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quinta-feira, 9 de maio de 2013

O homem que morou numa baleia

Jonas é, sem dúvida, o mais conhecido dos profetas menores. Ainda não conheci uma criança que soubesse a história de Oséias ou Amós, mas é difícil encontrar uma criança cristã que não esteja de alguma forma familiarizada com a história de Jonas. Mas isso não significa que o livro de Jonas seja uma história infantil. Na verdade, nós adultos podemos ter profundos momentos de meditação a partir das situações descritas ao longo dos quatro capítulos do livro. Tópicos como perdão, justiça, obediência, onisciência divina e arrependimento podem facilmente ser abordados a partir da história de Jonas. Como disse o autor e filósofo Ravi Zacharias: "Nós gastamos tempo demais tentando entender o que se passou dentro do grande peixe e nos esquecemos de pensar no que estava acontecendo dentro do coração de Jonas".
Existem aqueles que afirmam que o livro de Jonas não passa de uma alegoria ou uma simples lenda. No entanto, existem alguns elementos na própria narrativa que sugerem fortemente que se trata de uma história real. Vejamos alguns deles brevemente:

a) Personagem: Jonas é mencionado em 2 Reis 14:25, mostrando que ele era profeta no reino de Israel e exerceu ministério profético em meados do século 8º a.C. e foi contemporâneo de outros profetas como Oséias e Amós. Estamos diante de um personagem histórico. O curioso é que Jonas se tornou conhecido por ser um profeta de Deus para uma nação pagã, a Assíria.

b) Aspectos literários: a forma introdutória do livro: "Veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo" (v.1) é um importante indicativo da intenção do seu autor. Trata-se da mesma forma introdutória de livros como Oséias, Joel, Miquéias, Sofonias, Ageu e Zacarias. Além disso, a primeira palavra hebraica do livro "vayehi" ('e aconteceu' ou 'e veio') é a mesma do começo de outros livros históricos (conforme Josué 1:1; Juízes 1:1; Rute 1:1; 1 Samuel 1:1; 2 Samuel 1:1; Esdras 1:1; Ester 1:1). Como cristãos, aceitamos a historicidade desses livros. Por que imaginar que o livro de Jonas seria diferente?

c) Ambiente histórico: o falecido especialista em documentos assírios Donald J. Wiseman publicou um fascinante artigo em 1979 demonstrando como as informações sobre Nínive no livro de Jonas são compatíveis com seu tamanho, sua população e seus costumes nos tabletes cuneiformes e também nas escavações arqueológicas feitas ali desde a década de 1940.

Foi A.W. Tozer quem disse certa vez: "Dê-me Gênesis 1:1 e o restante da Bíblia não será problema para mim". Se as primeiras frases das Escrituras são verdadeiras - e eu acredito que são - não deveríamos ficar incomodados com uma história em que um homem é engolido por um grande peixe e depois de passar três dias lá dentro, sai e cumpre sua missão profética! Permita-me mencionar algo mais sobre isso. Existe uma antiga e importante igreja em Chipre que abriga os ossos de um importante personagem bíblico. Nessa igreja pode-se ler uma inscrição: "Lázaro, morto duas vezes, amigo de Jesus". Para aquele que é capaz de ressuscitar uma pessoa morta há quatro dias, não vejo como problema manter um homem por três dias dentro de um animal marinho.
O grande peixe (não chamado de baleia nas páginas sagradas) foi um instrumento de salvação para o profeta. Afundando em meio às profundezas oceânicas, o mensageiro de Deus começava a beber água e a morte parecia certa, ao mesmo tempo em que resolveria seu problema de ter que pregar em Nínive, o que ele decididamente não queria. Porém, quem, de fato, quer morrer? Quando nos deparamos de frente com a morte, clamamos por salvação. Foi o que Jonas fez e o SENHOR, conhecendo o coração de Jonas, atendeu-lhe a oração e atuou de forma incrível! Por mais que algumas pessoas zombem da história, Jesus testemunhou de sua veracidade (Mateus 12:40) e até mesmo a usou em referência à sua própria morte e ressurreição.
Contrastes curiosos, hein! Jonas, um ser humano, não quis obedecer a ordem de Deus para salvar uma cidade grande para aqueles tempos. Era uma cidade ímpia, mas que bom se se arrependesse! Porque assim, Israel não precisaria mais temer aquela cidade nem aquele povo. E, se não se arrependesse, Deus a destruiria em 40 dias. Assim, Israel também não precisaria mais temer aquela cidade e o povo assírio. Mas se Jonas não pregasse, nem o povo se arrependeria nem a cidade seria destruída e Israel teria que continuar temendo.
Por sua vez, a uma ordem de Deus a natureza obedeceu. Ela soprou fortes ventos e derramou intensa tempestade no mar. A uma ordem de Deus, apareceu um peixe grande e obediente, posicionou-se na direção de Jonas que se debatia no mar e o engoliu sem machucar. E a uma ordem de Deus, o peixe humildemente expeliu Jonas, não no meio do mar, mas na praia (Jonas 2:10).
Que conjunto de contradições! A natureza obedecendo e um ser racional desobedecendo. Jonas deveria ter raciocinado que, por sua obediência, tanto resolveria a situação da cidade se ela se arrependesse, como resolveria a ameaça que aquela cidade representava para o povo de Israel. E, por outro lado, se a cidade não obedecesse, o problema dela não seria resolvido, mas o de Israel sim, pois Nínive desapareceria do mapa. Porém, fugindo Jonas de sua missão, nada seria resolvido: nem o problema de Nínive nem o de Israel. Afinal, qual foi a lógica em que Jonas se baseou para decidir?
Ele baseou-se na lógica humana, do tipo essa cidade ímpia não merece perdão. Eles são gentios! Que fiquem lá com seus deuses e que o nosso Deus nos proteja deles. Além disso, são perigosos e violentos. Não entrarei lá para arriscar a minha vida por essa gente. Que alerta para os crentes fanáticos e preconceituosos, hein! Que olham de cima para baixo todos aqueles que não pertencem a "sua igreja".
Às vezes é preciso que enfrentemos uma experiência terrível para abrir o coração ao SENHOR, para perceber que Ele é a nossa única esperança e salvação. Deus permite que as ondas nos envolvam para que possamos mudar de atitude. Jonas mudou de atitude. Depois de quase morrer, foi a Nínive, pregou a mensagem e converteu mais de 120.000 (cento e vinte mil) pessoas (Jonas 4:11). Você também pode mudar de atitude, mas não precisa esperar que as ondas o envolvam a ponto de quase sufocar. Quem sabe você já não esteja sufocado. "Hoje é o dia em que Deus mostra a Sua bondade. Agora é a hora da salvação" (II Coríntios 6:2). Genuíno arrependimento implica em mudança de atitude. Jonas, a ponto de perecer, orou a Deus e foi ouvido. O SENHOR utilizou-Se do instrumento mais improvável para salvar Seu servo: um grande peixe. Isso mostra que nada limita o poder de Deus. Ele tem o controle da natureza e fará o que for preciso para te salvar. Se Ele quiser usar a baleia, Ele vai usar, porque Ele pode. E Ele pode, porque Ele é Deus.
Meu querido amigo, minha querida irmã, Deus vai fazer, está fazendo e já fez tudo o que foi, é e ainda será preciso para te levar para o Céu. Só há uma coisa que O impede. O seu livre-arbítrio. Ele não vai forçar nada. Se você quiser ficar e morrer, foi você que se excluiu do Céu. Que respeito! Que amor maravilhoso! Que Deus apaixonante!

Um comentário:

  1. Ok, é verdade. O meu priminho de 5 anos já sabe a histà ³ria de Jonas. É verdade que ele não sabe o nome do profeta nem o que ele fez ou onde, mas ele já assistiu desenhos de um cara que foi engolido por uma baleia. kkkkkkkkkkkk mó barato!

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