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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Um ano sonhando

 
Há um ano eu saí de São Paulo para viver o maior sonho da minha vida! Foram treze anos de espera, mas hoje posso dizer que valeu à pena cada dia de espera. Um ano. O sonho virou realidade. Morar sozinho é bom demais! E o sozinho a que me refiro é exatamente como planejei: nada das dificuldades de cuidar de uma casa. Essa ideia de morar em pousada, pensão ou hotel surgiu em 2010, quando em visita a Goiânia, conheci um senhor que morava no hotel. Melhor do que isso, descobri que mensalista paga valor reduzido de diária, é claro. Quando cheguei a Fortaleza, então, só havia um medo: não achar nenhum lugar bem localizado e aconchegante que estivesse dentro da minha capacidade de pagamento. Mas Deus foi tão maravilhoso comigo – e na época eu ainda resistia a atribuir-Lhe todas as bênçãos (eu chamava de coisas boas) da minha vida – que logo no segundo dia encontrei essa pousada Atlântico Centro e, quem me atendeu, foi logo a moça mais simpática. Na verdade, todas são simpáticas, mas uma tem cara de braba e a primeira impressão não é boa e a recepcionista titular é sempre muito séria.
Lembro que quando cheguei ao aeroporto Pinto Martins, olhei pela janela, já estava escuro, mas não havia nuvens e o clima estava abafado, do jeito que eu gosto, e pensei: “Começa uma nova vida. Agora sou eu mais eu”. Eu estava meio certo e meio errado. De fato, começou uma nova vida. Mas não era nem nunca foi “eu mais eu”. Ainda bem. Se não, não teria resistido. Afinal, não é porque estou vivendo um sonho que eu não acorde de vez em quando.
Jesus sempre esteve comigo. Até quando eu não acreditava Nele! Sempre esteve me guardando e me protegendo. Já passei por muitas e boas na minha terra natal por causa do pecado e ai de mim se não fosse por Ele! Sempre terei um carinho especial por Fortaleza, pois foi aqui, escondido de tudo e de todos, onde Ele me encontrou. E, por causa Dele e Nele, começou a minha vida nova. Completamente diferente de tudo o que eu podia imaginar. Quando eu pensava em viver sozinho, era para curtir uma suposta liberdade. Eu amava Carnaval, dentro ou fora de época – futuramente ainda penso em publicar todos os textos da minha vida pregressa para vocês verem. Semana passada terminou o Fortal – carnaval fora de época de Fortaleza, segundo maior do Nordeste – e eu dei graças a Deus, porque a festa foi do outro lado da cidade. O foco mudou. O que eu achava que era felicidade, vejo hoje que é só ilusão. Vocês podem me dizer que Cristo e o Céu são ilusão, mas não são. Eu digo que são reais, porque eu converso com Ele todos os dias. Ele me ouve e me responde. Vocês vão dizer que eu estou louco e que trata-se de um “amigo imaginário” da minha “paranóia”. Tudo bem. Eu compreendo vocês porque já pensei exatamente da mesma forma.
Estar na igreja é uma alegria indescritível! Mais uma das grandes surpresas e mudanças da vida. Antigamente eu considerava uma pessoa que vivia da casa para o trabalho para a igreja para a casa uma pessoa muito triste, que vivia uma vida sem sentido. Lembro de ter julgado exatamente dessa maneira uma conversa que ouvi em Curitiba de uma senhora solteira, cuja mãe morrera e a deixara sozinha, pois não casara e sua vida tinha sido sempre essa: casa-trabalho-igreja-casa. Tudo isso é para que eu ganhe um “chupa” ou um “toma” da vida. Eu deveria ter aprendido uma lição muito grande! Não fale dos outros, porque amanhã você pode estar fazendo a mesma coisa. Pior é que eu não sei se aprendi. E justamente isso é uma coisa que eu jamais poderia imaginar que eu faria. E pior: de livre e espontânea vontade por prazer e com alegria. Se me dissessem, dois anos atrás, o que eu viraria, eu riria arrogantemente e diria: NUNCA. Aliás, foi quase isso o que aconteceu, quando um colega de trabalho disse que eu teria que me converter para sair com a minha atual esposa (digo atual, porque na época, ela também era colega de trabalho). Eu disse a ele: “é mais fácil eu convertê-la” e gargalhei ironicamente. Mas a sabedoria dos homens é loucura para Deus, bem como a mensagem da cruz é loucura para os homens.
Hoje estou aqui em Fortaleza sentindo-me extremamente bem na igreja, onde encontro pessoas maravilhosas três vezes por semana, no mínimo, onde encho minha mente de coisas boas e onde realmente estou mais feliz do que em qualquer outro lugar. Foi um ano de mudanças inimagináveis! É claro, no banco e na pousada também encontrei pessoas maravilhosas, mas o clima, o ambiente da igreja é diferente...
Eu já disse, mas preciso repetir, porque é mesmo inacreditável: eu jamais imaginei levar esse tipo de vida morando sozinho. E, mesmo assim, estou feliz. Morando sozinho. Obrigado, SENHOR, por este ano em Fortaleza!

sábado, 21 de julho de 2012

Fim de caso

No dia 31/10/2003, escrevi a poesia abaixo para terminar com a minha primeira namorada:

Foi paixão o que senti
E hoje, já não sinto mais.
Eu me confundi
E agora eu não tenho paz.

Não consigo nem dormir
Buscando uma forma de dizer,
Pois não quero te ferir,
Mas não amo mais você.

E ficar junto de ti
Tem me feito sofrer,
Pois não gosto de mentir,

Muito menos para você.
Então, termina nesse verso aqui
A minha história com você.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Fortaleza: capital européia


Fortaleza é a capital brasileira mais próxima da Europa. Localizada a 5.608 km de Lisboa, deve ser por isso que a capital cearense foi invadida pelos europeus. Basta dar uma volta na avenida Beira-Mar para constatar isso. O que mais se ouve é sotaque italiano e francês. Há até um bar no final desta avenida, chamado Internacional, voltado exclusivamente para esse público. O dono é um holandês que veio para Fortaleza, gostou tanto que não quis voltar.
Mas ele não é o único. No começo deste ano, almocei numa cafeteria – não lembro o nome – na avenida Desembargador Moreira, cujo dono era alemão. Os fortalezenses da gema – já ouvi, pelo menos, dois – dizem que "essas pessoas" (que vem de fora, não apenas do país, mas também do estado) estragaram a hospitalidade cearense. Segundo eles, Fortaleza já foi bem mais hospitaleira. Hoje, a falta de educação e respeito parece ser notada até pelos nativos.
Como em toda moeda há duas faces, o lado positivo é que os estrangeiros são capazes de trazer profissionalismo, investimentos e treinamento em atendimento. Confesso que fui muito bem atendido nos dois estabelecimentos citados, cujos donos são europeus. É verdade também que eles esquecem que o mundo é nossa casa – temporária, mas é – e pensam que, por não estarem em seus países de origem, podem sujar à vontade.
Fortaleza é a 5ª maior capital brasileira em termos populacionais e isso obviamente atrai mais gente. Afinal, todos querem saber o que desperta tanto interesse na capital cearense. Dentre os prejuízos que isso traz, destaca-se o aumento do congestionamento no trânsito e da criminalidade. Atualmente, porque é ano de eleição, o governo do estado lançou uma propaganda na TV dizendo que o METROFOR já está funcionando. Só que ninguém viu. Na propaganda, há a informação que das 8h às 12h, o passe é livre. Deve ser a o único horário que funciona, pois não é possível que, numa cidade com 2,5 milhões de habitantes, ninguém fale dessa grande novidade.
Quanto à criminalidade, sábado uma menor esfaqueou o dono de um quiosque na Praia do Futuro, após ter sido demitida. Hoje EU VI com esses olhos que a terra NÃO há de comer, pois Jesus há de voltar antes, um corpo estendido no chão. No caminho para o trabalho, vi um homem coberto com lençol dos bombeiros e uma poça de sangue ao lado dele. Uma mulher o atropelara. Chorava copiosamente num outro canto mais à frente. Foi horrível! Nem me detive por muito tempo. Era de embrulhar o estômago.
Isso para não falar da modalidade de crime número um da cidade: furto de celulares. Os caras passam de bicicleta, tomam da sua mão e bau-bau. Vários hóspedes aqui da pousada já tiveram seus celulares furtados dessa forma. Por isso, a recomendação é: não use o celular se estiver andando na rua.

Centro de Cultura e Arte Dragão do Mar
Apesar disso, Fortaleza continua atraindo estrangeiros. Quando minha esposa e um casal de padrinhos de casamento estiveram por aqui, fomos ao café Santa Clara, no Centro de Arte e Cultura Dragão do Mar e conhecemos duas alemãs que vieram estudar no Brasil. Uma senhora, colega na empresa onde trabalho, disse essa semana que sábado chegam não sei quantos holandeses para estudar aqui também. A verdade é que, agora, esse pessoal daqueles países pobres da Europa, estão refugiando-se da fome e principalmente dos credores aqui no Brasil.
Por dois dias seguidos, acabei almoçando com estrangeiros. Na segunda-feira, na mesa diagonal frontal à direita de onde eu estava, um grupo de meia dúzia de estadunidenses. Na terça-feira, na mesa atrás de mim, um grupo de meia dúzia de italianos.
Mas das seis estadunidenses – pode até ser preconceito meu – só uma, de fato, parecia natural daquele país. Obviamente é preconceito meu! Julgando pelas aparências, achei que só ela nascera naquele país, porque só ela tinha a pele bem branca e cabelos loiros. Mas as outras tinham tudo para ser brasileiras, cearenses e, quem sabe, até baianas (olha o preconceito de novo): gordas, morena, uma negra, que falavam alto, riam alto, escandalosas mesmo. Essa globalização estragou até os estadunidenses!
E eu pensando: nossa! Como essas brasileiras são fluentes! Elas devem estar recebendo a loira, mas falam muito bem. É impressionante!
Só descobri que eram todas estadunidenses na fila do caixa para pagar, quando perguntei. Saí do restaurante estupefato com o meu preconceito, culpando-me e condenando-me, quando Deus me mostrou que Ele não me condenava. Estou amadurecendo diariamente. Cada dia é um dia e o importante é crescer espiritualmente. Ia eu caminhando distraidamente pela rua, quando de repente, passo no meio, literalmente por dentro de um enxame de abelhas italianas sem ser picado por nenhuma! Louvado seja Deus por isso! Ele, que é o criador de todas as coisas, pode dizer “Não toqueis nos meus ungidos nem maltrateis os meus profetas” (Salmos 105:15). E, de fato, disse. E elas, meras criaturas – como eu – obedeceram. Com a diferença que elas sempre obedecem. Eu, nem sempre.
Na hora, eu não percebi que eram abelhas. Poderiam ser moscas. Por isso continuei caminhando na direção delas. Se eu disser que não as vi, é mentira, porque eu as vi. Mas totalmente distraído, continuei caminhando na direção delas e entrei no enxame. Claro que, se fossem moscas, deveria ter algum cadáver no terreno ao lado, pois eram muitas. Pelo barulho que faziam, podia ser tanto mosca quanto abelha. Quando eu estava no meio do enxame, um cara gritou do outro lado da rua: “Cuidado, hein!” Era o inimigo me exortando a balançar os braços. Certamente eu seria picado, se fizesse isso. Deus segurou os meus braços, pois como eu estava, assim fiquei. Até que dobrei a esquina. Quando dobrei a esquina, já fora do enxame, é que me bateu a curiosidade: o que será aquilo? Por que o cara disse: “cuidado”? Voltei aonde ele estava e perguntei que bicho era aquele. Foi quando ele me disse que eram abelhas italianas. Quando ferroam, a gente fica todo inchado. Então lembrei-me que, quando Deus livrou o seu povo do Egito, mandou dez pragas, dentre as quais moscas, rãs e gafanhotos, para atormentar o povo egípcio (Êxodo 7:14-12:51). Nenhuma atingiu o povo de Deus! É por isso que eu lhes digo: vale à pena andar com Deus!


domingo, 8 de julho de 2012

A grande frustração

Após liderar o Grande Prêmio da Inglaterra durante praticamente toda a corrida, o espanhol Fernando Alonso foi ultrapassado pelo Australiano Mark Webber faltando menos de sete voltas para o final e chegou em segundo lugar. Imgino que a sensação dele seja a mesma que a de um time vice-campeão.
Claro que cada situação é diferente. O Palmeiras, por exemplo, no Campeonato Brasilero de 2009, passou o ano inteiro entre os quatro primeiros, mas terminou o campeonato em quinto lugar, não conseguindo nem sequer classificação para a Libertadores, pois perdeu o último jogo para o Atlético-MG do Leão. A sensação dos palmeirenses foi pior do que a do Alonso hoje.
Também não pode ter sido o caso do Boca Juniors nem da seleção italiana de futebol, pois com times reconhecidamente inferiores aos campeões, com certeza sentiram-se melhores do que o espanhol da Fórmula 1 hoje.
A sensação seria comparável a do piloto da Ferrari, se Corinthians e Espanha tivessem perdido, pois poderiam se perguntar: de que adiantou lutar tanto, não perder nenhum jogo, chegar aqui e perder (como foi com a Alemanha também)? Realmente seria frustrante, como deve ter sido frustrado o espanhol ferrarista, que saiu na frente, ficou na frente a corrida toda e, a menos de dez voltas do final, deixou escapar a vitória.
Nenhuma frustração, porém, se compara a daquele grupo de cristãos, no último dia da história, que correrá ao encontro do Salvador, com sorriso no rosto e não ouvirão:

- Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.

Ao contrário, ouvirão:

- Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. (Mateus 25:34, 41)

Em seu desespero, ainda tentarão argumentar:

- Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?

Então, explicitamente lhes responderá:

- Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade. (Mateus 7:22, 23)

Isso, sim, é frustração! Passar a vida toda esperando uma coisa, mas chegar ao final e ser outra. A vida inteira depositando a confiança em "cisternas rotas". Injustiça? Claro que não! Negligência, isso sim!
Quantas e quantas Bíblias estão disponíveis em templos para qualquer um que tenha interesse! Lá está tudo o que precisamos saber. Tudo o que já aconteceu e tudo o que ainda vai acontecer muito em breve! Basta estudá-la, com espírito de reverência, pedindo ao Espírito Santo em oração que lhe guie e Ele revelar-te-á tudo o que você precisa saber. Esta é a função Dele. Não é pastor, não é padre, não é igreja nenhuma que vai te levar ao Conhecimento e à Sabedoria. Pessoas são falhas e podem conduzir-te à "porta larga" (Mateus 7:13) Pergunte diretamente ao Espírito Santo, em oração, e estude a Bíblia com humildade que a resposta ser-lhe-á concedida.
Fato é que ninguém poderá alegar desconhecimento, pois o alerta tem sido dado. A luz está amarela. É tempo de estudar a Bíblia. Chega de edificar prédios sobre a areia! (Mateus 7:26)
Cristãos de todo o mundo, à Bíblia!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Noite inesquecível


Comemorou-se mais do que quando a seleção brasileira de futebol ganhou a Copa do Mundo. Ao contrário de quando times regionais venceram o campeonato e os mais recentes foram: Internacional (festa só em Porto Alegre) e Santos (festa só em Santos), a festa para o Corinthians foi em território nacional. Rojões, fogos de artifício, buzinaço, gritaria... os corinthianos entraram em êxtase! Se um extraterrestre visitasse o planeta Terra, perguntaria:

- Estão comemorando a virada do milênio?

Talvez o co-piloto da nave espacial respondesse:

- Acho que é a virada de uma Era.

Ninguém comemora como os corinthianos. Quando eu era corinthiano, dizia isso, mas pensava: meu ponto de vista deve estar distorcido pela emoção. Os torcedores dos outros times também amam seus clubes. Sim, é verdade, claro que amam! Não dá para explicar o que acontece com os corinthianos. É a vida deles. É a história deles. Sei lá...
Agora não torço mais para o Corinthians. E posso dizer com imparcialidade: ninguém comemora como os corinthianos. Talvez por isso despertem tanta inveja, tanto ódio. Ódio a ponto de um torcedor que não sabe perder, “brincar” de boliche com os corinthianos (atropelando-os) no Tatuapé (bairro da Zona Leste paulistana). Ódio a ponto de um colega de trabalho baiano me dizer: “Eu não gosto de argentino. Mas eu gosto menos ainda de corinthiano. Por isso, eu vou torcer para o Boca”. Acho que essa frase representa o sentimento de muita gente.
Interessante é que o ódio e inveja que sentem do Corinthians o engrandece. Que outro time desperta tanto interesse no Brasil? O Brasil parou para acompanhar o jogo. Parou também, em 2007, quando no jogo contra o Grêmio, fecharam o caixão do Timão e enterraram-no na série B. Que outro clube brasileiro faz o país parar para assistir a um jogo que pode decretar o rebaixamento para a série B? Parar para assistir a uma final de campeonato é até normal, mas para assistir jogo de definição de rebaixado, só o Corinthians mesmo.
Se o jogo de ontem fosse em horário de expediente, os patrões liberariam os funcionários mais cedo. O Corinthians atrai mais atenção do que a seleção brasileira.
Nunca se viu festa tão grande. Nunca mais se verá. Ainda que o Corinthians ganhe o Mundial Interclubes. Ainda que o Corinthians ganhe mais 10 vezes a Taça Libertadores da América. A festa que houve essa semana – sim, porque festa corinthiana não é de um dia, não; é de uma semana; quiçá de uma quinzena – nunca mais se verá! E tem motivo: principalmente em São Paulo, onde todos os outros clubes considerados grandes já haviam conquistado essa taça, a fama que corria era que o Corinthians não tinha passaporte. Foram nove fracassos, nove vezes que tiveram o passaporte negado... as duas últimas tentativas eram para fazer desistir: a primeira no ano do centenário, com o craque Ronaldo e tudo, perderam para o Flamengo, de Wagner Love; e a segunda ainda na fase pré-Libertadores, para o ridículo Tolima.
Ouviram todo tipo de piada: Toliminado; Libertadores o Corinthians só vai ganhar no Playstation; o Corinthians na Libertadores é igual ao Chaves: você já sabe o que vai acontecer, mas assiste porque é engraçado.
Se fosse a Portuguesa, teria desistido. Mas os grandes se fortalecem nas dificuldades. Parece que, quanto mais apanham, mais resistentes ficam. Até que ficam tão resistentes que o Émerson Sheik diz: “bate, pode bater, bate bem aqui, ó. Num vô caí, não”.
Por isso, nunca mais haverá uma festa como essa. Porque essa alegria foi a vazão de nove frustrações, muitas e muitas chacotas... esse título era o objeto de desejo, o sonho de consumo, a única taça que faltava na sala de troféus corinthianos. Era muita, muita emoção reprimida para extravasar. E desde a vitória contra o Santos, no primeiro jogo, a quantidade de rojões, gritos e hinos nos carros com porta-malas abertos vêm aumentando gradualmente. Ontem, quando o árbitro apitou o final do jogo, não tinha mais por que temer a comemoração antecipada. Ninguém dormiu na cidade de São Paulo.
O dia 4 de julho de 2012 está para sempre marcado na história do Brasil. Seja você corinthiano ou não, você nunca vai esquecer.


terça-feira, 3 de julho de 2012

Poder em ação


Sexta-feira fui à casa de um amigo jogar Kinect Sports para X-box 360, um jogo divertidíssimo e inovador: se as crianças dos anos 90 ficavam imobilizadas diante da tela da TV e nem piscavam enquanto jogavam videogame, o revolucionário Kinect converteu esse padrão. Agora não existe mais joystick. O jogo segue os comandos do seu corpo. É a realidade virtual dentro de casa! É exercício físico sem precisar ir à academia. Na semana seguinte, cada fibra dos seus músculos doem. Isso porque é tão divertido que, mesmo cansado, você quer continuar.


Joguei as seis modalidades que o jogo disponibiliza: boxe (nenhuma habilidade – TKO no primeiro round); tênis de mesa (a que eu mais gosto); vôlei de praia (muito difícil, mas dá pra evoluir porque gosto); atletismo (o que mais cansa); futebol (único em que obtive vitória) e boliche (objeto desta crônica).
Nem me lembro do que foi que ele disse antes da minha jogada. Ou foi algo para me desconcentrar ou afirmou com todas as letras que eu erraria. Também não lembro se o que considero erro foi não ter feito “STRIKE” ou não ter derrubado nenhum pino. Lembro que minha justificativa foi, na brincadeira:

- Você me “secou”. Assim não vale...

Então, ele, para dar uma de bonzão, grande craque do boliche – detalhe: ele é o dono do videogame – pediu para eu “secá-lo” também. Assim, quando ele acertasse, diria: “olha aí, você também me secou”. Mas eu não acredito, de fato, nessas besteiras e fiquei olhando para ele com cara de besta, pensando no que diria. Disse timidamente:

- Eu não tenho poder para isso.

Quando ele jogou e errou, eu exultei, pulando, dançando e cantando e disse:

- Eu não tenho poder para isso, mas eu nem preciso, pois eu conheço Quem tem e Ele luta as minhas lutas por mim.

Ah, gente, é muito bom ver a manifestação do poder de Deus em cada detalhe da vida e é por isso que eu O louvo e dou-Lhe glórias!

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Corintheus


Eu não sei se o Corinthians vai ou não ser campeão da Taça Libertadores da América. Mas a comemoração foi desproporcional. O Corinthians ainda não é campeão nem tampouco venceu o jogo na Argentina para ter alguma vantagem no jogo de quarta-feira. Nem o gol fora de casa não vale como critério de desempate na final. Então eu não entendo por que tanta festa. Nem que tivesse ganho. Na verdade, está tudo igual. Quem vencer, será campeão. Se empatar, prorrogação e pênaltis.
Mas não me importa quem será o campeão da Libertadores. Eles se definem como um bando de loucos e é de fato uma loucura adorar um time de futebol. Mas isso não é privilégio dos corirnthianos. Quantas pessoas não transformam seus times de futebol em deuses a ponto de matar e morrer por eles?! Que loucura! Que alegria efêmera proporciona! Que tristeza efêmera proporciona!
Fico triste quando vejo meu irmão ir dormir chateado porque o Corinthians empatou o jogo. A tristeza dele é passageira. Deus é tão misericordioso que também permitiu que o time dele (Palmeiras) fosse à final da Copa do Brasil! A minha tristeza demorará mil anos para passar se ele não vier comigo para a Canaã Celestial. Fico triste porque o meu irmão não conhece o Senhor Jesus e, por não conhecê-Lo, prefere ver o sofrimento corinthiano à exultação palmeirense.
E mesmo que o Corinthians seja campeão, a nação corinthiana sentirá uma alegria incrível, indescritível, uma emoção inominável e que, ao mesmo tempo, não se compara à volta do Senhor Jesus. Eles dizem que esperam por isso a 101 anos. Nós esperamos pelo grande dia a mais de 1.900 anos! Quão glorioso será aquele dia!
Vejo multidões chorando porque um time de futebol perde ou ganha um campeonato, mas não vejo ninguém chorando quando vêem um familiar adorar um ídolo. Os corinthianos quase botam fogo (graças a Deus não são botafoguenses) na cidade de São Paulo com tantos rojões e fogos de artifício, mas não ouço comemoração semelhante quando alguém se batiza e declara publicamente que quer ser de Jesus. Gastam R$ 4.400,00 (quatro mil e quatrocentos reais) – informação do Esporte Espetacular, programa dominical da TV Globo – para ir a um jogo de futebol na Argentina e reclamam quando ouvem sobre os dízimos. Sendo que Deus nos pede tão pouco comparado a tudo o que Ele nos dá! Um corinthiano chora na Argentina, pois acha que perdeu o ingresso, mas não chora por perder a salvação que Jesus lhe oferece de graça.
Eu entendo como podem adorar algo que não tem poder nenhum sobre suas vidas. É porque evidentemente não conhecem Aquele que tem. Mas eu não compreendo como, apesar de tantas evidências que Jesus dá a eles todos os dias, continuam de costas para o Mestre, dizendo com todas as letras: “eu não quero te conhecer”.
Eu quero ver os templos lotados como ficam os estádios de futebol. E quero ver irmãos se abraçando misericordiosamente, fortalecendo uns aos outros com palavras como “te vejo no Céu, hein” em vez de manos abraçando-se e fortalecendo uns aos outros com palavras como “VAI, CURINTIA!!! Vamu sê campião!” Eu quero ver a igreja gritar “Amém” e “Louvado seja Deus” em vez de ver a torcida gritar “gol” e “Le-le-le-ô le-le-le-ô le-le-le-á”.
É triste... as pessoas se preparam a semana inteira para ver o jogo do Corinthians e fazem até contagem regressiva: “É depois de amanhã, hein!”, “É amanhã, hein!”, “É hoje, hein! É hoje, mano”. No dia do jogo, saem correndo do trabalho, tomam banho e põem a camisa do Corinthians. Muitos oram, até lembram de Deus nessa hora. Estou usando o exemplo do Corinthians, porque fiquei impressionado com o que vi nas duas últimas semanas lá em São Paulo – primeiro com a classificação para a final, em cima do Santos e depois com o empate contra o Boca Juniors. Mas troquem o nome do Corinthians pelo de qualquer outro time e o texto continua o mesmo.
Quantos se preparam com o mesmo empenho para a volta do Senhor Jesus? Infelizmente tenho que me incluir nessa multidão que ora pouco, que lê pouco a Bíblia, vigia pouco e leva a mensagem da salvação aos outros com tanta timidez quanto medo! Infelizmente eu, que me digo cristão, não tenho a mesma audácia para defender Jesus que os corinthianos têm para defender o seu time. Tudo bem, eu sei que Jesus é um Deus vivo que não precisa ser defendido. Aliás, quem sou eu para fazer o que quer que seja por Quem já fez e continua fazendo tudo por mim? Os torcedores precisam defender seus times, pois trata-se de deuses mortos que não podem se defender sozinhos.
Mesmo entre os que dizem estar do lado vencedor, quantos estão fazendo contagem regressiva para a volta de Jesus? Quantos estão confessando seus pecados, arrependendo-se sinceramente, abandonando-os e pedindo ao Pai que os cubra com o manto da justiça do Filho, da mesma forma que os corinthianos vestem a camisa e dizem que é um manto sagrado, a segunda pele? A justiça de Cristo deveria ser a nossa segunda pele!
O Bando de Loucos é composto por muito mais gente do que a torcida do Corinthians. É bem provável que eles não aceitem este “absurdo”. Mas Jesus te aceita. Se você quiser entrar no time Dele, Ele vai te colocar na posição que você mais gosta de jogar. Você pode até se machucar. Claro, que jogador nunca se lesiona? Portanto, “não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo”. (Mateus 10:28)