Seguidores

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A unidade no corpo de Cristo

Na oração sacerdotal (João 17), pronunciada no jardim do Getsêmani, a principal preocupação na mente de Cristo era a unidade de Sua igreja – aqueles que haviam saído “do mundo” (João 17:6). Ele pleiteou com o Pai em favor de uma unidade, no seio da igreja, que fosse semelhante àquela experimentada pela Divindade. Ele orou para que todos fossem um; “e como és tu, ó Pai, em Mim e Eu em Ti, também sejam eles em Nós; para que o mundo creia que Tu me enviaste” (João 17:21).
Semelhante unidade é o mais poderoso testemunho que a igreja pode oferecer, pois ele provê a evidência do abnegado amor de Cristo pela humanidade. Ele afirmou: “Eu neles, e Tu em Mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que Tu Me enviaste e os amaste, como também amaste a Mim” (João 17:23).
Um homem visitava um hospício. O enfermeiro lhe mostrava pacientemente os vários setores daquela casa. Intrigado com a flagrante desproporção entre o número de funcionários e o de enfermos ali internados, o visitante perguntou: “Vocês não tem medo de que os internos se unam e agridam vocês? Afinal, eles são em número muito maior!”
O enfermeiro respondeu: “Oh, não! Ninguém precisa ficar com medo. Os loucos nunca se unem” (www.sitedopastor.com.br).
Que tipo de unidade tinha Cristo em mente para Sua igreja?

1.                  Unidade no Espírito  - em sua defesa da unidade da igreja, Paulo afirmou: “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito” (1 Coríntios 12:12,13).
O Espírito Santo é a força impelente por trás da unidade da igreja. Por Seu intermédio são os crentes conduzidos até ela. Ao chamar os membros de todas as nacionalidades e etnias, o Espírito Santo batiza-os num único corpo, o corpo de Cristo – a igreja. À medida que eles crescem em Cristo, as diferenças culturais não mais causam divisão. O Espírito Santo quebra as barreiras entre ricos e pobres, altos e baixos, homens e mulheres. Compreendendo que à vista de Deus todos eles são iguais.

2.                  Unidade de fé – a diversidade de dons não implica, porém, em diversidade de crenças. A base de nossa fé é a Palavra de Deus: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus” (Romanos 10:17). Falando da unidade, Ellen White assim se expressou: “Deus está guiando um povo do mundo para a exaltada plataforma da verdade eterna – os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. Disciplinará e habilitará Seu povo. Eles não estarão em divergência, um crendo uma coisa e outro tendo opiniões e fé inteiramente opostas, e movendo-se cada qual independentemente do conjunto. Pela diversidade dos dons e governos que Ele pôs em Sua igreja, todos alcançarão a unidade da fé. Se alguém forma seu próprio conceito no tocante à verdade bíblica, sem atender à opinião de seus irmãos, e justifica seu procedimento alegando que tem o direito de pensar livremente, impondo suas ideias então aos outros, como poderá cumprir a oração de Cristo? E se outro e outro ainda se levantam, cada qual afirmando seu direito de crer e falar o que lhe aprouver, sem atentar para a fé comum, onde estará aquela concórdia que existia entre Cristo e Seu Pai?” (A Igreja Remanescente, páginas 25 e 26).
Nos últimos dias, a igreja de Deus será composta por pessoas que compartilham as verdades do evangelho eterno. A vida dessas pessoas será caracterizada pela observância aos “mandamentos de Deus e a fé de Jesus” (Apocalipse 14:12). Juntas, elas proclamam ao mundo o convite à salvação procedente de Deus.

A unidade é essencial à igreja. Sem ela, a igreja fracassará no desempenho de sua sagrada missão. Existem alguns benefícios na unidade para o fortalecimento da igreja e seu crescimento:

1)                 A unidade torna eficazes os esforços da igreja: “Os homens não obedecem às palavras de Jesus Cristo, buscando assim unidade na fé, no espírito e na doutrina. Não pelejam pela unidade do espírito pela qual Cristo orou e que tornaria o testemunho dos discípulos de Cristo eficiente em convencer o mundo de que Deus enviara Seu Filho para que todo aquele que nEle crê, não pereça, mas tenha vida eterna. Se entre os filhos de Deus houvesse a união por que Cristo orou, dariam eles um testemunho vivo e irradiariam resplendente luz que brilhasse entre as trevas morais do mundo” (A Igreja Remanescente, página 44).
É a unidade da igreja que a habilita a exercer consciente influência sobre os incrédulos e os mundanos.

2)                 A unidade revela a realidade do Reino de Deus. “Os anjos trabalham harmoniosamente. Perfeita ordem caracteriza todos os seus movimentos. Quanto mais aproximadamente imitarmos a harmonia e ordem dos anjos, tanto maior êxito terão os esforços desses agentes celestiais em nosso favor. Se não virmos necessidade de ação harmônica, e formos desordenados, indisciplinados e desorganizados em nossa maneira de agir, os anjos que são perfeitamente organizados e se movem em perfeita ordem não poderão com êxito trabalhar por nós. Eles se afastarão pesarosos, pois não estão autorizados a abençoar a confusão, distração e desorganização. Todos os que desejarem a cooperação dos mensageiros celestiais, devem trabalhar em harmonia com eles. Os que receberam a unção do Céu, em todos os seus esforços incentivarão a ordem, a disciplina e unidade de ação, e então os anjos de Deus poderão cooperar com eles. Mas nunca, jamais esses mensageiros celestes sancionarão a irregularidade, a desorganização e a desordem. Todos esses males são o resultado dos esforços de Satanás para enfraquecer-nos as forças, destruir-nos a coragem e evitar a ação bem sucedida” (A Igreja Remanescente, página 24).

3)                 A unidade demonstra a força da igreja. Uma igreja é verdadeiramente próspera e forte quando seus membros estão unidos a Cristo e uns com os outros, trabalhando harmoniosamente em favor da salvação do mundo. Uma igreja unida resistirá aos ataques satânicos, pois os poderes das trevas são impotentes contra uma igreja cujos membros amam uns aos outros, assim como Cristo os amou. O resultado de uma igreja unida pode ser comparado com o desempenho de uma orquestra. Quando os músicos estão afinando os instrumentos, eles produzem um som estranho e desagradável. Entretanto, quando o maestro aparece e todos os olhares se voltam para ele, obedecendo à sua regência, os sons desconexos dão lugar à beleza e harmonia.

Como alcançar a unidade?

“A causa da divisão e discórdia na família e na igreja é a separação de Cristo. Aproximar-se de Cristo é aproximarem-se uns dos outros. O segredo da verdadeira união na igreja e na família não é a diplomacia, o trato habilidoso, o sobre-humano esforço para vencer dificuldades – embora haja muito disto a ser feito – mas a união com Cristo” (Lar Adventista, página 179).
Quando Cristo iniciou Sua obra mediadora ao lado de Seu Pai no Céu, garantiu que o alvo de ter Seu povo unido não era uma ilusão. Através do Espírito Santo, Ele concedeu dons especiais, cujo propósito particular era estabelecer a “unidade da fé” entre os crentes. Ao analisar esses dons, Paulo disse que Cristo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres. Esses dons foram concedidos à igreja com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus.
Em nossa busca de unidade, não podemos sacrificar as verdades que fizeram de nós um povo distinto. A Bíblia, falando do Espírito Santo, afirma que Ele é o Espírito da verdade (João 15:26). Em Sua oração intercessora, Cristo pede ao Pai: “Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade” (João 17:17). Portanto, para que possam experimentar a unidade, os crentes devem receber a luz que brilha da Palavra.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O Espiritismo e seu Fim

Eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro” (Apocalipse 16:14).

O grande poder presente no espiritismo tem sua origem no grande líder rebelde, Satanás, príncipe dos demônios. É por meio de seus artifícios que os anjos maus são capazes de assumir o lugar dos mortos e, por meio da hipocrisia enganadora, levam os seres humanos a se relacionar com os demônios. Os que se comunicam com os supostos espíritos dos mortos estão se comunicando com aqueles que exercerão um poder pervertedor e degradante sobre a mente. Cristo nos ordenou que não tivéssemos relação alguma com feiticeiros e com aqueles que tratam com espíritos familiares.
Por anos, o espiritismo tem crescido em força e conquistado popularidade ao defender “certo tipo de fé” em Cristo. Assim, muitos protestantes estão obcecados com esse mistério da iniqüidade. Não é de surpreender que sejam enganados, pois persistentemente se mantém no erro de que, tão logo o fôlego deixa o corpo, o espírito imediatamente vai para o Céu ou para o inferno. Através da influência que essa doutrina exerce sobre eles, o caminho é preparado para a obra enganadora do príncipe das potestades do ar.
Ao ser o Espírito Santo retirado da Terra, o poder de Satanás se manifestará cada vez mais. O conhecimento que ele obteve por meio da conexão com Deus, como querubim cobridor, empregará agora para controlar seus súditos, que caíram de seu elevado estado. Usará todo o poder de seu intelecto superior para representar erroneamente a Deus e instigar rebelião contra Jesus Cristo, o Comandante do Céu. Na sinagoga de Satanás, ele subjuga sob seu cetro e sob seus conselhos, os agentes que pode usar para promover a adoração a si próprio. Não é estranho encontrar formas de refinamento e manifestações de grandeza intelectual na vida e no caráter daqueles que são inspirados por anjos caídos. Satanás pode comunicar conhecimento científico e dar às pessoas capítulos sobre filosofia. Ele é conhecedor da história e versado na sabedoria mundana.
Satanás usará seus agentes para operar diabólicos artifícios, a fim de dominar os santos de Deus. No entanto, o povo de Deus pode observar tranqüilamente o esquadrão de tropas do mal chegar à triunfante conclusão de que, porque Cristo vive, também viveremos. A confederação do mal será finalmente destruída. (Signs of the Times, 28 de maio de 1894)

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Engano dos últimos dias

O Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios” (1 Timóteo 4:1)

Antes das últimas manifestações da obra da apostasia, haverá uma confusão da fé. Não haverá idéias claras e definidas a respeito do mistério de Deus. Será deturpada uma verdade após a outra. Há muitos que negam a preexistência de Cristo e, com isso, negam sua divindade. Não O aceitam como Salvador pessoal. Essa é uma negação total de Cristo. Ele é o Filho unigênito de Deus, um com o Pai desde o início. Por Ele, os mundos foram criados.
Ao negar a encarnação miraculosa de Cristo, muitos rejeitam outras verdades de origem celestial e aceitam as fábulas de invenção satânica. Perdem o discernimento espiritual e praticam aquilo que lhes é trazido e impresso em sua mente por meio da intervenção de Satanás.
O espiritismo está prestes a cativar o mundo. Muitos há que julgam ser o espiritismo mantido por truques e imposturas, mas isso está longe da verdade. Um poder sobreumano está operando de várias maneiras, e poucos têm idéia do que será a manifestação do espiritismo no futuro.
O fundamento do êxito do espiritismo foi posto nas afirmações feitas nos púlpitos dos Estados Unidos da América. Os pastores têm proclamado como doutrina bíblica falsidades originadas no arquienganador. A doutrina da consciência após a morte, de o espírito dos mortos se comunicar com os vivos, não tem fundamento nas Escrituras. No entanto, essas teorias são afirmadas como sendo a verdade. Por meio dessa falsa doutrina, tem sido aberto o caminho para os espíritos dos demônios enganarem o povo, apresentando-se como os mortos. Instrumentos satânicos personificam os mortos, levando assim as pessoas ao cativeiro. Satanás tem uma religião, tem uma sinagoga e devotos adoradores.
Os sinais e maravilhas do espiritismo se manifestarão cada vez mais, à medida que o professo mundo cristão rejeitar a verdade abertamente revelada na Palavra de Deus e se recusar a ser guiado por um claro “assim diz o Senhor” (Jeremias 23:2), aceitando em seu lugar, doutrinas e mandamentos humanos.
A confederação do mal não subsistirá. Deus diz: “Ao Senhor dos exércitos, a Ele santificai; seja Ele o vosso temor, seja Ele o vosso espanto. Ele vos será santuário” (Isaías 8:13,14).

Revista Signs of the Times, 28 de maio de 1894

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O remanescente e sua missão

"Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus" (Apocalipse 12:7).

Ao descrever a batalha do dragão contra a mulher e sua descendência, João utilizou a expressão "os restantes da sua semente". Essa expressão significa "os que sobraram", ou "remanescentes". A Bíblia retrata o remanescente como um pequeno grupo de filhos de Deus que, ao longo das calamidades, guerras e apostasias, permanece fiel a Ele. Eles são "os vencedores da besta, da sua imagem e do número do seu nome" (Apocalipse 15:2).

Características do remanescente

O remanescente dos últimos dias não pode ser facilmente confundido. João os descreve em termos bastante específicos. É constituído por aqueles que "guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus". Eles têm sobre si a responsabilidade de proclamar, justamente antes do retorno de Cristo, a advertência final de Deus ao mundo, a tríplice mensagem angélica de Apocalipse 14:6-12.
O povo remanescente de Deus é caracterizado por uma fé semelhante a que Jesus possuía. Ele reflete a inabalável confiança de Jesus em Deus e na autoridade das Escrituras. Crê que Jesus Cristo é o Messias da profecia, o Filho de Deus, que veio como o Salvador do mundo. Sua fé abrange todas as verdades bíblicas, as mesmas que Jesus pregava.
Os remanescentes se dedicam à proclamação do evangelho eterno, o evangelho da salvação pela fé em Cristo Jesus. Eles advertirão o mundo que a hora do juízo de Deus é chegada, e procurarão fazer com que os outros se preparem para o breve encontro com o Senhor. Eles se envolverão numa missão de extensão mundial - "a cada nação, e tribo, e língua, e povo" (Apocalipse 14:6) - a fim de completar o testemunho divino à humanidade.
Está disposto a seguir o exemplo de obediência dado por Cristo: "A minha comida consiste em fazer a vontade dAquele que Me enviou e realizar a Sua obra" (João 4:34). Assim como Jesus guardou os mandamentos de Seu Pai, os remanescentes também obedecem aos mandamentos de Deus. O próprio Cristo afirmou: "Se guardardes os Meus mandamentos, permaneceis no meu amor; assim como também Eu tenho guardado os mandamentos de Meu Pai e no Seu amor permaneço" (João 15:10).
Outra característica do remanescente é a de ser conduzido pelo "testemunho de Jesus". De acordo com Apocalipse 19:10, o testemunho de Jesus é o "espírito de profecia". Logo, o remanescente crê no dom profético concedido por Deus à Sua igreja.

O remanescente nos últimos dias

De acordo com as profecias bíblicas, principalmente as de Daniel e Apocalipse, o remanescente apareceria após a grande perseguição movido pelo "dragão" contra a "mulher" (Apocalipse 12:14-17). Os sensacionais eventos da Revolução Francesa, que culminaram com o aprisionamento do papa no fim dos 1.260 dias-anos (1.798 d.C.), e o cumprimento dos três grandes sinais cósmicos, assim descritos no evangelho de Mateus: "Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o Sol escurecerá, a Lua não dará sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados" (Mateus 24:29), conduziram a um grande reavivamento no estudo das profecias. Uma expectativa geral no tocante à iminente volta de Cristo foi observada. Por todo o mundo, muitos cristãos reconheceram que o "tempo do fim" havia chegado (Daniel 12:4).
A esperança do advento desenvolveu um espírito de profunda unidade entre seus participantes, e muitos se uniram para advertir o mundo do breve retorno de Cristo. O movimento adventista teve como base a Palavra de Deus. Quanto mais aquelas pessoas estudavam a Bíblia, mais e mais se convenciam de que Deus estava chamando um remanescente para prosseguir a estagnada reforma da igreja cristã. Eles próprios já haviam experimentado a ausência do espírito de reforma em suas respectivas igrejas, e falta de interesse no estudo e na preparação para o segundo advento. Seu estudo da Bíblia revelou que as provas e desapontamentos que Deus lhes permitira atravessar, constituíam uma experiência profundamente espiritual e purificadora, que os fizera unir-se como o povo remanescente de Deus. O Senhor os comissionara a prosseguir com a reforma que tanta alegria e poder trouxera à igreja.

A missão do remanescente

De acordo com as profecias do livro de Apocalipse, a missão do remanescente é apresentar as três mensagens angélicas (Apocalipse 14:6-12), que são uma resposta divina aos extraordinários enganos satânicos que varrem o mundo justamente antes do retorno de Cristo (Apocalipse 13:3,8,14-16). Imediatamente em seguida ao último apelo divino dirigido ao mundo, Cristo retorna para buscar os seus (Apocalipse 14:14-20).
O primeiro anjo simboliza o remanescente de Deus levando o evangelho eterno a todo o mundo. Esse evangelho contém as boas-novas do infinito amor de Deus que os antigos profetas e os apóstolos proclamaram (Hebreus 4:2). O remanescente não apresenta um evangelho diferente - em vista do julgamento, eles reafirmam o evangelho eterno de que os pecadores podem ser justificados pela fé e receber a justiça de Cristo.
O fato de que "a hora do juízo é chegada" acrescenta urgência ao chamado para o arrependimento. Em Apocalipse 14:7, a palavra juízo é traduzida do grego krisis, o ato de julgar, e não a sentença do juízo (krisma). Refere-se, portanto, a todo o processo de julgamento, inclusive a colocação das pessoas diante do divino tribunal, a investigação dos livros, o veredicto de absolvição ou condenação, e a atribuição da sentença de vida eterna ou morte eterna.
Essa mensagem também convoca todos para adorar o Criador. O chamado de Deus para a adoração contrasta com o chamado para a adoração da besta e da sua imagem (Apocalipse 13:3,8,15). Ao ordenar-nos que adoremos "Aquele que fez o Céu, e a Terra, e o mar e as fontes das águas" (Apocalipse 14:7; conforme Êxodo 20:11), essa mensagem chama atenção para o quarto mandamento. Conduz as pessoas à verdadeira adoração do Criador, uma experiência que envolve a honra de Seu memorial da criação - o sábado do Senhor, o dia sétimo, que Ele instituiu na criação e confirmou ao entregar os Dez Mandamentos a Moisés, no monte. Somente quando a verdadeira adoração é restaurada e os crentes vivem os princípios do reino de Deus, é que o Senhor pode ser glorificado.
A mensagem do segundo anjo expõe a natureza universal da apostasia babilônica e seu poder coercitivo, dizendo que ela tem dado a beber do vinho da fúria da sua prostituição (Apocalipse 14:8). O "vinho" de Babilônia representa seus ensinos heréticos. Babilônia pressionará os poderes do Estado para que este obrigue a imposição universal de decretos e falsos ensinos religiosos.
Babilônia caiu porque se recusou a atender à mensagem do primeiro anjo - o evangelho da justificação pela fé no Criador. Assim como a igreja de Roma apostatou nos primeiros séculos da era cristã, muitos protestantes da atualidade se desviaram das grandes verdades da Reforma. A mensagem do segundo anjo se tornará mais e mais relevante à medida que o fim se aproxima, e encontrará seu completo cumprimento mediante a aliança entre as várias organizações religiosas que rejeitaram a mensagem do primeiro anjo.
O terceiro anjo proclama o mais solene aviso divino contra a adoração da besta e de sua imagem. A besta é a união Igreja-Estado que dominou o mundo cristão durante tantos séculos, e que foi descrita por Paulo como o "homem da iniqüidade" (2 Tessalonicenses 2:2-4), e por Daniel como o "chifre pequeno" (Daniel 7:8, 20-25; 8:9-12). A imagem da besta representa aquela forma de religião apóstata que se desenvolverá quando as igrejas, tendo perdido o verdadeiro espírito da Reforma, se unirão com o Estado a fim de impor seus ensinamentos às pessoas. Ao se unirem, Igreja e Estado formarão uma perfeita imagem da besta - a igreja apóstata que perseguiu a mulher durante 1.260 anos.
Deus tem Seus filhos em todas as igrejas, mas é através da igreja remanescente que Ele proclama a mensagem que deverá restaurar a verdadeira adoração, mediante o chamamento de Seu povo para fora dos círculos da apostasia e a preparação dele para o retorno de Cristo.