aceitar. E pronto!
Foi um feliz sábado!
Desejo que todos vocês possam descobrir e aceitar o “louco” amor que Jesus lhes está oferecendo.

Um fraterno abraço!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Curtinhas do Dragão

O Banco do Brasil foi eleito pela vigésima vez top of mind. Ou seja, é a empresa mais lembrada pelos brasileiros. Lá, eles estão comemorando, mas é preciso investigar COMO a empresa é lembrada. A grande definição de bancos da história foi dada por Mark Twain, humorista e autor estadunidense: "Um banqueiro é um homem que lhe empresta o chapéu de chuva quando está sol e lhe tira quando começa a chover".
Uma funcionária muito perspicaz disse no ano passado: "Claro que é a mais lembrada! Você não vai ao banheiro todo dia? Pois é, na hora de limpar a bunda, a gente lembra do BB (Banco de Bosta)".
É compreensível a revolta dos funcionários. Já fiz tudo que foi operação matemática e ainda não consegui entender como pode o banco ter lucrado mais do que no semestre passado, mas a participação nos lucros paga aos funcionários ter sido menor.
Talvez o meu erro foi ter usado números reais enquanto o banco usou números imaginários.

O Santos contratou um jogador chamado Alan Kardec. Sua especialidade: gols espíritas.

O zagueiro Nem, do Internacional, marcou contra o Corinthians domingo. Nem deu chance para o goleiro Júlio César.

O Avaí tem um atacante chamado Pedro Ken. Pedro quem? Pedro Ken. Pedro quem? Pedro Ken. Pedro quem? Pedro Ken. Pedro quem? Pedro Ken. Pedro quem? Pedro Ken. Pedro quem? Pedro Ken. Pedro quem? Pedro Ken. Pedro quem? Pedro Ken. Pedro quem? Pedro Ken. Pedro quem? Pedro Ken. Pedro quem? Pedro Ken. Pedro quem? Pedro Ken. Pedro quem? Pedro Ken. Pedro quem? Pedro Ken.

No Rio de Janeiro tem muito sol e, mesmo assim, o Flamengo tem Thiago Neves.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Semana da criança

A semana da criança foi animada, cheia de diversão e aventuras. Começou no domingo (como todas as semanas) com um passeio ao zoológico, ainda em São Paulo, com meus novos sobrinhos, Henrique e Gabriel.
Um passeio que combinou aventura, diversão e animação. Aventura por causa da chuva que diminuiu quando chegamos, mas não parou nem um minuto. Provavelmente por isso, a minha cunhada era a mais animada. A animação contagiante dela era o que nos divertia.
Foi legal. Há anos, muitos anos, eu não ia ao zoológico. O Real nem existia na última vez que fui lá. Agora estão cobrando R$ 16,00 para adulto entrar e R$ 6,00 para crianças de 5 a 12 anos. Porém, como eu tenho ITAUCARD, paguei só a metade do ingresso de adulto.
Não vou relatar que vi elefante, girafa, camelo, leão, pois pareceria redação de criança do Jardim II, além de ser óbvio. Só acho que vale dizer que vi o tigre branco, esse animal lindo que minha noiva filmou e agora disponibilizo para vocês. Reparem... parece que ele estava desfilando para nós. Cheio de pose, na passarela, de um lado para o outro.

Após o zoológico, levei sogra, cunhada e sobrinhos para um tour por São Paulo de carro. Nada que se compare ao que fiz em 4 dias com a minha cunhada mais nova em julho, mas se fosse um curso, poder-se-ia dizer que foi intensivão.
Ah, sim, estou falando em sogra, cunhada, sobrinhos... preciso dizer do meu prestígio que atraiu quatro pessoas lá do Triângulo Mineiro para me conhecer em São Paulo, aproveitando essa abençoada greve que permitiu que eu fosse a São Paulo visitar minha noiva e anunciar meu casamento a minha mãe. Só faltou o sogrão, mas esse é igualzinho a minha avó paterna, que adorava ficar quietinha em seu cantinho, na sua casinha. Era assim mesmo que ela falava, tudo no diminutivo. Tentei de tudo para que ele viesse com a turma. Até dizer que eu poderia ser um bandido perigoso mandei dizer. Mas ou minha moral está muito alta ou muito baixa com ele, pois não acreditou em mim e não houve forma de convencê-lo a ir a São Paulo para nos conhecermos.
Olhem a animação da cunhada no zoológico
Segunda-feira teve mais aventura. Após uma romântica despedida namorando a noiva de manhã, foi a vez do sempre irresistível café-da-manhã da padaria Belga no Largo São José do Belém. Quisera Deus pudesse eu sempre que for a São Paulo tomar, pelo menos um dia, o delicioso café-da-manhã de uma padaria paulista. Naquela segunda-feira minha mãe tinha viajado a trabalho a fim de avaliar uma possível viagem para o seu grupo da Melhor Idade.
Como tomei o café-da-manhã tarde, acabei substituindo o almoço. Almoço esse que minha amorosa noiva colocou numa marmita e eu trouxe para Fortaleza. Seguindo sempre o forte princípio econômico dos taurinos, a marmita durou três dias (terça, quarta e quinta) e foram 3 dias sem gastar o meu VISA-VALE.
Peguei o carro para não carregar 13 kg de mala até o metrô, deixei a família da minha noiva com a minha mala no metrô e voltei para guardar o carro. Nesta hora, vi que a maldição da direção em São Paulo continua solta. Eu estava sinalizando que sairia à esquerda e fui saindo. Mesmo assim, uma motocicleta passou com tudo e bateu em mim. O barulho foi forte, mas diz a minha mãe que apenas arranhou. Que bom! Graças a Deus! Antes que me perguntem: “Como diz a sua mãe? Você não olhou?” já respondo que eu estava com pressa e medo de perder o avião e até esqueci de olhar a batida quando cheguei ao estacionamento do prédio. Agora o jeito é assumir o prejuízo.
O pior é que a pressa não adiantou nada. Perdi o vôo assim mesmo. Por 7 minutos. Inacreditável! Com certeza foi porque, ao chegar em casa, eu subi para escovar os dentes e é exatamente esse tanto de tempo que eu demoro para dar brilho neles. Por 7 minutos, tive que esperar mais 4 horas. O pior foi ter que pagar a taxa de no-show. Foi a terceira vez que isso aconteceu, primeira em São Paulo, mas sempre nas viagens de volta. Em outra oportunidade lhes conto como foram as outras duas vezes.
Cunhada mais nova que, graças a mim, conheceu São Paulo em julho
Até que as quatro horas passaram rápido enquanto eu apresentava o enorme aeroporto André Franco Montoro às quatro pessoas que foram despedir-se de mim. Brinquei de empurrar os meninos no carrinho de malas, tomei cappuccino e sorvete. Enfim, zoamos um pouquinho enquanto eu pensava no texto que tinha que escrever para vocês. Afinal, nessa semana que estive em São Paulo, vocês ficaram sem texto. Cheguei a Fortaleza à meia-noite, dormi a uma da manhã e na terça-feira nada de bom aconteceu. Vamos pular esse dia, pois já tenho um texto de duas páginas para publicar daqui a um mês.
Já a quarta-feira, feriado nacional, dia das crianças, esse sim, foi um dia glorioso! Comi parte da marmita que minha noiva mandou, descansei um pouquinho, li várias páginas do ótimo livro do Augusto Cury, O VENDEDOR DE SONHOS e saí sem rumo, em direção à praia. Antes de chegar lá, porém, cruzei com o Centro Cultural Dragão do Mar. A entrada estava enfeitada com bexigas coloridas e deduzi que estava havendo atividades. Estava lotado! Filas para o teatro e para o cinema, exposição sobre o povo pré-colombiano maia, além de espaço para crianças pintar em cartolina, ter seus rostos pintados e assistir a apresentações circenses. Havia bonecos gigantes, como os do Carnaval de Olinda, animando a festa, um vendedor vestido de palhaço, enchendo os bolsos de dinheiro ao vender narizes de palhaço para as crianças por R$ 3,00 cada e mesa de pingue-pongue que não esvaziou até às 19h, quando as atividades encerraram-se.
Mas de tudo isso, para mim, o melhor da festa foi a distribuição de pipocas, doces e refrigerantes grátis. Tudo 0800! Claro que a gente enfrentava uma pequena filinha, mas era feriado, ninguém estava fazendo nada... para que pressa?
Numa das filas, tive oportunidade de elogiar uma mãe que impediu que seu filho jogasse lixo no chão. Deu um belo exemplo de cidadania quando, não achando lata de lixo perto dela, mandou o filho jogar o saco de pipoca dentro da bolsa dela.
Por outro lado, espero ter constrangido um pai que jogou o seu saco de pipoca no chão, sendo que tinha uma lata de lixo na frente dele. Levantei de onde eu estava, peguei o saco de pipoca e encaminhei-me até a lata de lixo. Ele fingiu que não viu, mas, quem sabe, se isso acontecer outra vez, a filha dele pergunte por que sempre tem alguém que pega o lixo dele no chão e joga no lixo.
No fim da festa, comentei com o faxineiro sobre a falta de educação das pessoas e ele me respondeu:

- É que tem muita criança. É difícil controlar criança.


Greghi pensando
É verdade, mas se os pais não derem o exemplo correto, fica ainda mais difícil. Se fosse só criança que jogasse lixo no chão, era mais fácil de corrigir. Mas tem muito adulto sem educação fazendo isso. Depois fiquei pensando... Hoje é feriado e esse faxineiro está ganhando o dobro por hora. Pode ser que ele tenha problemas em casa e o trabalho é uma excelente fuga. Poxa... se as pessoas não sujassem, coitado desse cara! Fiquei até com vontade de também jogar papel no chão.
A segunda melhor coisa do dia foi brincar de bola com umas crianças e ouvir Carlos Alberto, 10 anos, dizer que eu corro como uma criança. Aproveitei para filosofar sobre a importância de não deixar a criança interior morrer, pois “não paramos de brincar quando envelhecemos, envelhecemos quando paramos de brincar” (Oliver Wendell Holmes). Depois, quando me despedi dele, ele me disse “Feliz Dia das Crianças, pois você também já foi uma” e eu respondi “eu ainda sou. Feliz Dia das Crianças pra você também. Deus abençoe a sua vida, garoto. Boa sorte!”