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domingo, 6 de novembro de 2011

Abençoado sábado

Foi mais um sábado glorioso! Já perdi as contas de quantos sábados guardei, mas uma coisa posso lhes garantir: se continuo fazendo algo, é porque é bom, legal ou para terminar logo. Trabalhar, por exemplo, não é bom nem legal. Faço na esperança de terminar logo; mas, como nunca termina, sinto como se estivesse enxugando gelo. A semana foi estressante! Fiquei irado por ter que pagar as horas de greve e estou perdendo dias da minha vida inteiros lá dentro. É bem mais fácil encarar a prisão quando é em regime semi-aberto e você tem as manhãs ou as tardes livres; mas em regime fechado é enlouquecedor!
Então eu precisava deste sábado e finalmente pude entender a citação bíblica que diz: “o sábado foi estabelecido por causa do homem e não o homem por causa do sábado ”. (Marcos 2:27) Depois de uma semana horrível em que, além de tudo, magoei e fui magoado por causa de algo que deve ser a quinta prioridade da nossa vida, o sábado foi um dia abençoado, que purificou o meu coração e restabeleceu as minhas energias. Para isso o sábado foi estabelecido na Criação. E foi ótimo porque ainda pude exaltá-lo para a dona da pousada.

Estava eu vestido para ir à igreja da mesma forma que me visto para ir trabalhar. A mulher confundiu-se, pensou que eu ia trabalhar e comentou, estranhando:


- Vai trabalhar hoje?
- Nããããooo (creio que a maioria dos meus leitores conhece esse meu “não” prolongado). Hoje não é dia de trabalhar.

E saí. Mas esqueci minha garrafinha de água e voltei. Deixei a Bíblia e o livro que estou lendo em cima do balcão e fui até o quarto buscar minha garrafa de água. Ao voltar, como sei que ela é evangélica, exclamei:


- Hoje é o sétimo dia!
- Sétimo dia do quê? - perguntou-me.
- Sétimo dia da semana. Dia em que ATÉ Deus descansou de sua criação, abençoou e santificou. (Gênesis 2:3)
- Ah, vai na igreja...
- Sim, hoje é um dia especial para adorar a Deus!

E porque eu não profanei o sábado do Senhor e o exaltei logo pela manhã, Deus me concedeu mais bênçãos que ajudaram a purificar o meu coração. Subi no ônibus, passei a roleta, sentei ao lado de uma garota e ameacei pegar o livro que estou lendo, quando a garota perguntou-me:

- É o novo dele?
- Não sei; eu ganhei. Vamos ver... huuumm... é de 2009! É novo, sim, mas não tanto. Pra mim, é novo. Ganhei neste ano.


O livro é de Alejandro Bullón, o pastor que, do meu ponto de vista, é o mais conhecido entre os adventistas. Outro dia, na igreja, uma senhora pediu-me para vê-lo. E o que chama a atenção das pessoas é o nome do autor, pois todos falam com intimidade sobre ele. É engraçado. Se alguém fala em Bullón, pode crer que é adventista.

Ela perguntou a qual igreja eu pertencia, eu disse e perguntei a ela se ela estava indo para a igreja também. Ela disse com um peso na voz que denunciou todo o peso da consciência dela que estava indo trabalhar. Eu compreendi o dilema daquela garota, pois uma coisa é errar sem saber que está errando e a outra é errar sabendo. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. (João 8:32) Mas quem era eu, naquele momento, para condenar aquela jovem? Quem sou eu agora para condenar quem quer que seja? Sou tão pecador quanto ela, quanto qualquer um de vocês e foi fácil ter empatia com ela, pois a minha semana foi ruim exatamente por eu me desviar dos caminhos de Deus. Reclamei demais por ter que repor as horas de greve. Mandei e-mails revoltados, xinguei pelo MSN e até escrevi um texto, onde deixei escapar palavrões depois de muito tempo (desde que xinguei o Lula, na verdade, e disseram que palavras de baixo calão não combinam com o meu blog, procurei me conter).

Paulo alerta em Filipenses 2:14: “Fazei tudo sem murmurações nem contendas” e eu murmurei demais essa semana. Senti-me culpado, pedi perdão a Deus e, ao abrir a Sua palavra, não havia condenação ou repreensão; mas amor e misericórdia. Que Deus maravilhoso! Que amor infinito! A gente erra, peca, erra de novo a mesma coisa e pelo mesmo motivo e Ele está de braços abertos e sorriso no rosto. Nós não merecemos tanto amor! Somos reles, porcos, nojentos, fazemos tudo para desagaradá-Lo e Ele continua nos chamando, nos querendo.

Sentindo empatia pela menina, eu disse a ela que é complicado, pois muitas vezes o mundo nos oferece coisas maravilhosas e das quais precisamos muito e não conseguimos resistir. Então ela mesma reconheceu que não conseguimos resistir por falta de fé:

- Faltou fé na certeza de que Jesus teria algo melhor para mim no futuro. Eu caí na primeira tentação.
- Não se preocupe. Nosso Deus tem um amor infinito; Ele sabe que você está arrependida e pode perdoá-la. Vou orar para que você consiga um emprego onde trabalhe só de segunda a sexta. Deixe-me apenas contar-lhe uma história: eu vou me casar e preciso falar com o pastor da minha igreja, porque ele é um homem abençoado, um cara assim... sabe... muito difícil explicar... não há palavras... mas eu ficaria muito feliz se ele pudesse realizar o nosso casamento, porque ele é fantástico! Semana passada, eu tentei falar com ele, mas em cada vez que eu ia começar, a gente era interrompido por alguém. Sabe aquelas coisas que acontecem para impedir mesmo? Então... beleza! Eu falei: “deixa pra semana que vem”. Só que ontem eu estava lendo a Bíblia e me deparei com Isaías 58:13-14. Putz, mas acho que nem vou ler pra você, porque serve pra você também.

Bem... ela insistiu e acabei lendo. Fiquei muito feliz, pois senti que Deus me usou como instrumento para corrigir o caminho daquela moça. O nome dela é Carol, se vocês quiserem orar por ela... a referida passagem dizia: “Se desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no meu santo dia; se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do SENHOR, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falando palavras vãs, então, te farei cavalgar sobre os altos da terra e te sustentarei com a herança de Jacó, teu pai, porque a boca do SENHOR o disse”. E quando a boca do Senhor diz, amigo, pode escrever. E digo isso não por fanatismo, mas baseado na própria Bíblia. Após o dilúvio, Deus prometeu que nunca mais mandaria outra coisa semelhante para acabar com a raça humana. “Não tornarei a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque é mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade; nem tornarei a ferir todo vivente, como fiz”. (Gênesis 8:21) E até os dias de hoje, a promessa tem sido cumprida.

Então, porque convidar o pastor para fazer o meu casamento, é assunto de interesse pessoal, deixei de fazer.
É uma bênção atrás da outra quando fazemos a vontade Dele. Depois disso, começou a chover. Forte, muito forte. Eu estava no ônibus, desci no terminal Papicu (sim, em Fortaleza existe um bairro chamado Papicu) e continuou chovendo. Peguei outro ônibus e ainda chovia. Quando chegou na hora de eu descer, coincidentemente parou de chover. Coincidência? Milagre? Natureza? Deus? Vocês decidem!

Na igreja, pude louvar a Deus com cânticos bem alegres e esclarecer minhas dúvidas a respeito desse amor infinito, louco de Deus. Ou melhor, não esclareci nada. Eu percebi que todos os irmãos tem as mesmas dúvidas. Inclusive o pastor. A única coisa que pôde acalmar o meu coração foi aquela frase: aceite o que você não pode entender. O amor de Deus está além da nossa compreensão. Basta aceitar. E pronto!
Foi um feliz sábado!
Desejo que todos vocês possam descobrir e aceitar o “louco” amor que Jesus lhes está oferecendo.

Um fraterno abraço!

Um comentário:

  1. Talvez toda esta hostilidade seja por ser um trabalho que você não goste ou que não encontrou um sentido para ele, mas na verdade você não esta perdendo dias de sua vida, você esta apenas compensando os outros que você ganhou na paralisação, o jogo acaba empatado, pois hoje no horário destinado aos seus problemas pessoais você tem que resolver os profissionais, mas na paralisação fora dedicado horas à sua vida pessoal, enquanto deveria ser utilizada em sua vida profissional.

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