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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Proposta de casamento - parte 3

Eles viveram a primeira lua-de-mel antes mesmo de casarem. Bem... faltou um pouco de mel nessa lua, mas eles realmente não queriam ofender a Deus, contrariando a palavra Dele. Todas as bênçãos caíram sobre eles, desde que entregaram suas vidas a Cristo e não estavam dispostos a arriscar. Depois de casarem, certamente um Reino de Prazeres os esperaria, mas poderiam perder tudo se não controlassem suas ansiedades.

No primeiro sábado do mês de setembro, ele foi à igreja de manhã, dormiu à tarde e viu a noite chegar na beira da praia. Via um casal namorar, lembrava dela e pensava: "Amanhã ela estará aqui"; já ela, pela primeira vez, dormiu até a uma da tarde e perdeu o culto religioso. A vida é mesmo engraçada. Ele começara a ir à igreja influenciado por ela. Agora ele vai sozinho, mesmo que ela fique dormindo.
Pensando bem... dormir até às 13h foi providência divina, pois, depois, ficaram arrumando as malas até a uma da madrugada. Ambos no telefone. Ele ajudando a lembrar do que ela não poderia esquecer e ela guardando as coisas na mala.
Dormiram pouco naquela noite. Apesar de terem desligado os telefones à 1h da manhã, ele ficou mais meia hora se despedindo de algumas pessoas no MSN e ela foi consertar a besteira que o cabeleireiro fez no cabelo dela na tentativa de uma escova progressiva. Às 2h da madrugada, mesmo com o frio que fazia naquela cidade, ela mergulhou dentro do chuveiro e refez a escova. Não podia chegar feia para vê-lo. Como se isso fosse possível...
Ele também se preparou para recebê-la: cortou cabelo, unhas e antes de ir buscá-la no aeroporto foi ao barbeiro fazer a barba com um profissional.
Ela dormiu pouquíssimo, pois deveria estar no aeroporto internacional Franco Montoro às 8h40min. Seria seu primeiro vôo e ela estava com medo. Queria tanto que ele estivesse junto no primeiro vôo. Para segurar na mão dele e sentir que nada de ruim poderia lhe acontecer. Mas ele não estava. A esperava, sim, no destino final.
Ele dormiu mais do que ela, porém menos do que gostaria. A ansiedade não permitiu e acordou uma hora antes do que havia planejado. Rolou um pouco na cama, porém, vendo que não dormiria novamente, levantou-se e foi cuidar da vida. Chegou ao aeroporto com uma hora de antecedência, pois a gerente da pousada onde mora disse para ele ir cedo, já que era domingo e os ônibus demoram mais e ele teria que tomar dois ônibus. Mas o encontro deles estava tão abençoado que o primeiro ônibus não demorou nadinha. O segundo demorou um pouco. Mas ele esperou no terminal urbano do Papicu lendo a Bíblia. A parada em que desceu ficava bem em frente ao aeroporto. Perfeito!

Casal vassoura. Credo! Quanta magreza!
Esperou quase duas horas. Ansiedade controlada. De repente, ei-la que surge portão de desembarque afora. Estava linda! Óculos escuros, vestido preto e um cinto que parecia uma corrente. O primeiro beijo não foi logo no primeiro instante. Vocês estão pensando o quê? Que ela é fácil?! Foi no segundo. Sentiram o coração disparar e o chão abrir debaixo deles. Mas eles não caíram. Não; eles flutuavam.
Alugaram um carro. Incrível! Após ler todas as histórias de barbeiragens dele, ela ainda confiava nele para dirigir. Por isso, ele queria casar com ela. Ela o fazia sentir-se forte, confiante. Ele pegou na direção e, para variar, se perdeu. Fazia apenas 15 dias que estava na nova cidade e não conhecia nada. Ela o compreendeu. Disse: "Eu estou aqui a passeio. Não tenho pressa. Por onde você me levar, está bom". Deu muitas voltas, passou três vezes em frente ao estádio de futebol da cidade até que finalmente achou a praia.

Espigão da Ideal
Ele viu um boteco muito chique, em frente ao Espigão da Ideal, O BOTECO DA PRAIA, que, desde que ele chegara à nova cidade, tinha vontade de ir, mas achava que um boteco daquele nível merecia uma acompanhante de nível também. Quem melhor do que ela? Sempre que passava em frente àquele boteco, pensava em levá-la. Tomaram alguns sucos: cajá, acerola, graviola e comeram duas tilápias enroladas no tomate. Inesquecível! Uma delícia!
Finalmente chegara o dia! Estacionaram o carro e ela telefonou para a mãe. Depois foram ao Espigão da Ideal, sentaram-se nas pedras no final da ponte, admiraram o pôr-do-sol e fizeram uma oração em agradecimento à chegada dela e ao encontro deles. Foi a primeira vez que oraram abraçadinhos.
Depois, voltaram para a pousada. Descarregaram a mala dela e, enquanto ela tomava banho - gelado, algo que ele ainda não contara para não desanimá-la - ele foi arranjar um transformador para que ela pudesse secar o cabelo e colocá-lo na chapa (alisar). Ele até pensou que não fosse dar tempo de preparar a surpresa que ele tinha em mente, mas... ela demora muito no banho. Deu tempo. Pegou o CD do Bruno & Marrone, selecionou a faixa 3 e, quando ela saiu do banheiro, cantou para ela.

 

Até dançaram. Quer dizer, deram dois passos para lá, dois para cá. Dentro do quarto para passar o mínimo de vergonha possível. Mas foi a primeira dança deles juntos.
Enfim ela respondeu: SIIIIIMMMMM!!!!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Tristeza louca

Hoje eu estou triste. Estou triste porque o Santos é só o segundo melhor time do mundo. Estou ainda mais triste porque mais uma vez o meu pé esteve mais frio do que o de um defunto. Mesmo morando em Fortaleza! E estou mais triste ainda pela minha ingenuidade: eu sabia que o Barcelona era muito melhor. Mas em 2009, depois de tudo, eu ainda tive a cara de pau de torcer para o Rubinho Barrichello! A vida é assim mesmo... quebramos a cara até aprender. Quando aprendemos, não quebramos mais. Enquanto não aprendermos, continuamos quebrando.
Muitos leitores perguntam-me por que parei de escrever sobre futebol. É que, devido ao profundo respeito que tenho por todos vocês, entendi que não posso escrever o óbvio. O óbvio vocês lêem na Folha, no Estado, no Globo, Correio Brasiliense, etc. Este blog precisa ver, perceber e contar coisas diferentes. Por exemplo, o que podemos aqui falar (escrever) sobre o time do Barcelona que já não tenha sido dito ou escrito nos programas de televisão ou nos jornais de circulação diária? Entretanto, podemos registrar a frase de um senhor aqui da pousada, cujo nome ainda não tive a delicadeza de perguntar, mas que é pai de dois filhos: Ian (6 anos) e Ivna (3 anos). Disse o senhor que esse time (Barcelona) joga futebol de salão no campo. Realmente interessante a observação. Quem conhece as técnicas e as diferenças de ambos os terrenos, dará razão a ele.
Já que me lembrei do nome das crianças, também aproveitarei para contar mais dois casos de como a situação da minha loucura está se agravando. Semana passada, o garoto – filho do cara – me viu e exclamou: “RA-FA-EL!!!” Não sei porque essas crianças foram com a minha cara. Sempre que me vêem, é a mesma exclamação. Então denunciei a minha idade:

- Qual é o seu nome mesmo?
- Ian.
- Ah, o dela é Ivna, né?
- É.
- Desculpa, mas o dela é mais fácil porque é mais difícil.


Na hora, eu percebi a besteira que eu disse e quis tentar consertar. Mas, como diz o ditado: quando fizer merda em local inadequado, vire as costas e vá embora, pois quanto mais você mexer, mais vai feder.

Disse eu:


- Quer dizer, é mais fácil decorar, porque é um nome mais difícil, mais incomum.

A mãe das crianças deve ter pensado: esse cara é louco! Mas porque a mãe estava lá, não pude usar o argumento que me livraria. Em cursos de memorização, a dica é tornar as coisas que você quer memorizar absurdas. Por exemplo, nunca me esqueci de uma fórmula química que eu nem sei mais para que serve, mas da fórmula eu lembro, porque o professor formou uma frase absurda com ela impossível de esquecer: P.V = n.R.T, ou seja, pressão multiplicada pelo volume é igual ao número de mols multiplicado por uma constante invariável multiplicada pela temperatura. Por que nunca esqueci? O professor disse “Passaram a Vara no Rabo do Thiago”. Porém, eu não podia dizer que o nome da garotinha era absurdo na frente da mãe dela.

E nessa semana, eu não consegui marcar o encontro de uma amiga com a minha noiva para entrega do convite de casamento. A digníssima teve uma grande idéia: peça o endereço que eu mando pelo correio.

Beleza, no outro dia ela pergunta: “E o endereço?”. E eu: “Ela ainda não me mandou nenhum e-mail para eu responder perguntando”. Responder perguntando? Estou começando a ficar preocupado com o meu quadro mental... acho que a minha noiva deveria incluir nos exames pré-nupciais um laudo de sanidade mental.


sábado, 10 de dezembro de 2011

Assassinado por um clipe

Trabalhar no Banco do Brasil enlouquece qualquer um.
Na minha mesa há dois copos de plástico: um com clipes e outro com água. O copo da água nem sempre está cheio, é claro.
Quantas vezes um gerente troca o nome de um cliente, um caixa faz um depósito quando na verdade era para sacar, alguém sai pro almoço sem bater o ponto, etc.
Anos depois dos bancos privados terem digitalizado os cartões de autógrafos para que seus clientes possam reconhecer firma em qualquer agência do banco no Brasil, finalmente o bicentenário Banco do Brasil passou a fazer o mesmo. Atualmente, na minha agência, eu sou o (ir)responsável por isso.
Sou obrigado a fazer numa máquina diferente da que eu trabalho normalmente o referido serviço. Afinal, deve ser muito difícil colocar o scanner em rede.
Vinha eu caminhando do lugar
onde faço as digitalizações para o meu posto de trabalho habitual, quando jogo o clipe, sem perceber, é claro, dentro do copo com água.
Enquanto for isso, tudo bem. O problema será quando eu beber o copo todo de clipes. Já estou até ouvindo as conversas no meu velório:

- Morreu de quê?
- Engasgou com clipes.
- Nossa! Que horror! Parecia gostar tanto da vida... deixou carta, alguma coisa?
- Não, ele não quis se matar. Foi um acidente.

O interlocutor não se agüenta. Começa a rir.

- Desculpa. Mas... como "acidente"?
- Ele confundiu o copo de clipes com o copo de água.

O interlocutor cai no chão de tanto rir.

- Desculpa, mil desculpas, sei que não é o momento pra isso, mas... é hilário! Não acredito que isso aconteceu! Preciso de uma prova. Se eu contar, dirão que a minha imaginação é muito fértil. Como pode confundir? Os dois objetos são totalmente diferentes: um é sólido, o outro é líquido; um é metálico; o outro é incolor; é INCONFUNDÍVEL!
- Cara, se você contar para quem não o conhecia, realmente... duvidarão. Mas se você contar para quem o conhecia, a melhor e única explicação que se pode dar é: "Cara, era o Greghi. Ele era assim... morreu como viveu".

Como diria o meu irmão: "Só dá cabaçada!"

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Pé frio

Meus queridos leitores, é com muita vergonha e tristeza que venho confessar algo a vocês. Vergonha por ter escondido o meu passado durante tanto tempo, principalmente dos caríssimos colegas do CSL SÃO PAULO. Meu colegas e amigos da época da faculdade é claro que já sabem, mas a eles eu reservo a tristeza de mais um exemplo da triste constatação: EU JÁ FUI CORINTHIANO E EU SOU PÉ FRIO.
É verdade, colegas do CSL SÃO PAULO, eu já fui corinthiano, daquele tipo normal, ou seja, chato, fanático... meus amigos e colegas da turma de formandos de 2005 da Universidade São Judas Tadeu, curso de Comunicação Social-Jornalismo não me deixam mentir. Naquele ano, quando o Corinthians foi tetra, a semente do Jovem Dragão foi plantada. Eu semanalmente escrevia sobre a rodada do Brasileirão para zoar os que eram contra. Vejam o primeiro texto do blog e saibam como surgiu a idéia (http://jovem-dragao.blogspot.com/2010/08/alo-leitores-do-brasil-do-mundo-da.html). Quando o Corinthians foi campeão, naquele ano, lembro que peguei o rádio do quarto, abri a janela da sala e botei o hino do Corinthians no mais alto volume para tocar. A intenção, claro, era provocar o porteiro do prédio, palmeirense.
Apesar de hoje não ser mais adepto da Teoria da Evolução, acho que a cabeça é redonda para as idéias circularem e, enquanto estamos nesse mundo, podemos e devemos evoluir. Tudo o que está escrito no texto A PAIXÃO É UMA DROGA (http://jovem-dragao.blogspot.com/2011/05/paixao-e-uma-droga.html) deste mesmo Jovem Dragão vale tanto para pessoas quanto para times quanto para religiões, posicionamento político e por aí vai.
Eu precisava me desintoxicar desta droga chamada Corinthians. Ele me fazia sofrer. Eu ficava chateado e magoado com o meu próprio irmão por causa disso! Não valia a pena estragar um relacionamento por causa de um time.
Uma vez, no primeiro ano do ensino médio, eu denunciei dois são-paulinos de terem rasgado ou furtado – já nem lembro mais – uma camisa do Corinthians sem ter absoluta certeza. Baseado unicamente no meu instinto dedutivo. Na época, eu estava lendo muitos livros do Sherlock Holmes e acho que quis trazer a ficção à realidade. Enfim, perdi uma amizade. O outro cara me perdoou e até hoje tenho uma dívida de gratidão para com ele.
Fui deixando de ser corinthiano aos poucos... talvez ainda não tenha deixado totalmente de ser, mas o corinthiano que ler isso, dirá “Blasfêmia! Nenhum corinthiano, ainda que seja um pouquinho só diria essas barbaridades!” Todo corinthiano tem uma “quedinha” pela Macaquinha de Campinas, devido à quebra do tabu em 1977. Comigo não era diferente e, enquanto a Ponte esteve na primeira divisão, sempre torcia também para ela.
Nessa tentativa de me desapaixonar do Timão, escolhi o São Caetano para torcer por causa dos grandes feitos do início do século. O São Caetano veio resgatado da Terceira Divisão num Campeonato Brasileiro fajuto chamado Copa João Haveange com a única desculpa de resgatar o praticamente falido Fluminense que até hoje é o único clube a conseguir a proeza de ser bi-rebaixado (duas vezes rebaixado na mesma divisão) e tri, se considerar que ainda por cima caiu para a Terceira Divisão. Maus tempos do Fluzão. Ele estava na lama!
Resgatado na base do “tapetão”, a justiça divina é infalível e o Tricolor das Laranjeiras mostrou que não tinha um time de primeira. Caiu frente ao poderoso São Caetano de Adhemar.
Talvez o Fluminense fosse muito ruim mesmo, mas não. O Azulão é que era bom: passou depois por Palmeiras, Grêmio e teria sido campeão em cima do Vasco da Gama, não fosse o mafioso Eurico Miranda inventar de querer fazer um jogo desse nível em São Januário e não no Maracanã. É óbvio que o estádio ficou superlotado. A grade de proteção cedeu e muitos torcedores ficaram feridos. Daí, ao invés do árbitro encerrar o jogo e dar o título ao São Caetano (que naquele momento tinha o resultado a seu favor), teve que ceder à nefasta influência de Eurico Miranda, que decidiu marcar um terceiro jogo – que não tinha previsão no regulamento – e auxiliar seu time que não teve competência para vencer o Azulão durante o tempo honesto. Ora, em vez de serem punidos, foram beneficiados com o terceiro jogo e levaram a taça João Havelange. Uma indecência!
Depois disso, em 2001, mais uma vez o Azulão chegou à final do Campeonato Brasileiro, perdendo para o Atlético-PR. E em 2002, o auge: chegou onde jamais o Corinthians chegou: à final da Libertadores. E perdeu de novo! Oh, meu Deus! Para o Olímpia, do Paraguai. Foi nessa época que comecei a desconfiar do meu pé frio.
Em 2004, finalmente o Azulão deixou a fama de vice e ganhou o Campeonato Paulista – um título de menor expressão.
Quatro anos após a derrota do São Caetano na final da Libertadores da América, a primeira peça do quebra-cabeça encaixou-se.
Eu torcia muito pelo Michael Schumacher, pois, como eu era novo demais quando o Senna morreu, o alemão foi o melhor piloto que eu já vi dentro de um carro de Fórmula 1. Admiro-o pois ele nunca se cansou de vencer. Ele gostava, se divertia, era um exemplo de como devemos proceder no trabalho.
Em 2006 seria o último ano dele na Fórmula-1. Eu queria que ele fechasse com chave de ouro. Seria octacampeão. E eu também não queria que o espanhol Fernando Alonso quebrasse o recorde do rei dos recordes (Schumacher) de ser o mais jovem bicampeão mundial de Fórmula-1.
Até comprei ingresso para “me despedir do Schumacher”, como eu disse à minha mãe à época. Acompanhei cada prova da temporada daquele ano. Alonso começou muito melhor, abriu uma grande vantagem, mas da metade da temporada para o final, Schumacher foi buscar, ponto atrás de ponto, vitória atrás de vitória.
Eu fiquei acordado até às 2h da manhã para assistir ao Grande Prêmio do Japão. Até às 4h da manhã, hora que terminou. Fernando Alonso e Michael Schumacher chegaram ao penúltimo Grande Prêmio da temporada com o mesmo número de pontos. A minha torcida era para que o alemão chegasse em primeiro e o espanhol em segundo. Seria emocionante no Brasil! Pelo menos, o alemão chegaria em vantagem. Seria a primeira vez no campeonato inteiro que ele passaria à frente do espanhol. Seria uma virada espetacular, bem no final do campeonato, bem ao estilo Schumacher! Hoje sei que ele teria conseguido se eu não torcesse por ele.
Fazia 6 anos que o motor Ferrari não estourava. Desde o Grande Prêmio da França, no ano 2000. Justo naquela madrugada brasileira, tarde japonesa, quando o alemão liderava a corrida e o espanhol vinha em segundo, exatamente como tinha que ser, a droga do motor Ferrari foi pro saco. Vejo o carro vermelho “fumando” e o alemão parando. Era o fim da linha. Acabara o sonho do octa. Matematicamente, ainda era possível, mas... só um milagre! O milagre não aconteceu e Fernando Alonso terminou na frente de Michael Schumacher no Grande Prêmio do Brasil, sagrando-se o mais jovem bicampeão da história – título esse que outro alemão, Sebastian Vettel, tratou de destruir neste ano.
Está legal... pelo menos, vi Felipe Massa ser pole position e ganhar a corrida naquele ano. Fazia 13 anos que um brasileiro não ganhava o GP Brasil de F-1.
Em 2007, o meu pé estava mais frio do que nunca! Sem Schumacher, eu precisava achar outro piloto para torcer. Achei o ousado, arrojado e rápido Lewis Hamilton. Ele estava bem, liderando o campeonato com sangue frio, mas o sangue frio dele não foi mais frio do que o MEU pé e ele cometeu dois clamorosos erros nas duas últimas provas da temporada, fazendo com que o título caísse no colo do finlandês Kimi Raikkonen.
Como se isso não bastasse, eu torcia para três dos quatro times que caíram para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro naquele ano: Corinthians, Ponte Preta e São Caetano. Como enquanto eu estive vivendo em São Paulo, torci para o São Caetano somente, o Corinthians voltou a ser campeão neste ano e a Ponte Preta voltou para a primeira divisão. Já o São Caetano... brigou para não cair para a terceira.
Em 2008, decidi não torcer pelo Hamilton. Aquele piloto não era digno de confiança. Pipoqueiro. Onde já se viu fazer o que ele fez ano passado? Vou torcer pro Massa que é brasileiro. E ele foi bem. Chegou a ser campeão mundial por 30 segundos. Fez o que tinha que fazer: ganhou a corrida. A torcida toda secou o Hamilton e aconteceu o que tinha que acontecer: ele estava em sexto. Por mais improvável que parecesse, Felipe Massa seria campeão. Mas eu estava lá. Novamente eu fui ao autódromo José Carlos Pace e vi quando o pneu do Timo Glock não aguentou e Hamilton ultrapassou-o na última volta, bem na minha frente. Foi horrível! Uma sensação de coito interrompido, sabem? O Massa tinha vencido a corrida, a taça na mão e, de repente... tudo vai por água abaixo. Literalmente. Para completar a tarde frustrante daquele domingo, caiu um baita de um pé d'água e cheguei em casa encharcado!
Nem vou falar de 2009, quando o idiota, ingênuo aqui quis torcer pro Rubinho Barrichello. Vê se pode. Pô, o cara tinha carro, pelo menos. E não tinha um Schumacher fazendo sombra nele. Ele podia ter vencido mais. Mas é o Barrichello, né? Foi muita ingenuidade minha. De qualquer forma, é mais uma para o meu currículo. Daí, junta o meu pé frio com o do Barrichello e pronto: acabamos com a carreira do Massa, que nunca mais foi o mesmo desde que levou aquela “peçada” do Barrichello.
Para finalizar a história, nesse ano vim morar em Fortaleza e, ainda em São Paulo, decidi: vou torcer pro Ceará, porque eu não gosto de tricolor. A verdade é que eu odeio o tricolor paulista. Não todos os tricolores, mas... é um critério de escolha.
Chegando aqui, nem precisei de muito tempo para secar o Vozão. Estou morando apenas há quatro meses aqui e o que aconteceu? O Ceará acaba de cair para a série B do Campeonato Brasileiro. E o pior é que eu fico sinceramente triste por isso. Pois também é de coração que eu torço. Eu queria tanto torcer para o São Paulo Futebol Clube. Ah! Como eu queria! Mas só dá certo quando é sinceramente.
E o ridículo Palmeiras, que no Campeonato Brasileiro de 2009, não só perdeu, como nem a classificação para a Libertadores da América conseguiu? Confesso que torci pra ele. Mas era só para o São Paulo não ser tetra. Chegou uma hora que até falei: “vamos, Palmeiras! Já que você não colabora, terei que torcer pro Flamengo. Alguém tem que tirar esse título do São Paulo”. Pelo menos, isso deu certo. Mas acabei ferrando o Palmeiras de verde e amarelo. Quero dizer, de verde e branco.
E agora, em 2011, apesar de todo o esforço que o Corinthians fez para perder o campeonato, não conseguiu. Simplesmente porque eu não torço mais pra ele. Se ele for campeão da Libertadores no ano que vem, nem sei o que farei. Não digo que me matarei, mas sei lá... que eu merecia, merecia.
Quem será a minha próxima vítima?