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sábado, 23 de março de 2013

Carta pré-natal

Meu (minha) filho (a), seja bem-vindo (a)!

Eu ainda não te conheço, não sei como você é. Você também não me conhece nem sabe como eu sou. Você não conhece nem a minha voz, porque eu não estou perto de você nem da sua mãe. Papai do Céu está criando no papai da terra o verdadeiro amor de pai. Um dia você vai entender o significado da frase "a gente só dá valor quando perde". Eu só sei de uma coisa, meu (minha) filho (a): Deus nos ama demais, demais! E tudo o que acontece na nossa vida - até o sofrimento - tem um propósito divino que, na hora, a gente não entende, mas, pela fé, sabemos que um dia Jesus vai dizer: "as coisas contribuíram para o bem".
Quando eu olho as crianças na igreja, fico imaginando você. Loirinho (a) como eu. Inteligente como o papai e a mamãe. Mas inteligência não é nada sem sabedoria e, diz a Bíblia que o princípio da sabedoria é o temor do Senhor. Por isso, o papai ora para que o Senhor Jesus dê bastante, muita sabedoria ao papai e à mamãe para que possamos educá-lo (a) com muito amor, mostrando o caminho do Senhor para que você ande nele.
Oh, meu (minha) filho (a), você está chegando a um mundo maravilhoso, criado por um Deus maravilhoso, um Deus infinito em sabedoria e amor, de Quem você nunca vai se cansar de aprender. Eu quero te ensinar a amar esse Deus - que, aliás, é o único - assim como alguns pais ensinam seus filhos a amar times de futebol. Tenho certeza que você será muito feliz aqui! Entretanto, por mais feliz que você seja, não se acostume. Nós não somos daqui.

Com amor crescente,
do seu pai.

terça-feira, 19 de março de 2013

Estudo bíblico

Mãe e filho combinaram de se reencontrarem. Ela estava curiosa e ele ansioso por ensiná-la. Ela ainda não entendia o sábado, mas o Espírito Santo começava a tocar seu coração e ela já se questionava: afinal, se o sábado é ultrapassado e faz parte dos 10 mandamentos, matar e furtar também são. Mas por que as pessoas dizem que o quarto mandamento está ultrapassado, mas o sexto e o oitavo não? Todos eles têm a mesma idade!
- Mãe, a resposta a esta pergunta está aqui, em Tiago 2:10-11 “Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos. Porquanto aquele que disse: Não adulterarás; também ordenou: Não matarás. Ora, se não adulteras, porém matas, vens a ser transgressor da lei”.
Quer dizer que não guardar o sábado é tão grave quanto matar?
- Sim. Quer dizer... eu acho que sim. Não sei se existem graus de pecado. Crime é fazer ou deixar de fazer conforme está escrito na lei do país. Pecado é fazer ou deixar de fazer conforme está escrito na lei de Deus.

Silêncio. Ela pensava naquelas novas verdades, nas descobertas que vinha fazendo, guiada por seu guri. Pensava, remoía, perguntava e afinal lembrou-se do motivo do reencontro. Ele prometera revelar como escrever seu nome no Livro da Vida.

- Entregue sua vida a Jesus.
Mas eu já entreguei.
- Toda ela, mãe. Não apenas uma parte. Não apenas 80%. Não somente 90%. Mas 100%. Deixe-O fazer um milagre na sua vida.
- Mas como, filho? Como?
Deixe-me fazer uma pergunta: você ama quem você não conhece?
- Amo. Claro! Por que não?
Não era o que ele esperava ouvir. Então reformulou:
- Você ama mais quem você conhece ou quem você não conhece? 
- Ah! Entendi. Amo mais quem eu conheço.
- Claro! E quando você casou com o papai, você o amava, não? Porque o conhecia! Quando você casou com ele, você entregou sua vida a ele. Você confiava nele.
Claro! Se não, não me casaria.
- O ponto é: como você pode entregar a sua vida a Jesus, se você não O conhece, se você não se relaciona com Ele, se você não confia Nele?
E como posso fazer tudo isso?
Fale com Ele através da oração. Ouça-O lendo a Bíblia. Assim você O conhecerá. Com o tempo, você poderá ouvi-Lo mesmo sem ler a Bíblia... mas é claro que nunca deve deixar de estudá-Lo. O casamento não é assim? Se nos interessarmos por descobrir cada vez mais de nosso parceiro, poderemos ter um relacionamento maravilhoso. E Deus é infinito! Nunca vai acabar o que podemos descobrir Dele!
Você está falando igual pastor.
Você, quando eu era pré-adolescente, queria que eu fosse padre.
E depois virou ateu!
Padre não pode casar. Como ele pode pregar que a família é a base de tudo se ele nem tem uma? Que exemplo, que conselho pode um padre dar a um pai ou a uma mãe? Apenas teóricos, pois lhe falta a prática.

Ela torceu o nariz e mudou de assunto:

- Quer dizer que para eu escrever o meu nome no Livro da Vida, basta eu entregar minha vida a Jesus?
- Sim.
- Mais nada?
- Na verdade, Jesus também disse: “Quem crer e for batizado, será salvo”. (Marcos 16:16)
- Mas eu já sou batizada.
- Por imersão?
- O quê?
- Você, quando foi batizada, mergulhou num tanque batismal ou num rio?
- Não sei. Eu era nenezinha. Não me lembro. Mas acho que foi do mesmo jeito que você. Por aspersão. - disse a senhora sorrindo e lembrando-se do filho, quando bebê.
- Jesus, quando se batizou, já era adulto e mergulhou no rio Jordão.
- Mas Ele não teve oportunidade de se batizar antes.
- Mãe, tanto o pai quanto a mãe Dele eram judeus; José, o pai, era descendente de Israel, neto de Abraão. Será que Ele não teve mesmo OPORTUNIDADE de se batizar ou será que, um bebê não tem DISCERNIMENTO e SABEDORIA para entender das coisas de Deus e decidir entregar a própria vida a Jesus? Aliás, um bebê é incapaz de decidir qualquer coisa.
- Ai, menino, já fizeram uma lavagem cerebral em você. Eu sabia! Eles fazem isso mesmo! Você sempre foi “Maria vai com as outras”. De repente, tudo o que eu lhe ensinei a vida inteira, está errado. Agora quem está certa é a tua noiva.
- Por favor, mãe, isso não é uma briga familiar. Não foi você quem me ensinou errado. Não é a minha noiva quem me ensina certo. Infelizmente a sua igreja lhe ensinou tudo errado e engana milhões de pessoas Brasil afora. Você me ensinou o que você sabia. Para você, era certo e você estava acertando. Mas por que será que essa igreja não me cativou? Em João 8:32 está escrito: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Os ensinamentos da Igreja Adventista são baseados na Bíblia. Não fogem em nada da Bíblia. Isso é legal, porque não é uma interpretação. É o que está escrito e ponto final. Se você não gosta, não adianta brigar com o pastor. Vai brigar com Deus!
- Eu, hein! E como você sabe que a Bíblia da sua igreja é a correta e a da minha igreja não?
- A Bíblia é uma só, mãe. A sua igreja admite abertamente que mudou algumas coisas da Bíblia, porque tem “autoridade concedida por Deus para falar em nome Dele aos homens”. Se isso é verdade, eu quero ver a procuração.
- Pare de insinuar coisas. O que foi que a Igreja Católica mudou da Bíblia original?
- Por exemplo, mudou o dia semanal de descanso do sábado para o domingo. Por exemplo, criou a reza do terço. Por exemplo, criou o celibato. E, para não me alongar muito, um último exemplo: adora ídolos!
- Mas quem não adora ídolos?
- Os verdadeiros cristãos, porque sabem que somente o Deus criador é digno da nossa adoração.
- Sua avó dizia isso: adorar somente a Deus.
- Pois é... a verdade nunca muda.
- Mudou, oras. Você não disse que o dia de descanso mudou do sábado para o domingo?
- Eu não disse que mudou. Eu disse que a Igreja Católica mudou, mas até nisso eu errei, pois quem mudou, na verdade, foi o imperador romano Constantino. Um homem. Não Deus. Deus não muda nem há nEle sombra de mudança. O que Ele disse, está falado e ponto final.
- Isso é coisa antiga...
- Coisa antiga que continua atual.
- E se eu não quiser aceitar?
- Aí é contigo. Your decision, baby. Mas não há por que não aceitar. Ele nos respeita e não pede que façamos nada por obrigação, simplesmente para adquirir a salvação. A salvação é gratuita! Qualquer coisa que façamos por Deus, ainda é pouco. Nunca ficaremos quites com Ele, pois Ele deu a própria vida por nós. Já estamos salvos! Então, o mínimo que podemos fazer é também entregar a nossa vida a Ele. Permitir que Ele viva em nós e nos abençoe.

domingo, 10 de março de 2013

A graça dá o poder de libertar-se do pecado

Quando o apóstolo Paulo preparava-se para proferir seu tratado magnífico sobre justiça, ele fez a seguinte declaração: Mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça (Romanos 5:20). É muito importante para o homem cuja vida seja caracterizada por atos lascivos saber que, tanto quanto ele se entregou ao pecado, Deus tem uma medida muito maior de graça para vencer essa transgressão. Jesus veio ao mundo para destruir o poder do pecado sobre a vida do cristão. Paulo disse isso desse modo: Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente (Tito 2:11,12).
Sim, é verdade, a graça é o meio pelo qual a salvação está disponível para toda a humanidade. No entanto, é muito mais que isso. A graça é também um mestre, e sua matéria principal é ensinar a ter uma vida agradável a Deus. Quando aquela tentação surgir por meio de algo pecaminoso, a graça estará lá para nos ensinar a dizer: "Não". Quando surgir uma oportunidade para nos entregar a alguma paixão mundana, a graça nos instrui a renunciá-la. A graça diária de Deus não somente nos ajuda durante aqueles momentos de tentação, mas também é uma força ativa na vida do crente para "ter vida sóbria, justa e piedosa neste presente século".
É exatamente a que Paulo se referia quando disse: Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis suportar; antes, com a tentação, proverá também uma forma de escape" (1 Coríntios 10:13). É a graça de Deus que nos capacita a resistir ao desejo assolador pelo pecado. Em outras palavras, a atmosfera que fornece aceitação e perdão quando nos arrependemos é a mesma atmosfera santa que fornece um caminho por meio de toda tentação do pecado.
É meu testemunho que nos últimos 15 anos foi a graça de Deus que me impediu de me entregar à concupiscência poderosa por mulheres que outrora dominou minha vida. Somente para dar um exemplo, contarei um incidente que me aconteceu em 1988. Naquela ocasião, eu estava há três anos fora do pecado habitual. Estava no Texas, realizando uma conferência sobre o domínio do pecado sexual. Estava presente uma médica atraente, que parecia estar interessada no tema da palestra. Ela estava fazendo muitas perguntas e parecia relutante em ir embora depois da conferência.
O homem com quem eu estava viajando tinha outros compromissos e pediu a ela que me desse carona até a casa onde estávamos hospedados. Não pensei em coisa alguma naquele momento. Ela parecia estar interessada em se envolver com o projeto apresentado na palestra. Fiquei contente por ter a oportunidade de conversar com ela sobre o assunto. Entretanto, durante o trajeto da volta, comecei a notá-la fisicamente. Quando chegamos a casa, senti um desejo assolador tomar conta da minha mente. Como eu estava experimentando esse desejo inebriante por aquela mulher, ela deixou claro que estava disponível. Somente então, naquele momento crítico, até mais dominante do que a concupiscência, veio o medo de ser pego, se cometesse adultério. Esse medo que me envolvia por completo era tudo o que eu precisava para sair daquela situação.
Que exemplo da graça maravilhosa, sustentadora de Deus! Isso é o temor de Deus! É diferente de medo! É também medo, mas é uma reverência, um respeito pela consciência da PRESENÇA de Deus.
Se eu tivesse sido deixado por minha conta, teria jogado fora tudo o que o Senhor havia realizado em minha vida nos três anos anteriores. Teria abalado a confiança tão diligentemente restabelecida com minha esposa. Teria mergulhado nas profundezas do pecado mais uma vez. Não obstante, não fui deixado por minha conta! A graça de Deus estava ali para me fornecer um escape.
Se a Sua graça está ali para o cristão, por que alguns homens cedem continuamente às suas tentações? Embora eu não entenda completamente, permanecer em Cristo possibilita a graça de Deus sustentar o cristão. Como João disse: "E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há qualquer pecado. Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca, não o viu nem o conheceu. E aquele que guarda os seus mandamentos nele está, e ele nele. E nisto conhecemos que ele está em nós: pelo Espírito que nos tem dado" (1 João 3:5-6,24).
Deixe-me exemplificar como isso funciona de um modo prático. Já viajei muito. Certa vez, eu estava no aeroporto de Heathrow, fora de Londres; há uma passarela móvel que vai diretamente para o meio do terminal por provavelmente 800m. Existem várias lojas restaurantes e bares delineando cada lado. Se uma pessoa deseja encontrar o pecado, está ali à mão.
Usando esse aeroporto como uma ilustração da jornada cristã da vida, a escada rolante seria o objeto que representaria a graça. Conforme permaneço em Cristo, ela, de alguma maneira, mantém-me protegido de todas as tentações e ciladas deste mundo. Minha responsabilidade é permanecer na escada; o trabalho de Deus é me capacitar a vencer as tentações da vida. Manter um relacionamento dependente do Senhor todo dia, por meio da oração e estudo da Bíblia, mantém-me espiritualmente nutrido e firme na Escada. Esses são os meios que o Senhor usa para infundir em minha vida Seu poder. A passarela móvel é uma ilustração da graça de Deus que me transporta por meio de alguns lugares extremamente diabólicos. Não é meu esforço que me está transportando, é apenas o poder de Deus. Ele receberá toda a glória quando eu chegar ao Céu, porque estou completamente ciente de que não tenho força em mim mesmo para resistir a essas tentações. Sim, se eu estivesse inclinado a cometer pecado, poderia segurar no corrimão da escada rolante em qualquer momento durante minha passagem e visitar alguma livraria que oferecesse pornografia. Contudo, existe um corrimão espiritual chamado temor do Senhor, que foi estabelecido dentro de mim e atua como uma barreira, uma proteção para me impedir de andar errante nos engodos sempre presentes, oferecidos pelo espírito do mundo. Aqueles cujo temor de Deus foi paralisado pelos ensinos da "graça aguada" não desfrutam essa proteção. Em pior situação estão aqueles que andam errantes, livres da disciplina e da força espiritual resultantes de manter uma vida devocional diária.
Tenho uma compreensão melhor da Sua graça maravilhosa, porque tenho sido mantido por ela há muito tempo. Eu a vi operando em meu favor muitas vezes ao longo dos anos. No início de meu caminhar com o Senhor, eu não entendia a graça tão bem. Na realidade, tão espantoso quanto possa parecer, considerando-se a profundidade do pecado que eu estava envolvido outrora, tornei-me um tanto fariseu logo que comecei a andar em vitória sobre o pecado sexual. Eu me dava um crédito muito imerecido por minha libertação. Eu me tornei extremamente semelhante ao fariseu do capítulo 18 de Lucas quando disse: "O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou, porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana e dou os dízimos de tudo quanto possuo" (Lucas 18:11,12). Eu estava continuamente me comparando favoravelmente com os outros. Da mesma forma que esse fariseu, eu estava fazendo muitas coisas certas. Meu zelo pelo Senhor era intenso. Eu estava disposto a ter uma vida "totalmente dedicada" a Deus, sacrificando tudo o mais para servir-Lhe. Minha vida devocional estava firmemente estabelecida, mas havia-me esquecido do homem perverso que fui e de tudo o que o Senhor tinha feito por mim. Eu me tornei muito orgulhoso e farisaico.
Deus continuou a tratar comigo. Ele não estava disposto a me deixar nesse estado terrível. Um dia, em 1991, o Senhor me ajudou de uma maneira bastante inesperada. Eu estava preparando meu testemunho para compartilhar num programa de televisão, sabendo que talvez milhões de pessoas o ouviriam. Em meu íntimo, estava ansioso para compartilhar com o mundo como eu tinha vencido o pecado sexual. Todavia, Deus não divide Sua glória com outrem.
Durante aquela ocasião, eu estava pregando em várias igrejas pelo país. Naquele fim de semana em particular, eu havia sido convidado para realizar os cultos em uma igreja em Michigan. Moramos em Kentucky e normalmente minha esposa viaja comigo, mas ela estava com dor na lombar e decidiu ficar em casa. Eu teria de fazer o trajeto de seis horas sozinho. Não existia falta de confiança em mim.
Eu fiz o longo trajeto naquele dia, lutando, às vezes, com a tentação de entrar em alguma cidade e procurar por pornografia ou pior. Mas consegui subjugar esses pensamentos incessantes e cheguei a Michigan. Depois de abastecer meu carro em um posto de gasolina, entrei na loja para usar o banheiro. Passando por dentro da loja (para compreender melhor o que aconteceu em seguida, seria útil imaginar-me passando com minha aparência farisaica!), notei um homem parado na prateleira de revistas, olhando uma revista de mulheres seminuas. Eu passei por ele, espiando por cima de seus ombros esperando ver um corpo nu. Sem dúvida, a revista estava aberta com a foto pornográfica de alguma beldade escolhida para aquele mês.
Aquele único vislumbre de carne me perseguiu o fim de semana inteiro. De alguma maneira, realizei os cultos de domingo e, na segunda-feira de manhã, comecei minha viagem de volta para Kentucky. Assim que saí da residência paroquial, minha mente rapidamente se voltou para aquele posto de gasolina. "Não! Eu não vou parar e olhar para aquela revista!", exclamei para mim mesmo. Não importava o quão forte fosse a postura que tentasse tomar, a imagem da mulher continuava a me atormentar. Por fim, atingi a placa, indicando a saída a 1,6 km de distância. Não vou parar! Vou continuar com Deus!", gritei. "Glória a Deus, aleluia".
Quando o desvio apareceu, saí da auto-estrada, dirigi-me diretamente para aquele posto de gasolina, entrei e saturei minha mente com imagens daquela revista. Meu coração batia freneticamente conforme eu virava as páginas. Somente, então, uma voz sussurrou baixinho: "Fuja!"
Sabendo que era o Espírito Santo, saí imediatamente da loja e fiz o longo trajeto, cheio de culpa, para Kentucky. Durante os dias seguintes, eu me repreendia severamente e continuamente. Uma manhã, minha autocondenação atingiu o ponto máximo. "Como você pode ser tão estúpido! Aqui está você, prestes a falar em uma rádio nacional e você olhou para a pornografia! Seu imbecil!" O longo discurso continuou.
Antes de terminar a história, devo contar um incidente que me aconteceu dez anos antes disso. Eu era um cadete do departamento do xerife de Los Angeles. O treinamento de 18 semanas estava chegando ao fim. Eu era um dos afortunados que haviam suportado os rigores da Academia. Um terço da classe de 150 cadetes havia desistido. Aqueles que continuaram viviam um certo grau de medo de fazer qualquer coisa que pudesse levar à desqualificação.
Naquele dia em particular, os cadetes estavam viajando para o Pomona Fair Grounds, a fim de participar de um curso intensivo de dois dias em uma auto-escola. Havia uma pista de alta velocidade, montada com cones de estacionamento alaranjados na vasta área de asfalto. Finalmente chegou minha vez. A primeira coisa que notei no carro de radiopatrulha foi que ele estava equipado com um santo Antônio. Havia um capacete no banco de direção aguardando-me. "Entre, coloque seu capacete e tome seu assento", disse o instrutor destemido no banco do passageiro.
Fiz exatamente o que ele me mandou. Eu estava dirigindo muito rápido quando, para minha surpresa, o instrutor gritou: "Mais rápido!" Eu imediatamente respondi aumentando minha velocidade ainda mais. Eu estava voando pelas curvas e acelerando nas retas. Ao chegar a uma curva particularmente difícil, perdi o controle por um segundo e fui forçado a dirigir fora da pista. Imediatamente, topei com os cones novamente, voltando para a estrada e terminando o trajeto. Fiquei sentado em silêncio enquanto o instrutor preenchia sua papelada. Sabendo que eu havia saído da pista, lamentei: "Acho que fui reprovado". Eu estava aflito pensando em como aquilo prejudicaria minha graduação na academia.
- Reprovado? Por que acha que foi reprovado? - ele perguntou.
- Perdi o controle naquela curva e saí da pista - lamentei.
- Sim, mas você voltou rapidamente! Você se saiu muito bem! - ele exclamou.
Dez anos depois, quando eu estava em minha caminhada de oração matutina, agredindo-me por ter visto a pornografia no posto de gasolina, Deus falou comigo (mesmo depois de todos esses anos, meus olhos ainda se enchem de lágrimas quando me recordo desse incidente). Em um daqueles momentos revigorantes, eternos, revivi o incidente que aconteceu uma década antes, no carro de radiopatrulha. Agora era o Senhor falando. "Steve, você cometeu um pequeno erro. Mas você se saiu muito bem! Você ora todos os dias. Você persevera Comigo. Você é fiel à Palavra. Sim, você saiu do caminho por um momento, mas voltou rapidamente para ele!"
Recebi uma revelação verdadeira sobre a graça de Deus. A partir daquele dia, entendi que a minha vitória sobre o pecado não era por causa dos meus esforços, mas por causa da graça maravilhosa de Deus!



Steve Gallagher - No Altar da Idolatria Sexual - páginas 307, 308, 309, 310, 311, 312, 313 e 314

sexta-feira, 8 de março de 2013

Homem é nada sem mulher

Homem é nada sem mulher. Nem corno. Deus me livre! Um mundo sem mulheres seria mais feio, mais fedido, mais sujo e menos, muito menos feliz. Opinião de um cara solteiro, que vive com a mãe, que prefere pagar uma lavanderia a ter que lavar e passar roupa e come em restaurante, porque não sabe, não quer e não gosta de cozinhar. Aliás, o que é pior: fazer a própria comida, comer a comida que você fez ou lavar a louça depois?
Sim, mulher é a razão da vida dos homens. Por que queremos dinheiro? Para termos mulheres. Por que trabalhamos? Para ganhar dinheiro e levar nossas mulheres a bons lugares, para lhes dar presentes... Sem mulheres, sobrevivemos. Basta comer, dormir e se vestir. Mas vejam bem... sobrevivemos apenas. Viver, viver de verdade, só se for por uma mulher. Só se for com uma mulher. Só se for PARA uma mulher. Ou... para todas.

domingo, 3 de março de 2013

A graça fornece uma atmosfera de aceitação



Um dos aspectos mais importantes da graça de Deus é que ela fornece um abrigo seguro para o pecador arrependido. Quando um pecador habitual se arrepende, não precisa castigar-se mais com a condenação. Ele não tem de merecer seu caminho de volta para as “boas graças” do Pai. Quando ele confessa a iniquidade de seus atos e desvia-se deles, ele é imediatamente restaurado. Uma das parábolas maravilhosas que Jesus contou foi a do filho pródigo. Para entender o contexto exato do que Ele estava explicando, vamos incluir duas parábolas menores:

"E ele lhes propôs esta parábola, dizendo: Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e não vai após a perdida até que venha a achá-la? E achando-a, a põe sobre os seus ombros, gostoso; e, chegando em casa, convida os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida.
Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.
Ou qual mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até achar? E, achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida.
Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.
E disse: um certo homem tinha dois filhos; e o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.
E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou seus bens, vivendo dissolutamente.
E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra grande fome, e começou a padecer necessidades. E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar porcos. E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada.
E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui, pereço de fome! Levantar-me-ei e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros.
E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
E o filho disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho. 
Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lho um anel na mão, e alparcas nos pés; e trazei o bezerro cevado, e matai-o e comamos, e alegremo-nos; porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido e foi achado.
E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças. E, chamando um dos servos, perguntou o que era aquilo. E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou um bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo.
Mas ele se indignou e não queria entrar.
E, saindo o pai, instava com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com meus amigos; vindo porém este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado.
Mas o pai lhe respondeu: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas; mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; e tinha-se perdido e achou-se". (Lucas 15:3 -32)


Essas histórias ilustram maravilhosamente a graça de Deus. Embora quase não necessitem de explicação, deixe-me fazer três pequenas observações. Primeiro, elas foram contadas a um grupo de fariseus zangados, que se consideravam virtuosos, mas estavam descontentes com Jesus, porque ele comia com publicanos e pecadores. Jesus enfatizava o quanto Deus se regozija quando um pecador se arrepende. Essa questão foi habilmente inculcada na parábola do filho pródigo pelo sentimento contrastante do irmão mais velho, que não sentiu alegria alguma pelo arrependimento do próprio irmão. Ele só conseguia ver os erros passados e as decepções do seu irmão.
Em segundo lugar, observe a atmosfera de aceitação que o amor do pai criou. Um dos aspectos elementares da graça de Deus é que Ele sempre aceita o coração penitente - não importa quão horrendo seja o pecado! Quando um pecador se aproxima de Deus em arrependimento, não importa o que ele tenha feito, a lousa é apagada! Não há condenação; não há subterfúgios. Só há uma aceitação jubilosa de Deus, o Pai.
A terceira coisa que chamarei a atenção é que o pai não correu atrás do filho em uma tentativa de fazer algum acordo: "Escute aqui, filho, vamos conversar sobre isso. Por que você não fica em casa? Você está mais seguro aqui. Sei que você está passando por um momento difícil agora. Não me meterei com seus assuntos pessoais. Eu o amo. Você pode ter seus vícios, mas, por favor, venha para casa". Em vez disso, o pai o deixou ir e deu-lhe o que ele queria. Porém, quando o filho estava voltando, o pai correu para abraçá-lo e recebê-lo em casa, onde ele pertencia. Depois de imediatamente restaurá-lo em seu legítimo lugar, o pai explicou ao seu confuso e impiedoso filho mais velho: "Mas era justo alegrarmo-nos e regozijarmo-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado". (verso 32)

sexta-feira, 1 de março de 2013

A graça que salva do pecado

Uma das razões pelas quais saímos do caminho da doutrina neste século é porque tem ocorrido um declínio gradual, mas definido, da percepção da natureza maligna do pecado. Aqueles que têm uma compreensão superficial do horror do pecado tomarão uma posição fraca contra ele. Não tenho um grau de doutorado em Teologia, contudo, por muitos anos estudei os ensinos de homens de Deus dos últimos séculos, e há uma diferença acentuada em sua abordagem para o pecado do que aquilo que está generalizado na igreja hoje. Essa perda coletiva da vergonha do pecado foi promovida pelos ensinos de "hiper-graça", que floresceram em nossa época. O Dr. Michael Brown escreve o seguinte:

Existe um oceano de graça esperando por nós, convidando-nos para mergulharmos e nadarmos. Não existe fim para sua profundidade ou duração e, mesmo ao longo das eras infinitas de eternidade, reverenciaremos a maravilha disso tudo. A tragédia é que muitos pregadores e mestres de hoje involuntariamente distorceram a graça de Deus, transformando-a em praticamente licença para pecar. E, ao fazer isso, eles rebaixaram seu poder e aviltaram seu valor. Eles poluíram as águas santas que fluem do trono de Deus.

Posso ser inteiramente honesto com você? Creio que a graça é um dos assuntos mais mal-compreendidos da Igreja contemporânea. Por um lado, existem legalistas que parecem esquecer que a salvação é pela graça por meio da fé, e não por obras. Eles transformaram o cristianismo em uma religião morta, flagelada pela futilidade e marcada por um esforço humano sempre deficiente.
Por outro lado, existem líderes que parecem esquecer que a salvação pela graça inclui a libertação do pecado como também o perdão do pecado. Eles transformam o cristianismo em uma religião que "salva", mas não transforma. Ambas as posições estão erradas. Erradíssimas!

Ao lidar com homens freqüentadores de igreja que não são salvos e/ou são apóstatas, é importante entender que a graça de Deus não é um problema, a menos que a pessoa deseje continuar presa a seu pecado. Infelizmente existem muitos que não querem ser salvos de seus pecados; eles só querem ser salvos do inferno. Nas palavras de um pastor batista dos tempos passados: "É como o ladrão não-arrependido que chegou perante o juiz suplicando para não ser enviado para a prisão. Ele não tinha a intenção de parar com o comportamento que o deixou em apuros. Ele só queria escapar de uma sentença".
Deus espera que o pecador confesse e se arrependa. Conforme declarado pelo apóstolo João: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 João 1:9). Aqueles que imaginam que podem continuar sem arrependimento por seu pecado estão dizendo: "Não quero ser limpo; só quero ser perdoado".
William Barclay disse o seguinte:

A graça não é somente um dom, é uma séria responsabilidade. Um homem não pode continuar levando a vida que tinha antes de encontrar Jesus Cristo. Ele deve ser vestido com uma nova pureza, com uma nova santidade e com uma nova bondade. A porta está aberta ao pecador, mas não para vir e permanecer pecador. E sim para vir e tornar-se um santo.