Seguidores

domingo, 5 de dezembro de 2010

Festa de Confraternização BB 2010

Aconteceu ontem (04/12) a festa de confraternização dos funcionários do Banco do Brasil que atuam na Grande São Paulo.
Nos anos anteriores, a tal festa abrigava colegas do estado inteiro; porém, este ano, com a incorporação dos colegas oriundos do Banco Nossa Caixa, mesmo o enorme espaço do Estância Alto da Serra (casa de shows sertanejos localizado na estrada velha de Santos) ficaria pequeno e a Superintendência Estadual resolveu restringir o público. Evidentemente, litoral e interior terão as festas deles.
O que já era bom ficou ainda melhor. Mini-pizzas, espetos de carne, lingüiça, frango, coração, carne moída e queijo coalho, hambúrgueres, hot-dogs, pipocas, algodões doces e picolés à vontade para os funcionários, amigos e parentes se matarem de comer. Este ano a cerveja era melhor do que a do ano passado (Skol em vez de Itaipava) e esperamos que no ano que vem tenha Coca-Cola em vez de Pepsi, Fanta em vez de Sukita, mas que mantenham o Guaraná Antactica que tinha neste ano.
As novidades deste ano foram a possibilidade de atravessar o lago do Estância fazendo tirolesa ou por uma ponte montada com a dificuldade que os praticantes de arvorismo exigem. Outra novidade foi o espaço Wii, onde crianças e adultos podiam jogar uma partida dos diversos jogos do videogame da Nintendo.
Havia também a Roleta da Sorte, logo apelidada pelos criativos funcionários do banco de “Senta e Roda”. Claro, não era uma roleta normal. Você dava um clique no mouse do computador e ela girava. Obviamente viciada. A maioria ganhava um FELIZ NATAL E ATÉ O ANO QUE VEM. E já que eu ganhei um isso também, aproveitei para ganhar um beijinho e um abraço da bela morena que estava lá na coordenação do “Senta e Roda”. Melhor do que a outra possibilidade levantada por um dos criativos colegas: um OUROCAP PM-40 com a primeira parcela paga. As outras, é por sua conta. Dispenso. Muito obrigado.
Geralmente encontro alguns colegas do passado, mas neste ano não encontrei ninguém. Só duas colegas do presente.
A banda que tentou animar os funcionários foi a Blitz, mas só conseguiu mesmo quando tocou seus sucessos do passado. As atuais dificilmente alguém conhece. Tanto que repetiram A DOIS PASSOS DO PARAÍSO e PERDI MEU AMOR.
Vi um colega com uma camiseta muito engraçada: estava escrito SÓ ME FODO NESSA MERDA.
Comer e beber de graça é sempre bom. E depois de nos foder o ano inteiro, é o mínimo que o banco pode fazer pela gente. Enfim, muito obrigado Superintendência Estadual de São Paulo do Banco do Brasil.

domingo, 28 de novembro de 2010

Estupro do Alemão

Há pouco mais de uma hora, o corpo da Polícia está dentro do Alemão. Como foi uma invasão, podemos dizer que o Alemão foi estuprado. O Schumacher está virando Schumaka.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Música em homenagem ao dia de eleição

Nasci em 1983 e dois anos depois aconteceram as Diretas Já, quando o povo brasileiro adquiriu o direito de eleger seus representantes através de Eleições Diretas. Portanto, não vivi no tempo em que não tínhamos o direito de eleger quem bem entendêssemos (ainda não temos, mas isso é assunto para outro artigo), mas gosto do dia da eleição como se tivesse vivido naquele tempo.
No primeiro turno, escrevi uma crônica falando da grande festa que se tornou esse dia. Agora, no segundo turno, fiz uma readaptação da música DIA DE RODEIO, do Lenadro & Leonardo, pois acho que é uma música que expressa o sentimento de um dia especial.
Ao contrário da semana passada, vou escrever a letra da música original, primeiro para vocês:

DIA DE RODEIO

DOMINGO DE MANHÃ, DOU UM TRATO NA FIVELA,
CALÇA DESBOTADA, NO CORDÃO O NOME DELA,
EU TO NO MEIO...
É DIA DE RODEIO.

O SOL NEM BEM NASCEU E JÁ ME PEGA NO CAMINHO,
VOU COM DEUS, NOSSA SENHORA... NÃO SEI ANDAR SOZINHO,
EU CHEGO REIO...
JÁ TO PRA LÁ DO MEIO.

EU CHAMO NA ESPORA E VAMO EMBORA QUE HOJE É DIA DE RODEIO.

A FESTA TA BONITA, TEM PEÃO RODANDO O LAÇO;
DA LOIRA, EU QUERO UM BEIJO E DA MORENA, UM ABRAÇO;
EU TO NO MEIO...
É DIA DE RODEIO.

TEM UM SANFONEIRO PRA NINGUÉM FICAR PARADO,
PRO CARA QUE É SOLTEIRO, TEM MULHER PRA TODO LADO
E QUEM NÃO VEIO...
TEM ATÉ PRA BICHO FEIO.

CHEGA DE CONVERSA E VAMO NESSA QUE HOJE É DIA DE RODEIO.

TA BOM QUE TA DANADO.
E A GENTE NÃO TEM PRESSA.
DAQUI NINGUÉM ME TIRA.
O BAILÃO TA BOM À BEÇA.

BOTA NA BANGUELA.
TIRA O PÉ DO FREIO.
O DIA ESTÁ TÃO LINDO!
É DIA DE RODEIO.

Agora mais uma adaptação da Young Dragon Music:

DIA DE ELEIÇÃO

DOMINGO DE MANHÃ, APANHO OS MEUS DOCUMENTOS,
CALÇA DESBOTADA, NO CORAÇÃO UM SENTIMENTO
DE ALEGRIA...
É DIA DE ELEIÇÃO.

O SOL NEM BEM NASCEU E JÁ ME PEGA NO CAMINHO,
VOU COM DEUS, NOSSA SENHORA... NÃO SEI ANDAR SOZINHO,
É EMOÇÃO...
É DIA DE ELEIÇÃO.

EU CHAMO NA ESPORA E VAMO EMBORA QUE HOJE É DIA DE ELEIÇÃO.

A FESTA ESTÁ BONITA, A FAMÍLIA ESTÁ VOTANDO,
A URNA FUNCIONANDO, ENERGIA ESTÁ SOBRANDO,
É EMOÇÃO...
É DIA DE ELEIÇÃO.

TEM MESÁRIAS LINDAS PRA NINGUÉM FICAR PARADO,
DA LOIRA, EU QUERO UM BEIJO E DA MORENA, UM ABRAÇO
E QUEM NÃO VEIO...
É A CHAMADA ABSTENÇÃO.

CHEGA DE CONVERSA E VAMO NESSA QUE HOJE É DIA DE ELEIÇÃO.

TA BOM QUE TA DANADO.
E A GENTE NÃO TEM PRESSA.
DA SEÇÃO, NINGUÉM ME TIRA.
ELEIÇÃO É BOM À BEÇA.

TIRA O DEDO DA ARMA.
BOTA AQUI NA URNA.
O DIA ESTÁ TÃO LINDO!
É DIA DE ELEIÇÃO.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Melodia do Serra

Vocês sabem qual é a melô do Serra? Pois é, hoje eu estava ouvindo uma canção do grupo Exaltasamba – e era uma canção que eu já tinha ouvido várias vezes, mas hoje deu aquele click na minha mente. Como a música inteira, ao pé da letra, não seria fiel à campanha, fui obrigado a fazer minhas próprias adaptações. Vamos lá! O nome da música, para quem quiser procurar no Youtube, é TCHAU E BENÇA.

Agora vem aqui
Dizer que vai mudar
Dá vontade de rir
Não dá pra acreditar.

Chega de fingir
Que papelão!
Já me decidi:
Vou de Dilmão.

O que eu posso fazer,
Se ele vai privatizar,
Onde eu já trabalhei?
Sinto, não posso votar.

Eu já não me sinto bem
Na sua presença,
Seu tempo acabou,
Vai, tchau e bença.


Perdoem-me pelo “bença” do final, mas foi assim que o compositor escreveu a letra. A crítica da minha colega de trabalho Aline Alvarez é totalmente procedente nesse sentido. Onde já se viu transformarem “benção” em “bença” só para rimar com a palavra “presença”? Só podia mesmo ter sido feita por um grupo de pagode e apreciada por corinthianos!
Opa! Antes de me criticarem, já faço a autocrítica: sim, eu aprecio a música e canto errado e também não mudei a letra na minha adaptação.

sábado, 16 de outubro de 2010

Ter passado político nem sempre é vantajoso

Na propaganda política de Serra, fala-se sobre o passado (sujo, diga-se de passagem) político do candidato. Ele se gaba de ter sido prefeito da terceira maior cidade do mundo. Não aguentou a pressão e largou o barco antes do final do mandato. Diz ter sido governador do estado de São Paulo, mas não fala – nem deveria – que faltou coragem para acabar com a Progressão Continuada, eufemismo para Aprovação Automática, que faz com que o indivíduo conclua o Ensino Fundamental sem saber que é “analfabeto funcional”.
Serra promete R$ 600,00 de salário mínimo já no primeiro ano de governo. Ou ele mente ou é mesmo um economista de araque, uma vez que, se fizer isso, perderíamos o controle da inflação.
Além disso, na tarde deste sábado, peguei um jornalzinho do PSDB que estava sendo distribuído gratuitamente em Diadema. Vinha lendo e caminhando na rua. Obviamente não vi o degrau na minha frente, tropecei e caí. Sou supersticioso, joguei o jornal rapidamente fora e me benzi. Dizem que o Serra parece o Conde Drácula... para mim, isso já foi um sinal de mau-agouro.
Em 2014, quando Alckmin completar seu terceiro mandato à frente do governo paulista, o PSDB terá completado 20 anos no comando desse estado. Por que o PT não pode fazer o mesmo no comando da Federação?
Não sei se Dilma é a melhor opção para liderar o meu país. Mas tenho certeza de que José Serra não é.
Dizem que política e religião são assuntos que não tem discussão. Vai ver é por isso que a religião está decidindo essa eleição... E sabem por que a Igreja Católica é contra o aborto? Para não faltar criancinhas para os padres pedófilos. HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Dia de eleição e algo a mais...

Foi um grande dia! Como sempre são os dias de eleição! Famílias vão juntas votar. Pais levam os filhos. Avós levam os netos. E que criança não gosta de apertar botão? O mais importante é que elas aprendam que aquele simples apertar de botão muda o futuro delas. E também o quanto seus antepassados lutaram para que pudéssemos apertar esses botões.
No interior, a festa acontece no sentido literal. Pais compram carne, carvão, armam a churrasqueira, porque os filhos e sobrinhos se reunirão na cidade natal para votar. Talvez por isso ninguém transfira o domicílio eleitoral para onde, de fato, suas vidas acontecem. Pode ser que essa seja a única oportunidade de rever todo mundo. E ainda bem que o voto é obrigatório! Se não, nem nessa ocasião.
Até nós, aqui da capital, revemos pessoas que fizeram parte da nossa infância, que brincaram conosco, que brigaram conosco e descobrimos que fulano morreu, que sicrano casou e que beltrano está preso por não pagar pensão alimentícia.
Namorados vão juntos votar e tem também quem começa a namorar no dia da eleição.
Tem torcedor que vai votar com as camisas e agasalhos do time do coração, mas tem também torcedor de partido, como o eleitor que pediu para a esposa fotografá-lo ao lado da urna, com o broche do PSDB, fazendo o V da vitória com os dedos.
Quanto aos torcedores de futebol, fiquei me perguntando se votar com a camisa do Palmeiras, do Goiás, do Guarani, do Coritiba, entre outros, não seria alusão ao Partido Verde. E não consegui segurar o riso quando peguei o documento de identidade do senhor Ricardo Verde, olhei para ele e o vi com o agasalho do São Paulo. O pai dele tinha certeza de que ele seria palmeirense... Coitado!
Meu compromisso com o país fora marcado há dois meses pela Juíza Eleitoral Maria Isabel Caponero Cogan e, na véspera, até saí mais cedo de uma festa de aniversário.
Porém, como bom brasileiro, cheguei 15 minutos atrasado. Minhas colegas de seção já estavam lá e essa é outra observação que eu gostaria de deixar registrada: abaixo da Juíza Eleitoral, muitas mulheres presidiram as seções. Provavelmente será também uma mulher que presidirá a República Federativa do Brasil e, assim, elas começam a reconquistar o mundo.
Foi um dia especial! Um dia em que a grande vitoriosa saiu da disputa e que a grande derrotada foi, na verdade, a mais votada.
Na capital paulista, fez frio, ficou nublado e choveu. Mas no coração de cada eleitor brasileiro fez sol, calor e um céu azul e sem nuvens. Que venha o segundo turno!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Greve pra mais de mês

Cheguei a tempo de ouvir a comemoração. Alguns colegas saindo, outros pegando material para os piquetes, mas não a tempo de “erguer as mãos e dar glória a Deus” (ou seja, votar pela greve). Se eu tivesse me programado, não teria dado tão certo. Foi chegar e saber o resultado:
- E aí, o que vocês decidiram?
- Vamos para a greve!
- A partir de amanhã?
- Sim. A partir das 0h.
- Tempo indeterminado?
- Isso mesmo.
Informado acerca do resultado, vim-me embora para casa fazendo contas. Se a greve dos bancários (categoria desunida) começar forte (o que, em 7 anos, nunca vi), pode ser que os bancos convoquem o sindicato para reunião na terça-feira.
Se a reunião começar e terminar na terça-feira (por enquanto, estou trabalhando apenas com o melhor dos cenários, hein), o sindicato pode convocar Assembléia na quarta-feira e a categoria deve rejeitar a proposta. Quase sempre é isso o que acontece. Ninguém aceita a primeira proposta logo de cara. Vem o feriado e, caso a greve continue forte, pode haver outra reunião na quinta ou na sexta-feira. O sindicato convoca Assembléia, que aprova a proposta e voltam a trabalhar na terça pós-feriado.
Pensando agora no cenário mais realista (eu não diria o pior), a greve começa fraca e os bancos esperam para ver como será a adesão ao movimento. Portanto essa semana já morreu. Conforme a greve vai ficando mais forte, eles sentem-se mais pressionados a fazer uma proposta. Porém, se não chamarem o sindicato para reunião até quarta, quinta e sexta é que não acontece nada (véspera e antevéspera de feriado). Acho que vou viajar mais cedo nesse feriado...
Os banqueiros só voltam do feriado na quarta-feira, enquanto os sindicalistas vão tentar emendar com o feriado de Finados (em 2 de novembro). Com sorte, a primeira reunião para proposta acontecerá só lá para o dia 20 ou 21 de outubro. Isso pode ser perigoso para a categoria também, porque greves muito longas tendem a enfraquecer. Aos poucos, as pessoas começam a voltar ao trabalho, contra a vontade da maioria. Então, pode ser que a maioria, em Assembléia, opte por aceitar a primeira proposta, logo de cara.
Mas vamos admitir que os bancários sejam tão bons negociadores quando se trata dos seus direitos, quanto são para vender seguros de vida, títulos de capitalização e outras bugigangas. Qualquer negociador, por mais amador que seja, sabe que sempre é possível melhorar a primeira proposta. Os bancários não aceitam e decidem continuar em greve. Se houver outra reunião uma semana depois, novamente terá que ser até quarta-feira (27 de outubro), pois de novo será semana que precede feriado. Então ou os bancários aceitam a proposta e voltam a trabalhar na véspera do feriado ou a decisão será adiada para depois. Isso é greve pra mais de mês.
Vamos planejar 2011, porque 2010 já foi.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Breve história das duas últimas décadas

Em 2002, quando Lula foi eleito, o Brasil parecia estar num beco sem saída: éramos reféns do FMI e estávamos a um passo da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas).
Lendo o caderno DINHEIRO, na FOLHA DE SÃO PAULO, ou ECONOMIA, no ESTADO DE SÃO PAULO, concluíamos que o Brasil precisava fazer algumas coisas diferentes do que mandava o FMI. Mas não podia. Era preciso seguir as diretrizes do Fundo Monetário Internacional. Não tínhamos autonomia para mandar no quintal da nossa própria casa e isso não era um absurdo!
Após a moratória decretada por José Deus nos Livre da Reeleição Sarney, era preciso recuperar nossa credibilidade. Mostrar-nos novamente dignos de confiança. A única maneira de fazer isso era obedecer ao FMI e pagar a dívida.
Depois do controle da inflação, esse foi o maior mérito do governo FHC: recuperou a confiança dos investidores internacionais e voltou a atrair dólares para o Brasil. O problema é que, a cada crise internacional (Tigres Asiátcos – 1996, Rússia – 1998 e Argentina – 2001), os dólares fugiam.
Em 1999, a equipe econômica de Fernando Henrique Cardoso decidiu desvalorizar o real, visando incentivar as exportações, melhor maneira de atrair dólares em caráter definitivo. Essa medida mostrou-se inteligentemente acertada, pois, após dois anos, a Argentina teimosa, por insistir no modelo do câmbio fixo (um dólar era igual a um peso argentino), naufragou. Pois é... ouço vozes do passado me dizendo que a Argentina naufragou porque o peso argentino ficou pesado demais.
No final de 2002, o Brasil estava à deriva. O comandante não estava no barco, pois o comandante era o FMI. Insistíamos no comércio com um MERCOSUL falido, onde, por ser o mais forte, sempre saíamos perdendo (por mais paradoxal que isso seja. Afinal, no mundo real, a regra é que o mais forte sempre vença. E o pior é que isso aconteceu, de fato, no mundo real). MERCOSUL esse que evoluiria na direção da ALCA, onde os países da América Latina não passariam de um grande depósito de lixo dos Estados Unidos.
Tornara-se rotina obedecer ao FMI e pagar as parcelas em dia. Não que isso estivesse errado. Quem tem dívida, deve pagar. Mas ninguém pode viver só para pagar dívidas. O modelo neoliberal, que vinha sendo usado até então, não servia mais. Precisávamos de outra coisa. Qualquer outra coisa, fosse o que fosse.
Lula era essa qualquer outra coisa. Era a nossa tábua de salvação. O nosso Messias. Barbudo e tudo. Mais maduro, porém, prometera não cometer loucuras econômicas. Mas quem acreditou? Lá se foram os dólares novamente. Dessa vez, por pouco tempo. Uma linda atitude dos dois governos serviu para acalmar os ânimos: formou-se uma equipe de transição, composta por membros do governo Fernando Henrique e membros do futuro governo Lula. Agora só faltava uma coisa e Lula não demorou a fazer: anunciou que Antonio Palocci seria o Ministro da Fazenda e este garantiu que a política econômica do governo anterior seria mantida.
Além dos investimentos estrangeiros terem voltado com força, as exportações brasileiras iam de vento em popa, pois a economia mundial vivia tempos áureos. Sim, Lula teve sorte por “coincidir” estar no governo durante o período da expansão da economia no mundo inteiro. Mas lembremos que “sorte é o encontro da oportunidade com a capacidade” e que ela sempre procura aqueles que têm objetivos claramente definidos.
O governo Lula fez mais economia do que o necessário para pagar juros (superávit primário) e pagou mais do que os juros da dívida. Pagou o principal!
Talvez a maioria não se lembre como era ruim ser escravo do FMI. É como ser sustentado pelos pais. Ou pelo cônjuge. Ou pelos filhos. Não se tem vida própria, pois quem detém o domínio econômico, detém também o domínio político. “Enquanto você morar na minha casa, submeter-se-á às minhas regras”. Porém, uma vez livres do FMI, podíamos finalmente mandar na nossa própria casa.
Esse foi o maior feito do governo Lula! Apesar de todos os posteriores terem sido relvantes, só foram possíveis graças a este.
20 milhões de brasileiros deixaram a linha da pobreza, 31 milhões entraram para a classe C, a renda média das famílias aumentou e as reservas monetárias do Banco Central cresceram exponencialmente, o que livrou a nossa cara na maior crise do século, visto que tínhamos gordura (dólares) para queimar.
O Bolsa-Família, programa do Projeto Fome Zero, o programa mais polêmico do governo Lula, também ajudou o Brasil a continuar em pé durante a crise. Enquanto o resto do mundo agoniza, nós continuamos caminhando.
Dizem que não se deve dar dinheiro às pessoas, que o Bolsa-Família é esmola e que o certo é dar emprego. Mas as pessoas não entendem que emprego não se dá. Emprego se gera. Ninguém pode obrigar o empresário a contratar determinado trabalhador só porque a família dele está passando fome.
Geração de emprego é RESULTADO de uma economia forte e equilibrada, onde a população consome, a demanda aumenta e o empresário, para atender à demanda, gera empregos.
Sob esse ponto de vista, o Bolsa-Família gera empregos, pois, graças a ele, pessoas que antes não podiam consumir, agora podem.
Tudo isso feito, Lula ainda não estava feliz. O Brasil crescia pouco, como nos tempos de Fernando Henrique Cardoso. Era preciso começar o “espetáculo do crescimento”.
Reeleito em 2006, Lula tirou Antonio Palocci e colocou Guido Mantega no Ministério da Fazenda, com a missão de fazer o Brasil creser muito mais.
O ano de 2007 entrou para a história como o “ano da Bolsa”. Nunca tantas empresas foram tão bem sucedidas em suas aberturas de capital. Nunca o investidor, tanto grande quanto pequeno, ganhou tanto dinheiro. O IBOVESPA (índice composto pela rentabilidade das principais ações da Bolsa brasileira) bateu recordes atrás de recordes. Um ano depois, Michael Phelps faria a mesma coisa nas piscinas de Pequim. A BOVESPA passou a atrair mais e mais pessoas físicas. O Brasil estava pronto para ganhar o investment grade (grau de investimento). Isso significa que o Brasil subiria um degrau na escala de classificação de riscos dos maiores bancos do mundo. Na prática, significava que o Brasil estava cada vez mais confiável e que, se você, investidor estrangeiro, colocar o seu dinheiro aqui, não o perderá. Para nós, brasileiros, significou mais dólares, pois fundos de pensão internacional que, até então, não puderam investir aqui devido a sua política de riscos, agora podiam.
Mas, para ganhar esse investment grade, tivemos que passar por uma prova de fogo. Aquela que separa homens de meninos.
Veio a crise do subprime nos Estados Unidos e até o Lehman Brothers (um dos maiores bancos estadunidenses) quebrou.
Durante seis anos, justificaram-se os números auspiciosos do governo Lula dizendo que o mundo todo estava bem. Não se perdia a chance de dizer que, apesar disso, o Brasil crescia pouco, comparado a seus pares. Mas veio a maior crise do século XXI e, graças à atuação primorosa do governo (essa devemos a ele, temos que reconhecer), fomos um dos primeiros, senão o primeiro país a sair da crise e voltar a crescer. Foi então que os críticos calaram-se.
No meio do maremoto, Lula – visionário para uns, bêbado para outros – disse:
- Esse tsunami que estão falando que está acontecendo por aí, vai chegar aqui no Brasil uma marolinha.
Pode não ter chegado como uma simples “marolinha”, mas um “tsunami” também não foi.
Lula sabe que toda crise no capitalismo é basicamente uma crise de confiança. O que seu governo fez? Foi na contramão. Confiou na população.
Reduziu-se o IPI dos carros e dos produtos de linha branca, visando incentivar o consumo. A estratégia deu certo. Mas não foi só isso. Lula exigiu que os bancos diminuíssem o spread (a diferença entre os juros cobrados de quem toma dinheiro no banco e os pagos a quem investe). Para isso, utilizou os bancos públicos e essa é a vantagem de se possuir um ou dois bancos públicos. Imaginou que, se os públicos diminuíssem o spread, devido à concorrência, os privados também diminuiriam. E foi isso mesmo o que aconteceu. Porém, não sem a intervenção do Presidente da República.
Primeiro, ele pediu educadamente ao presidente do Banco do Brasil, Lima Neto, que diminuísse os juros. Lima Neto disse que faria um estudo e levaria ao presidente Lula. Porém, Lula achou que aquele estudo estava demorando demais e ele não tinha tempo a perder. Substituiu Lima Neto por Aldemir Bendine e mostrou que não estava brincando. Bendine o atendeu prontamente e, por causa da redução dos juros, os bancos tiveram que expandir fortemente o crédito, o que fomentou o consumo e aqueceu a economia doméstica. Hoje, o Brasil ainda é o campeão mundial dos juros. Porém, estamos com a menor taxa da nossa história!
Antes da crise, o governo Lula democratizou o crédito, criando o microcrédito para a população de baixa renda com taxas mais acessíveis para quem ganha até um salário mínimo. Desenvolveu o mesmo tipo de crédito nas mesmas condições para as microempresas e implantou o crédito consignado em folha de pagamento, modalidade com os menores juros do mercado, visto que o risco também é ínfimo.
Para quem brandia a bandeira socialista, Lula promoveu uma revolução capitalista!
Lula e seus crustáceos fizeram muito bem ao Brasil, mas isso não os credencia a indicar Dilma Roussef como sua sucessora. Ela é um crustáceo e nunca será mais do que isso. Lula é molusco e também nunca será mais do que isso. Eles são de espécies diferentes e é isso que quero dizer quando digo que “Lula é Lula e Dilma é Dilma”.
Ser de espécies diferentes significa que Dilma Roussef não sabe o que é passar fome, como Lula. Mas Marina sabe. Significa que Dilma Roussef não é de origem humilde, como Lula. Mas Marina é. Aliás, Marina é de origem até mais humilde do que Lula, visto que ela vem de um lugar esquecido pelo resto do Brasil, enquanto Lula veio do principal estado nordestino. Dilma nasceu na metade de baixo do Brasil. Marina e Lula, na de cima. Se formos retornar à metáfora dos frutos do mar, Marina, sim, é da mesma espécie de Lula e significaria a continuidade dos avanços que o governo Lula nos trouxe.
Dilma representa, no máximo, a continuidade dos altos gastos do governo. Para custeá-los, sabem quem vai voltar? A CPMF. De cara nova, após uma plástica, perdeu uma letra e mudou de nome. Agora ela é a CSS (Contribuição Social para a Saúde). Igualzinha a Dilma, que também fez plástica e mudou de personalidade. A CPMF também voltará mais boazinha, mordendo mais fraco, só de brincadeirinha, com alíquota de 0,1% em vez de 0,38% como quando foi extinta. Mas assim como Dilma, que hoje sorri, mas amanhã ninguém sabe; a CSS também pode crescer e começar a morder para valer. Então seremos nós que choraremos.
Contra a CSS e para o Brasil continuar avançando nas áreas social e econômica, porém, com sustentabilidade, Marina Silva deveria ser a primeira presidenta do Brasil.
Marina Silva porque ela é mulher e somente as mulheres têm sensibilidade para perceber as necessidades e aflições das pessoas sem que precisemos falar nada. As mulheres sabem só de olhar.
Marina Silva porque ela foi analfabeta até os 16 anos de idade, estudou e tornou-se nacionalmente conhecida. Para uma mulher saída do Acre, é uma vitória e tanto!
Marina Silva porque ela é professora e sabe das dificuldades de se dar aula nesse país. Exatamente por isso acredito que ela lutará para aumentar os investimentos em educação. E já que falamos tanto em economia, é muito importante que Educação Financeira seja ensinada nas escolas. Afinal, um país que cresce como o nosso e onde a população fica mais rica, precisa de educação financeira para saber como e onde investir o dinheiro.
Marina Silva porque ela é a candidata mais equilibrada dos três principais. Ela reconhece as virtudes e os defeitos, tanto do governo Lula quanto do governo FHC e isso dá moral a ela para conversar, tanto com PSDB e seus aliados, quanto com PT e seus aliados, podendo formar uma enorme base.
Marina Silva, por fim, porque ela é poetisa e escreveu essa poesia que resume todas as qualidades que enumerei (sensível, equilibrada, sensata):

Pequeno Dado

Eis um pequeno Dado
Jogado por sobre a mesa:
Ali nada era certeza
Tudo era interrogar.

Mas, para minha surpresa,
Na forma de um colosso,
o pequeno Dado jogado,
Era de carne e osso
E sabia até cantar.

Pulava, gingava e sorria,
Cheio de alegria
No milagre do olhar,
No cuidado e na labuta

De René, Nega e Ângela,
Mulheres que nos constrangem
A também lhe enxergar.
A também a dar-lhe a voz.
Voz que em cada um de nós,
Visitantes, jornalistas,
Fotógrafos a perder de vista,
Se embargava no chorar.

Vendo aquele Dado exposto
Num lugar de dar desgosto
Que nem dá para explicar

Como é que aquele Dado
Lá no Coque tão jogado
Podia ser tão garboso,
Podia ser tão charmoso.

Hip-hop, capoeira, cantor,
Constitucionalista,
Denunciador de injustiça,
Com quatro anos de idade?

Dado, meu pequeno Dado
Que Dilma, Serra, Plínio ou Marina
Ajude a mudar a sina
De tantos Dados jogados.

domingo, 12 de setembro de 2010

Coerência para renovar

Um homem precisa ser coerente, não só com as palavras do seu texto, mas também com suas atitudes diante da vida. E uma mulher também. Minha luta por renovação na política não é de agora. Em 2008, meu voto foi para um professor de Direito Constitucional da Central de Concursos que não foi eleito vereador da capital. Dois anos se passaram e, para continuar rumo à renovação, vou votar no Ângelo Argondizzi para deputado estadual. E dessa vez, muito mais consciente, pois eu conheço esse cara há 3 anos.
Historiador, cientista contábil, ponte-pretano e campineiro, o candidato sempre esteve envolvido na política, colocando o dedo na ferida do sindicato dos bancários, da diretoria da PREVI e da CASSI, apontando os erros e conseguindo grandes vitórias mobilizando os colegas de classe.
Entre suas qualidades está a arte da oratória. Sabe se expressar com segurança, gesticulando no ritmo da fala e aumentando ou diminuindo o tom de voz conforme o discurso. Ao contrário de alguns gerentes, nunca vi Ângelo Argondizzi escorado em mesa, cadeira, parede ou o que quer que possa escorar uma pessoa enquanto fala.
Segundo Marcelo Paioli, que viu Argondizzi atuar em diversos movimentos grevistas, “ele não tem medo de enfiar o dedo na cara do gerente e dizer que o cara não pode obrigar ninguém a furar greve”. Ângelo Argondizzi é o meu candidato a deputado estadual.
Para a Câmara dos Deputados, estou sem opção e por isso estou pensando seriamente em negociar o meu voto com alguma mulher-fruta. Quero fazer negócio com a mulher-pêra ou com a mulher-melão. Que tipo de negócio? Qualquer um, desde que elas se abram às minhas propostas...
Para o Senado Federal, é muito provável que eu vote na Ana Luiza e no Marcelo Henrique, do PSTU e do PSOL, respectivamente.
Isso porque aprendi com Aloizio Mercadante que esse pessoal pode ser muito bom na oposição. Nos dois mandatos de Lula, reclamou-se muito que a oposição era frouxa e, sem dúvida, se tem algo que esse pessoal de extrema esquerda sabe fazer como ninguém, é reclamar.
Aloizio Mercadante mostrou-se assim também: um excelente reclamão, pois era muito bom quando estava na oposição. Já na situação... a situação é outra.
Lula nos mostrou quão verdadeiro é o pensamento que diz que, na política, "o poder a gente toma com a esquerda e mantém com a direita".
Aloizio Mercadante é canhoto. Creio que os meus escolhidos para o Senado também sejam e por isso mesmo saberão fazer oposição aos prováveis desmandos da tia Dilma, como por exemplo o retorno da famigerada CPMF.
Sei que os candidatos escolhidos não serão eleitos, mas odeio o argumento de votar em fulano de tal porque "ele não vai ganhar mesmo". Se todo mundo pensar assim, ele ganha.
Finalmente, o meu voto para governador do estado de São Paulo iria para o Paulo Skaf, porque, a princípio, pelo que eu me lembrava, ele fizera uma boa gestão na FIESP.
Porém, já que eu estava inclinado a votar no ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e conhecia - aliás, conheço - o assessor de imprensa que trabalhou com o candidato na época em que ele era presidente da Federação, perguntei ao ex-assessor de imprensa Marco Antonio da Silva:
- Marco Antonio da Silva, o que você acha do Paulo Skaf? Ele seria um bom governador para São Paulo?
- Acho que a máquina de propaganda do Skaf é muito boa. Mas o que vivi na Fiesp no período dele me faz convicto de que não devo votar nele. O Skaf passou pela Fiesp simplesmente pra tocar um projeto político. E no maior descaramento o vi inaugurar como obra dele unidades e programas do SENAI elaborados pelo presidente anterior: o Horácio Lafer Piva, o qual teria meu voto se concorresse, porque não separava elevador só pra ele, não humilhava as pessoas no particular e bajulava em público. Mas é esse cinismo que o credencia para a política.
Com o Horácio, que é o dono da Klabin, aprendi na prática o que é uma empresa valorizar a qualidade de vida do funcionário. Com o Skaf, que se elegeu na politicagem sem que na época fosse dono de uma empresa, aprendi como interesses pessoais podem descontruir todo um projeto em benefício de todos. E conheci a ideologia dele, afinada com a escravidão do capitalismo chinês, na qual devemos nos suicidar no trabalho. Ele teve o desaforo de obrigar todo mundo a tirar férias só no mês de dezembro. Ele é um desaforado!
É claro que eu prefiro acreditar em um amigo a acreditar num político. Prefiro acreditar até num inimigo a acreditar num político. A não ser que o meu amigo ou inimigo seja o tal político.
De qualquer modo, não voto em “desaforados”!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Renovação no Congresso Nacional

A cada 4 anos o Congresso Nacional deveria ser renovado. A lógica é muito simples: se hoje, apenas 10% dos congressistas são honrados, honestos e lutam por um país mais justo e estes forem mantidos; daqui a 4 anos, na época da renovação, serão 20% de bons e assim sucessivamente. Não sou inocente e não me iludo pensando que chegará o dia em que 100% das pessoas serão boas. O crime sempre existiu e continuará existindo até 2012 (enquanto o mundo for mundo), mas se chegarmos a 70% ou 80% de parlamentares e conseqüentemente de população honesta, honrada e ética, eu já fico feliz.
Em primeiro lugar, é preciso parar de generalizar e achar que todo político é ladrão. “Se entrou nesse meio, é porque não presta” é o que mais se ouve nas ruas. Se pensarmos assim, pessoas honestas e éticas como aquele seu professor do cursinho, aquele seu colega de trabalho ou aquele seu vizinho que é candidato a deputado estadual não poderão ser eleitos, já que de vez em quando vocês tomam uma cervejinha e batem uma bolinha juntos. E, amigo leitor, eu sei que você é ético e honesto. Você jamais se misturaria a essa laia.
Mas também eleger pessoas que já estão na política há décadas sem ajudar o país a avançar é que não podemos mais. Chega de Collor, Barbalho, Berzoini, Calheiros, Sarney (todos eles), para não mencionar o trio paulista de quem já falei na semana passada. Nenhuma lei da Ficha Limpa tem o poder do nosso voto! A única forma de extinguirmos de vez essa gente da vida política é não os elegermos nunca mais.
Nesse caso, para ser coerente com a idéia de renovação, até vale tentar um Marcelinho Carioca, um Kiko do KLB, um Romário, assim como tentaram Frank Aguiar 4 anos atrás. Se não der certo, daqui a 4 anos, renova; caem fora como cairá Frank Aguiar, se o Povo quiser. Mas vai que dá certo! Vai que o Marcelinho faz outro gol de placa na Câmara como ele fez na Vila Belmiro... vai que o Kiko do KLB canta melhor que o Eduardo Suplicy...
Quando se fala em renovação, também se fala em rejuvenescer as idéias. Por exemplo, Eduardo Suplicy já foi um grande senador. Não é mais. Está na hora de sair. Sei que ainda não é a vez dele. Só daqui a 4 anos, pois o mandato de senador dura 8 anos. Outro que já foi bom e perdeu toda sua credibilidade é o candidato ao governo de São Paulo Aloizio Mercadante. Caiu no mesmo abismo do descrédito que José Serra, pois escreveu no Twitter que se desfiliaria do PT e que sua decisão era irrevogável. Porém, caiu na “conversa mole” de Lula e revogou sua decisão. Se um não fosse barbudo e o outro bigodudo, seria para desconfiar, hein!
Esse episódio lembra um do LOST, na sexta temporada, quando um templário está ensinando o herói a matar o monstro e diz: “Quando você o vir, crave a estaca em seu coração. Não deixe que ele diga uma palavra a você, pois ele é muito ardiloso e o convencerá a fazer exatamente o que ele quer”. Tirando a parte da estaca no coração, se me dissessem que a esposa do Mercadante disse as mesmas palavras a ele antes do encontro com Lula, eu acreditaria.
Outro bom exemplo é o da vereadora de Maceió, Heloísa Helena. Foi uma excelente senadora no primeiro mandato do Lula, descompatibilizou-se do cargo para concorrer às eleições presidenciais de 2006, perdeu e não pôde voltar ao Senado. Está na hora de voltar e as pesquisas apontam que ela é mesmo a preferida dos alagoanos. Infelizmente em segundo lugar vem Renan Calheiros. Alô, Alagoas! Acorda, Alagoas! Assim, vocês marcam um a favor e outro contra. Claro que é melhor do que dois contra, como acho que vai acontecer na maioria do país. Mas reeleger Renan Calheiros é premiar a imoralidade, a falta de decoro e a safadeza, para falar o português claro.
Felizmente há esperança. Heloísa Helena deve voltar ao Senado e Cristovam Buarque deve continuar. Roberto Requião e Aécio Neves deverão ser eleitos. A perspectiva para o próximo Senado é muito boa. Infelizmente ainda são poucos e ainda é possível contar nos dedos os bons. Mas é assim mesmo... o processo é lento. Como faziam os Pokémon, o importante é evoluir.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

A festa da democracia

Passada a grande festa da Copa do Mundo, já começou a grande festa da democracia. É também por isso que eu amo esse país: ele vive em festa!
Mas atenção! Netinho de Paula é candidato ao Senado pelo estado de São Paulo! Neste ano, elegeremos dois senadores para cuidarem dos assuntos do nosso estado no Senado Federal e para quem não se lembra, Netinho de Paula foi vocalista do grupo Negritude Júnior, o que, por si só, já seria motivo para não ser eleito nem síndico de prédio. Mas como se isso não bastasse, ele abandonou o grupo para fazer carreira solo. Essa é uma característica péssima para um político: abrir mão do coletivo em prol do individual.
Nunca se falou tanto em renovação nesse país. Em ética. Não podemos, portanto, eleger alguém com esses antecedentes. Alguém cuja história mostra que tende a pensar somente em si próprio.
Apesar de tudo isso, Chorão (porque ele não cantava; chorava no microfone) já foi eleito vereador da capital paulista. Pois é... lamentavelmente. Mas, por favor, esqueçamos isso, uma vez que ele não fez nada para ser lembrado.
Em 2005, Netinho foi acusado de dar socos na própria mulher. Alô, mulherada paulista, não votem no Netinho de Paula. Alô, roqueiros de plantão, não votem no Netinho de Paula. Ainda em 2005, o nervoso senhor agrediu o Repórter Vesgo, do Pânico na TV. Gente, não podemos eleger alguém tão desequilibrado emocionalmente. É preciso renovar o nosso Congresso. Eleger pessoas que possuam um passado limpo, pessoas que até possam ter sido vocalistas de grupo de pagode – o que é perdoável – mas que nunca tenham agredido alguém, muito menos uma mulher.
Além do Netinho, é candidata ao Senado a ex-prefeita Marta Sempre Chique. Das 4 opções que conheço, é a melhor (para verem como nossas opções estão boas). O problema da sexóloga dos anos 80 que implantou o Bilhete Único na capital, criou os C.E.U.'s (Centros de Educação Unificados) e iniciou a recuperação do Centro com o Embeleza São Paulo, continuado por Kassab com a Lei Cidade Limpa, é que, se eleita, vai querer seguir o exemplo dos argentinos. Hum... como se argentino desse bom exemplo!
As outras 2 opções que conheço são Quércia e Aloysio. Entretanto, não faz nem dois parágrafos que eu disse que é preciso renovar o Congresso. O trio Quércia, Maluf e Tuma representam o que há de mais arcaico na política no estado de São Paulo. Essa gente já teve sua chance. Não citei o Aloysio, mas lembro que nas eleições de 94 eu ainda era uma criança e ganhei um cata-vento do Aloysio. Ganhei também uma camiseta, daquelas que a gente só usa para dormir. Não sei se ele já foi eleito alguma vez, mas uma coisa é certa: se foi, não fez nada notável e se não foi, passou da hora de desistir. Ainda procuro um candidato a senador.
Trabalho com um cara cujo apelido é senador devido a sua popularidade e carisma. Com tanta falta de opção e seguindo a linha de renovação, bem que eu votaria nesse cidadão. Pena que ele não possa mais registrar candidatura e concorrer à eleição.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

VAI, SÃO PAULO!

OH! QUANTA FELICIDADE!
COMO É BOM VER O SÃO PAULO FASHION CLUB EM MÁ FASE!
JÁ NÃO IMPORTA QUEM SERÁ O CAMPEÃO,
DESDE QUE O SÃO PAULO VÁ PARA A SEGUNDA DIVISÃO.

VAI, SÃO PAULO, LADEIRA ABAIXO,
POIS A SÉRIE B TE ESPERA!
VAI, SÃO PAULO, LADEIRA ABAIXO!
FAZ, MAIS UMA VEZ, A ALEGRIA DA GALERA!

VAI QUEBRAR A CARA EM ARAPIRACA.
VAI QUEBRAR A UNHA EM EUCLIDES DA CUNHA.
QUEBRA O SALTO E TAMBÉM O NARIZ EMPINADO.

AH, SÃO PAULO,
MESMO QUE NÃO SEJAS REBAIXADO,
SÓ POR ESTE MOMENTO: OBRIGADO!

domingo, 22 de agosto de 2010

Confiança quebrada

Em 2004, na campanha eleitoral para prefeito de São Paulo, o então candidato José Serra comprometeu-se com o eleitor paulistano em pleno SPTV, em entrevista ao jornalista Carlos Tramontina, que cumpriria seu mandato até o fim.
Naquela época já era notório o fato de que o nome do candidato era dos mais fortes para concorrer às eleições presidenciais e o eleitor precisaria saber se seria usado como “trampolim” ou se o seu voto seria respeitado e o candidato estaria disposto a abraçar o projeto de construir uma São Paulo ainda melhor. José Serra deu a palavra de que cumpriria seu mandato até o fim.
Porém isso não bastou. Como se nem o próprio candidato acreditasse em sua palavra, fez questão de registrar em cartório tal declaração.
Infelizmente a maioria dos paulistanos não percebeu que, quando alguém é confiável e diz alguma coisa, está dito. Quando eu disse na semana passada que Mariana Silva saiu-se bem na entrevista para o Jornal Nacional, não precisei dizer quais foram as respostas dela para o William Bonner. Tenho credibilidade e, quem quer que entre no site do JN para rever a entrevista, comprovará que falei a verdade. Não há necessidade de provas, registro em cartório, etc e tal. Tanto isso é verdade que, quando alguém não é confiável (como José Serra), não é uma declaração com registro em cartório ou uma gravação de TV que o impedirá de mentir.
Em 2006, não deu outra: o então prefeito de São Paulo José Serra deixou o cargo (traiu os eleitores), dois anos depois de eleito – perdoem-me a redundância, mas é preciso frisar que foi antes do encerramento do mandato – para concorrer a cadeira de governador do estado, sempre visando ao Palácio da República.
Eu amo muito esse país e conseqüentemente esse estado e todas as pessoas que aqui vivem (país e estado) para acreditar que elas são tão burras a ponto de eleger quem já as traiu uma vez. Prefiro crer que, José Serra foi eleito governador em 2006, porque o estado de São Paulo é muito maior do que a cidade do mesmo nome e o interior ganhou da capital – que não votou no Serra.
Chegamos a 2010 e à reta final desse projeto de 6 anos que o palmeirense José Serra traçou para comandar este país. Agora algumas perguntinhas básicas para fechar e deixar vocês pensando: banco empresta dinheiro para quem tem o nome “sujo”? Por quê? Se o banco não empresta, você emprestaria? Você faria negócio com alguém que já o “deixou na mão”? E, por fim, você perdoaria uma traição?

Abraços.

domingo, 15 de agosto de 2010

Rede Globo contra São Paulo

Em 2008, quando a Rede Globo de Televisão deixou de transmitir o primeiro jogo da final da Libertadores entre LDU e Fluminense, privilegiando um jogo da série B do Corinthians, escrevi um e-mail revoltado para a própria Rede Globo e espalhei o mesmo e-mail para os meus quase 200 contatos.
Na ocasião, eu pensava que a emissora tinha algum preconceito contra os paulistas por preferir transmitir um ridículo jogo da série B, ao invés DA FINAL do torneio mais importante do continente. Tudo bem que o Corinthians possui a maior torcida do estado e a audiência é grande. Mas não é maior do que a soma de palmeirenses, são-paulinos e santistas (só para citar as maiores).
Agora, em 2010, chego à conclusão de que, sem dúvida nenhuma, a TV Globo não tem um pingo de consideração e deve mesmo odiar a população do maior estado do país. Afinal, a emissora com sede no Rio de Janeiro, mais uma vez preferiu transmitir um jogo de início de competição – que, pelo menos, era a Copa Sul-Americana e não a série B – ao invés da final da Taça Libertadores da América. E, mais uma vez, só para São Paulo. O resto do Brasil assistiu à final da Libertadores.
Bom, não sejamos injustos como a Globo: dessa vez, também impediram que os baianos pudessem acompanhar o Colorado dos Pampas na final da Libertadores. Como se já presumissem a nossa revolta e planejassem uma resposta: “Calma aí, paulista, amamos São Paulo; a Bahia também não viu o jogo do Inter”.
Faz-me rir! Então o racismo não é só contra os paulistas, mas também contra os baianos?
Em 2008, tive meu pedido atentdido e a felicidade de, pelo menos, poder assistir ao segundo jogo da final, quando o Fluminense meteu 3 a 0 e perdeu nos pênaltis. Talvez, se tivéssemos assistido ao primeiro jogo, o Flu tivesse levado a taça.
Dessa vez, não me darei ao trabalho de enviar e-mail nenhum a Globo, pois após uma Copa do Mundo, nenhum outro campeonato, nenhum outro jogo tem tanto brilho. Mas aqueles que ficaram revoltados como eu, estão totalmente autorizados a selecionar o texto, copiar, colar e enviar para a Rede Globo de televisão.
Além do mais, já que estamos criticando a maior e mais poderosa rede de mídia do país, vale à pena perguntar por que um pobre não pode ser Presidente da República. Demorou para aceitarem Lula e o Willian Bonner foi sacana (para não dizer nenhum palavrão) com Marina na entrevista promovida pelo Jornal Nacional. Colocou a candidata na parede pelo menos duas vezes, perguntando por que ela não se manifestou como a Heloísa Helena e outros que saíram do partido e fundaram o PSOL na época do mensalão e perguntou como a candidata pretende construir alianças no Congresso Nacional para governar o Brasil, uma vez que a candidatura dela não está coligada a nenhum outro partido. Posso lhes assegurar que Marina saiu-se muito bem nas respostas, demonstrando experiência e maturidade política.
É para se perguntar: será que uma mulher de origem humilde não seria a pessoa certa para continuar conduzindo esse país no caminho do desenvolvimento sustentável? E, principalmente, por que a Rede Globo, que se agigantou durante o regime militar, teme que outra pessoa de origem humilde comande a nação?
Já derrotamos a Rede Globo tantas vezes e sabemos como é doce o sabor da vitória. Seria excelente derrotá-la mais uma vez!

Abraços.

domingo, 8 de agosto de 2010

Embarque pior

O ex-governador de São Paulo José Serra é um fanfarrão. Sim, porque foi ele quem permitiu que se implantasse um programa com o intuito de melhorar a qualidade do embarque dos usuários do metrô no horário de pico da tarde na estação Sé. Entre às 17h30min e às 19h – quando não chove, ninguém resolve se suicidar, etc e tal – no sentido Corinthians-Itaquera, os metroviários – pobres-coitados – têm tentado organizar o caos que se transforma aquele lugar com milhões de pessoas empurrando-se e acotovelando-se para não perder nenhum minuto da novela das 19h ou chegar na faculdade em tempo – cada um tem os seus compromissos que não nos cabe questionar.
 Até aí, tudo bem. A missão do governante é mesmo tentar melhorar a qualidade de vida da população, ainda que seja dessa forma atabalhoada. Agora batizar o programa de EMBARQUE MELHOR é onde se encontra a fanfarronice do senhor José Serra. Quem nunca teve o desprazer de tentar embarcar nessa estação, nesse sentido, entre esses horários, jamais entenderá o que estamos falando.
E durante o dia, os maquinistas fazem propaganda – porque são obrigados, claro – que nos impele a rir para não chorar: “Embarque melhor na estação Sé. Mais conforto e tranqüilidade, de segunda a sexta-feira, das 17h30min às 19h, sentido Corinthians-Itaquera”. Ora, o ex-governador, atual candidato à presidência da República ri da cara do maior colégio eleitoral do país, pois na verdade, esse é um dos dois piores horários que há para se tomar metrô em São Paulo. E se ele debocha da maior população do país, imaginem o que ele não faz com a menor!
É sarcasmo puro dizer “embarque melhor na estação Sé.” Mais conforto e tranqüilidade? Em qualquer outro lugar. A realidade que o paulistano conhece muito bem é a do embarque pior. Isso SE conseguir embarcar.
Aquilo ali já virou atração turística para quem vem à cidade, pois, se por um lado, São Paulo tem o melhor metrô do mundo (apesar de pouco extenso); por outro, a aglomeração e a dificuldade que se vê para embarcar na volta pra casa também não se vê em lugar nenhum do mundo.
 Portanto, se você é turista, não pode deixar de viver fortes emoções muito além da faixa amarela, que estabelece o limite de segurança para os usuários. Sinta o vento batendo no seu rosto quando o trem passar a 50 km/h quase triscando em você e veja a morte de perto quando as portas do trem fecharem sem que você tenha conseguido embarcar. Ah, e tudo isso sem equipamento de segurança e por míseros R$ 2,65. Você nunca fez um programa tão emocionante pagando tão pouco!


P.S. O Santos Futebol Clube foi, disparado, o melhor time do Brasil neste ano (decorridas 31 semanas de 52 que o ano tem). Arriscar-me-ia dizer o melhor do mundo! Apenas o Barcelona tem um estilo de jogo parecido, mas o time espanhol não ganhou nada nos primeiros 7 meses do ano e o mundo só consagra os campeões. Talvez a seleção espanhola (campeã da Copa do Mundo) fizesse frente ao Santos num confronto direto, mas sem o confronto direto, só podemos comparar os números: o Santos foi campeão da Copa do Brasil com goleadas históricas contra os pequenos e viradas emocionantes contra os grandes, enquanto que a seleção espanhola ganhou quase todos os jogos da Copa do Mundo por 1 a 0. Salve o glorioso alvinegro praiano! André já foi. Robinho também vai. E esse Santos, com certeza, vai deixar muitas saudades...

domingo, 1 de agosto de 2010

Alô, leitores do Brasil! Do mundo! Da galáxia (pretensioso eu, hein)!

Finalmente decidi criar um blog para a alegria de todos que me pedem, imploram, suplicam há pelo menos 3 anos. E o nome do blog não poderia ser outro que não JOVEM DRAGÃO. E como vocês podem comprovar pela foto, esse nome não tem nada a ver com a minha beleza. Vamos de uma vez por todas esclarecer o mistério que ronda esse nome. Afinal, por anos muita gente me pergunta:
- Por que jovem dragão? Porque você é novo e feio? HAHAHAHAHAHAHAHAHA
Aposto que 99% das pessoas que estão lendo este texto são pessoas que recebem ou já receberam alguma crônica minha por e-mail. O e-mail jovem_dragao@ig.com.br foi criado em 1999 ou 2000 pelo meu irmão que, na época, praticava kung-fu (o dragão é o símbolo do kung-fu e essa é a origem do nome). O e-mail que me consagrou não foi nem mesmo criado por mim.
Há 5 ou 6 anos, quando eu ainda estava cursando Jornalismo na Universidade São Judas Tadeu, decidi que não queria fazer carreira na área. Para começar, eu não funciono sob pressão e jornalistas vivem sob pressão. Outro dia, um primo meu comentou:
- Rafinha, sob tortura você confessa até o que você não fez.
Ao que eu respondi:
- Opa, não precisa nem torturar. Pra que chegar tão longe? Basta me ameaçar de tortura.
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
Para terminar, eu não funciono sem relógio de ponto. Essa vida de jornalista que tem hora para entrar, mas não tem para sair, não serve para mim. Apesar dessa decisão, sempre fui apaixonado por escrever. Escrever me dá tesão; é minha vida; faço por prazer.
Então decidi continuar trabalhando por dinheiro onde eu já trabalhava e ainda trabalho e escreveria de vez em quando ou de vez em sempre, conforme tivesse assunto simplesmente para ter uma razão na vida.
Em 2005, comecei a escrever semanalmente sobre o Campeonato Brasileiro, após uma experiência bem sucedida no Campeonato Paulista do mesmo ano. Eu assistia aos jogos e tecia comentários. Mas é claro que eu precisava de uma abordagem diferente. Afinal, o lance a lance, placar e ficha técnica qualquer um conseguiria no jornal do dia seguinte. Comecei tentando ser engraçado. Deu certo, porque em pouco tempo as pessoas me cobravam quando eu passava algum tempo sem escrever ou quando não escrevia sobre um jogo importante.
Uma dessas pessoas foi também quem primeiro sugeriu que eu criasse um blog. Se propôs a fazer parceria comigo e até chegou a publicar um texto meu (AMOR QUE É DE MENTIRA OU MENTIRA QUE É DE AMOR) no blog dela. Por isso, quero citar o nome da minha prima de consideração, Mariana Ferreira, nascida e criada em Indaiatuba.
No final do ano de 2005, corri até a sala de aula do meu irmão – que estudou na mesma Universidade que eu, mas não o mesmo curso – para encontrar alguém que pudesse dar uma entrevista para mim durante o programa na aula de radiojornalismo. Foi quando um colega dele me perguntou:
- Você que é o irmão do Bruno?
- Sim. Por quê?
- Li um texto seu. Muito legal. Parabéns!
Aquilo me encheu de orgulho, pois era a primeira vez que alguém que eu não conhecia me reconheceu por causa de um texto meu. Ou seja, minhas escrituras estavam circulando na rede. Os contatos dos meus contatos também estavam lendo. Por esse episódio e por ter criado o JOVEM DRAGÃO, meu irmão, Bruno Greghi, também merece ter o nome aqui mencionado.
Isso aconteceria de novo em 2009, quando descobri que quase fui vítima do “golpe da barriga” e escrevi o texto mais polêmico, revoltado e obviamente o que mais repercutiu em toda minha vida: DEUS ME LIVRE DOS FILHOS!
É claro que eu não enviaria um texto tão amargo a todos os meus contatos, como geralmente faço. Era preciso selecionar só os mais amigos de todos e as pessoas com mente mais aberta que eu supus que compreenderiam. Não compreenderam. Fui enxovalhado por todos os lados, algo de que não reclamo, pois nunca recebi tantas respostas, não importa se negativas ou positivas; o que eu quero são respostas. E recebi. Até das pessoas que não haviam sido selecionadas. Quer dizer, novamente meu texto adquiriu a condição de receber um ENCAMINHAR do destinatário.
Dois meses depois, conheci uma garota que, ao saber meu nome completo, perplexa, diria:
- Rafael Greghi? Você por acaso escreveu alguma vez “que o Papa descanse em paz e que nós nos cansemos em paz”?
- Nossa! Isso faz muito tempo! Mas fui eu que escrevi, sim.
Aquele momento foi a glória para mim. Primeiro porque já fazia muito tempo mesmo que eu tinha escrito aquilo. Foi em 2005. E essa conversa em 2009. 4 anos, portanto. Segundo, porque eu não sabia em absoluto que aquele texto estava na internet. E terceiro porque essa garota estava fazendo uma pesquisa sobre jornalismo literário (em 2005 eu participei de um grupo de discussão de jornalismo literário) e, dentre tantos textos que ela leu, dentre tantos autores, ela guardou o meu nome e o meu texto. Seis meses mais tarde, essa garota criaria um blog de poesias, gênero que eu adoro, o que ainda não seria suficiente para me convencer a criar o blog. Mas por fazer parte desta sucessão de acontecimentos, também merece ter seu nome citado: Raquel Medina.
Outra pessoa que criou um blog em 2010 foi o meu amigo CRÍTICO GLOBAL, um cara que sempre respondeu aos meus e-mails gritando:
- FOOOOOODDDDDDAAAAAA------SSSSSSEEEEEE!!!!!!!!!! NINGUÉM TE PERGUNTOU NADAAAAAAAAAA!!!!!!!
Ah, bendito curso de Astrologia! Depois dele, passei a compreender melhor as pessoas. Passei a dar risada com as coincidências entre a maneira que os astros prevêem que os outros reagirão a determinado fato e como eles de fato reagem. Antes de fazer tal estudo, talvez eu ficasse chateado e nem fosse mais amigo desse cara. Hoje, porém, entendo que os nativos do elemento fogo têm esse jeito peculiar de gostar: quando gostam de alguém ou de algo, dão porrada. Mas essa é a MINHA interpretação. Para eles, é tudo brincadeira.
Por isso, quando ele dizia FODA-SE, eu lia PARABÉNS; e quando ele dizia NINGUÉM TE PERGUNTOU NADA, eu lia VOCÊ ESCREVE MUITO BEM. Já estou rindo só de imaginar o que ele vai me responder. Dirá que eu sou burro, pois quando dizia FODA-SE era FODA-SE mesmo, etc, etc.
Aliás, fiquei sabendo que a chefe da minha chefe disse numa reunião neste ano de 2010 em que eu não estava presente que eu escrevo bem. Não sei se tem a ver com os correios que eu escrevo no trabalho ou com a Mostra Literária de que participei com uma crônica e uma poesia sobre o dia internacional da mulher. Textos esses que me fizeram novamente reconhecido na palestra da filósofa Márcia Tiburi.
Todos esses acontecimentos contribuíram para que eu viesse a criar o JOVEM DRAGÃO (blog), mas decisiva mesmo foi a conversa que eu tive com a minha amiga Renata Haga.
Eu sempre argumentei que os blogs assemelham-se a telemarketings receptivos, uma vez que ele fica esperando o leitor, enquanto que do jeito que eu fazia – enviando e-mails diretamente para os meus contatos – estava mais para telemarketing ativo, uma vez que o texto ia até o leitor. Então ela me disse que uma coisa não impediria a outra, o que é verdade e que foi um argumento decisivo, sem chances para contra-argumentos.
Além disso, o meu preconceito também vinha do fato de eu mesmo não ter costume de acessar blogs. Mas essa amiga me fez ver que nem todo mundo age como eu (ainda bem). Ela mesma segue vários blogs e entra diariamente para ver se teve atualização. Depois disso, percebi que um colega de trabalho também acessa semanalmente um blog de extrema direita e envia os textos do cara por e-mail.
Eu sinceramente, só segui dois blogs na vida: o de um colega da faculdade, quando ele viajou para a Nova Zelândia e postava suas aventuras naquela terra e o tal blog de poesias de que já falei. Mas como disse a minha amiga Renata, eu não tenho o direito de não mostrar as minhas idéias e os meus textos para quem não faz parte do meu círculo de amigos. Os estudantes e pesquisadores do Brasil, as pessoas que digitarem qualquer palavra no GOOGLE que tenha a ver com um texto meu, tem os mesmos direitos que os meus contatos.
Enfim, terráqueos, marcianos e venusianas, sejam todos bem-vindos.