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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Sinta-se amado

Muitas pessoas seguem a Deus por medo. Na verdade, não são seguidoras. São escravas de um temor, e ainda que não compreendam, simplesmente respeitam, pois foram ensinadas a agir assim. Mas não precisamos ir muito longe. Você já pensou nas razões por que segue a Deus? Você o segue por amor ou medo? Talvez você não saiba a resposta, porém, permita-me fazer uma pergunta: você realmente acredita que Deus o ama? Ao cometer um pecado grave, você consegue voltar e orar a Deus como fazia antes? Ou sente que precisa dar um tempo, fazer alguma coisa boa e quem sabe sofrer algo para poder se redimir diante dEle?
A carta de amor (Bíblia) que Deus nos deixou apresenta algumas de Suas características. Destas, vamos salientar três:

1 - Deus é imutável em Seus atributos (Tiago 1:17): já percebeu que mudamos de humor o dia inteiro? Acordamos de um jeito, as atividades do trabalho alteram esse estado, e à noite, podemos estar de outra maneira. O caráter e a personalidade que desenvolvemos podem sofrer alterações durante a vida. Mas com Deus é bem diferente. Ele não muda nunca em Seus atributos. Isso nos dá a segurança que Ele é sempre o mesmo e em qualquer situação podemos confiar nEle.

2 - Deus é eterno (Isaías 40:28): ficamos surpresos quando alguém atinge a casa dos 100 anos e nos deslumbramos ao pensar na vida sem fim que teremos no Céu. O nosso Deus, porém,
é muito mais do que tudo isso, pois Ele não tem começo nem fim. Ele é o único Ser em todo o Universo que não está subordinado ao tempo nem sofre influência dele.

3 - Deus é amor (1 João 4:8): O amor divino não pode ser confundido com o que humanamente chamamos de amor, que é limitado e, em geral, está vinculado a um desejo egoísta. O amor do nosso Deus é totalmente altruísta. Ou seja, pensa primeiro no outro. E não é resultado da nossa ação. Nós O amamos porque Ele nos amou primeiro.

Essas características de Deus nos enchem de esperança e alegria, pois temos um Deus que nos ama de maneira incondicional. Seu amor não muda conforme as nossas ações e esse amor é eterno. Como Ele mesmo disse: "Com amor eterno Eu te amei" (Jeremias 31:3). Quão maravihoso é ser amado dessa maneira, com amor infinito! Você é um amado de Deus!
Na mente de muitas pessoas, a mensagem de que Deus é amor não coincide com a realidade que elas observam. Como um Deus que ama permite tanto sofrimento? Terremotos, fomes, pestes, guerras, violência, pobreza, miséria, todas essas coisas parecem depor contra a aceitação de que Deus é amor. Pode parecer cômodo teologicamente ou quando a dor não é nossa. Dizemos a um doente que ele deve confiar em Deus. E nós, confiamos nEle? Quando é nosso filho que está jazendo em um leito de hospital, desenganado pelos médicos, confiamos em Deus? E se ele vem a falecer, seguimos acreditando que Deus é amor? Que amor é esse que permite que uma criatura inocente sofra e que não atende ao clamor do nosso coração? Sem sombra de dúvidas, o sofrimento humano é o grande teste em relação a aceitação da idéia de que Deus nos ama. Tem sido assim desde os tempos da antigüidade e será assim até o fim.
Os discípulos de Jesus encontraram um cego de nascença à beira do caminho. Em sua cultura e tradição, a enfermidade poderia ser vista como uma espécie de castigo divino por algum pecado cometido. Quanto mais pecaminoso o ato, mais severa seria a doença infligida. Havia, contudo, uma questão teológica que se levantava, pois era fácil explicar a realidade da enfermidade dessa maneira, desde que o indivíduo a tivesse adquirido ao longo de sua vida. Porém, e quando a pessoa nascia com alguma enfermidade? Surgiam duas possibilidades: o bebê estava pagando pelo erro dos seus pais ou estava pagando por algum pecado próprio cometido no ventre de sua mãe (os judeus acreditavam que um bebê pode pecar mesmo antes de nascer, como fazia Esaú lutando contra Jacó no ventre de Rebeca - conforme Gênesis 25:22).
Imagino o olhar de compaixão de Jesus para aquele homem, sobretudo para os próprios discípulos. Eles estavam imersos em uma cultura religiosa errônea e não conseguiam compreender as ações e ensinamentos de Jesus. Não eram pessoas de má índole ou mesquinhas para com o sofrimento alheio. Eles eram cegos espirituais. Sua compreensão de quem era Deus os impossibilitava de usufruir uma experiência mais profunda e feliz.
Os discípulos ouviam que Deus é amor, mas sua prática religiosa ensinava o contrário. Tantos rituais praticados invariavelmente por anos, somente para se sentir menos indignos e estar aptos para um encontro com o Senhor quando Ele aparecesse. Mal sabiam eles que estavam diante do Criador de todas as coisas, sem nenhuma parafernália ritualística ou cerimonial. Caminhavam lado a lado com Aquele que mantém o Universo pela força de Sua palavra. Em Sua misericórdia e terno amor, Jesus lhes respondeu que aquela enfermidade não era fruto de um desvio da lei de Deus, como um castigo dado pelo Senhor. Mas que Deus usaria aquela situação de cegueira para a Sua glória e a transformaria em bênçãos na vida daquele homem e de tantos outros. Jesus curou aquele homem, restabeleceu-lhe a saúde e a dignidade.
Não é verdade que ainda pensamos como os discípulos? Quando vamos entender que o amor de Deus por nós é sempre o mesmo? Que, não importa o que façamos, Ele continuará nos amando da mesma forma, pois Seu amor não está condicionado às nossas ações nem é conquistado por nossa bondade ou esforço. Desde toda eternidade, Deus escolheu nos amar, e por esse amor "vivemos, nos movemos e existimos" (Atos 17:28).
Enquanto você lê este texto, seus pulmões se enchem de ar, seu coração continua batendo e talvez agora, por haver mencionado, você nota a respiração e começa a ouvir o pulsar do seu coração. O Sol nasce e se põe todos os dias, independentemente de toda malignidade do ser humano, como se Deus estivesse dizendo a cada alvorada que ainda há uma chance de salvação.
Cada detalhe de Sua terna criação, a beleza das flores, o colorido dos pássaros, a diversidade da vida marinha, as belas montanhas quebrando a monotonia de uma planície, o vento que parece pentear a relva, os pequenos animais em seu laborioso e incansável serviço, como se estivessem em uma linha de produção; a risada gostosa de uma criança que se diverte com as brincadeiras de seu pai, o olhar apaixonado de um jovem que encontra seu primeiro amor, bem como toda possibilidade de sermos, sentirmos, expressarmos e vivermos experiências únicas e fantásticas, foi Ele, o autor da vida, o Deus de amor, quem nos concedeu, para nossa felicidade.
Na beleza e alegria, talvez seja fácil ver o amor desse Deus maravilhoso. Porém é preciso que aprendamos a enxergar Sua bondosa mão em meio aos momentos de dor e sofrimento. Em minha vida tenho aprendido a reconhecer o amor de meu Senhor em situações difíceis, mais do que na bonança e calmaria. Acreditar que tudo o que acontece na minha vida é para o meu bem, porque sei que Ele cuida de mim, tem garantido paz ao meu coração. Não posso dizer que as dores acabaram, que os problemas se tornaram mais fáceis, ou que meu corpo não enfrenta doenças. Na verdade, todos os acontecimentos de minha vida seguem como antes, mas tenho paz. E essa paz que não advém do conhecimento dos fatos ou domínio das circunstâncias, faz com que o peso seja aliviado e se possa dormir tranqüilo cada noite. É a convicção de ser amado que traz a confiança que fortalece na jornada.
Alguns se sentem sozinhos neste mundo e verdadeiramente esta vida é muito dura para se viver só. Sentem que não são amados. Sentem-se incompreendidos, não aceitos pelos demais, e que ninguém se importa com eles. Talvez você já tenha se sentido assim em algum momento, ou esse momento tem insistido em perdurar e está se tornando sua realidade.
Cada dia você tem travado uma batalha e alguns pensamentos ruins já andaram pairando por sua cabeça. Você conhece a Bíblia, já ouviu muitas mensagens, e amigos já tentaram encontrar explicação para a sua dor, mas nada disso o tem confortado. O que você precisa é acreditar que Deus o ama. Quando alguém diz que o ama e você não acredita nisso, de que vale esse amor para você? Quanto de bem pode fazer tal amor, se você não crê nele? É preciso crer no amor de Deus e senti-lo fluindo por sua vida. Você deve deixar que as promessas de Deus sejam sua esperança. Convide-O para fazer parte de seu dia logo na primeira hora da manhã e viva em Sua presença a cada passo.
Saia hoje para enfrentar este dia com um sorriso nos lábios. Não porque tudo esteja resolvido, mas por acreditar que você tem um Deus poderoso e amoroso que cuida de você, que o ama acima de tudo e que é capaz de mudar o curso do Universo só para salvar você. Levante a cabeça e tenha a paz que somente Ele pode dar. Sinta-se amado e querido. E quem sabe, saia cantando uma canção que diz: "Deus é bom; Seus filhinhos somos. Deus é bom; quer o nosso amor. Amor nos faz contentes. Amor nos dá prazer. E para a lei cumprirmos o amor nos dá poder".


11º dia da IV Jornada de Enriquecimento Espiritual


Um comentário:

  1. Quem é você para dizer quem é e quem não é seguidor de Jesus? Acaso conheces o coração do homem? Eu acho que é justo que eu sofra, porque Jesus sofreu injustamente por mim na cruz. Seu pensamento é coerente, porém equivocado. Perfeito o parágrafo destacado em negrito! Quando você diz que o amor de Deus não depende de nossas ações, parece que você está dando licença para o pecado. É isso? Eu fico muito preocupado que as pessoas pensem que o amor de Deus dispensa a justiça de Deus. Deus é justo e não compactua com o pecado.

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