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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Frases da semana

Estava eu aqui na pousada neste abençoado último feriado prolongado do ano lendo a revista VEJA de 14 de setembro de 2011, quando cheguei à parte em que eles listam algumas frases da semana. Achei muitas boas frases e decidi comentá-las.
Começando pela da primeira dama francesa Carla Bruni: “Não se tem um filho para exibi-lo”. Merece os meus parabéns, pois está coberta de razão e foi bastante louvável a blindagem contra a mídia promovida pelo casal Sarkozy. O “velho Greghi” continua vivo, transformando-se diariamente e deve dizer que, se não se tem filho para exibi-lo, também não sabe a razão por que se tem um filho. Nem quer saber.
Agora é a vez dos dizeres de uma faixa no protesto do dia 7 de setembro contra a corrupção: “Kadafi, não importa o seu passado. No Brasil, você pode ser deputado”. Amei essa frase e talvez o melhor exemplo para ilustrar essa verdade é o Paulo Maluf. Procurado pela Interpol, se sair do Brasil, vai preso. Aqui, faz leis. Seria cômico, não fosse trágico.
Agora vou mencionar duas frases seguidas e comentar ambas de uma só vez, já que ambas tem a ver com o mesmo assunto: futebol.
Messi disse que “Maradona (foi o melhor da história), sem dúvida. Não vi o Pelé jogar, mas não me fez falta”.
Fabio Capello, técnico da seleção inglesa, disse, referindo-se ao atacante Andy Carroll, do Liverpool: “Se ele quer ser um bom jogador e um bom esportista, terá de beber menos”.
Há pouco tempo, bem pouco, cheguei a dizer que o Messi era o único argentino legal que eu conhecia e podia admirar. Estou dizendo argentinO, pois tenho uma leitora argentinA que é gente boníssima e que ama o Brasil. Messi decepcionou-me com essa declaração. Se ele não viu Pelé jogar, como pode dizer que Maradona era melhor? Eu, por exemplo, não vi nenhum dos dois e não posso opinar, mas digo que, sim, sinto por não ter podido vê-los. Para mim, os melhores jogadores da história – pelo menos, da minha história – foram Romário e Ronaldo. Porém, fico com Ronaldo pela pessoa que é fora de campo: humilde, boa praça, tem o coração do tamanho da barriga e, ao contrário até do Pelé, não se recusou a reconhecer a paternidade de um filho quando descobriu. Quem não se lembra da filha bastarda do Pelé que morreu sem abraçar o pai, mesmo tendo feito o pedido na cama do hospital?
Mas ninguém é perfeito e Ronaldo também bebe e fuma. Não sei desde quando, mas sei que na brilhante temporada de 2009, ele alimentava esses vícios. Por isso, o técnico Fabio Capello tem razão quando alerta o jogador do Liverpool. Ele apenas nos lembra de um ensinamento bíblico: “não sabeis que o seu corpo é templo do Espírito Santo? E se destruirdes o templo, Deus também o destruirá”. Quanto mais íntegro for o atleta, melhor será o seu rendimento.
Continuando nos esportes, Usain Bolt, o homem mais rápido do mundo declarou com humildade que ainda não é uma lenda, mas “essa prova me ajudou a chegar perto”. Bolt ensina-nos que é, sim, possível ter uma boa auto-estima e ser humilde ao mesmo tempo. Ele busca ser uma lenda, ele busca a perfeição e isso não é falta de humildade. A perfeição deveria ser o objetivo de todos nós, por mais que saibamos ser impossível chegar lá. Porém, como diz a parábola, se mirarmos na lua, chegaremos ao céu; mas se mirarmos no céu, chegaremos só até as nuvens. Bolt sabe que está perto, mas ainda não é.
Pelé só foi Pelé porque nunca se achou melhor. Enquanto jogava, buscou a perfeição. Treinava diariamente, esforçava-se e diz o Milton Neves aquela que na minha opinião é a melhor descrição de Pelé: “a pessoa melhor preparada por Deus para o desempenho de uma atividade específica”. Quando o Ronaldo estava surgindo para o futebol, pediram ao Pelé que desse um conselho para o menino. Pelé lembrou-se de um conselho paterno e que eu trago até hoje comigo como o maior e melhor conselho de humildade que já ouvi: “Nunca diga que você é o melhor. Deixe os outros dizerem”. Romário poderia ter feito muito mais de 1000 gols, caso não se achasse bom. Caso treinasse com seriedade todos os dias. O que faltou a Romário não foi talento; foi humildade.
Acerca do conselho do rei do futebol, tenho um primo que é humilde, mas se reveste de uma carapuça de vaidade para zoar e ser zoado. Ele diz uma frase bem irônica e engraçada: “Deixa que eu me elogie, pois eu sei até onde eu posso aguentar”.
Vamos tratar de temas mais pesados? Sim, mais pesados que o Ronaldo. Economia, por exemplo. A diretora do FMI, Christine Lagarde disse que “se os diferentes bancos centrais, governos e organizações internacionais trabalharem em cooperação, poderemos evitar uma recessão”. As declarações são sempre mais mansas do que a realidade para não assombrar a população. Tratam-nos como se fôssemos crianças. Não seria melhor dizerem a verdade e nos deixarem preparados para o caos que virá do que ficar mentindo, dizendo que é “só uma marolinha” e sermos pegos de surpresa pelo tsunami. Não se deixem enganar. A situação na Europa é gravíssima!
Não prevemos uma recessão na Europa”. José Manuel Durão Barroso, presidente da Comissão Européia. Diz que não prevê, pois previsões só são feitas do futuro, de coisas que ainda não aconteceram. A recessão na Europa já é uma realidade e faz parte do presente de muitos países.
Por fim, ao contrário do Jornal Nacional, que sempre termina com notícias alegres para lhe deixar no “clima” da novela, terminarei com assuntos pesados: política dessa vez. Disse a deputada Jandira Feghali que “a imprensa usa o termo 'faxina' só porque Dilma é mulher. Se fosse homem, seria 'combate “a corrupção'”! Totalmente desnecessário e infeliz o comentário da deputada. É esse tipo de declaração que estimula o preconceito e a discriminação. Ou será que a deputada não estudou em história que o símbolo da campanha presidencial do Jânio Quadros foi a vassoura? Nossa! Não quero nem pensar no que diriam as feministas se isso acontecesse nos dias de hoje. Os tempos do politicamente correto tolhe nossa liberdade de expressão!
E o governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral disse que a extinção da CPMF foi uma covardia, mas não explicou por que a saúde em seu estado era péssima nos tempos da “contribuição”. Creio que a reeleição deste senhor, sim, é que foi uma covardia!

Um comentário:

  1. Também não vi Pelé jogar, mas vi o filme Pelé Eterno e posso afirmar que ninguém chegou aos pés do rei. E pra mim o Maradona ainda está atrás do Romário e talvez até do Ronaldo. O Messi, pela caminhada, promete ser grande como todos esses. Enfim, as frases que vc colheu representam discussões sem fim no esporte, na política, na economia. Daqui 500 anos estaremos discutindo as mesmas coisas.

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