Desde
pequenos somos ensinados a identificar Deus Pai como um senhor de
barbas brancas, sempre distante, talvez com um olhar investigativo sobre
nossa pessoa, buscando algum erro ou falha em nossa conduta para nos
castigar com pragas e maldições. Por outro lado, parece que Jesus é um
ser de voz meiga e gentil, clamando a esse Pai e intercedendo para que
não sejamos destruídos. E, graças ao amor e sacrifício do Filho, o Pai
nos livra da condenação. Já o Espírito Santo é o Ser menos conhecido da
Divindade e, talvez, por isso, fala-se tão pouco sobre Ele.
Contudo,
nos esquecemos de que, no começo da Bíblia, no relato da criação do
mundo, o Espírito Santo já aparece como Criador, no mundo ainda caótico.
No Evangelho de João (1:1,2) e na epístola aos Hebreus (1:2)
encontramos declarações de que Jesus foi o Criador de todas as coisas.
Porém, o mesmo Jesus declara no evangelho de Marcos (13:19) que Deus
criou o mundo. Esses textos nos mostram que o Pai, o Filho e o Espírito
Santo estavam presentes na criação do mundo; que nós fomos criados pelo
Deus Triúno e, por isso, podemos compreender quando Deus diz: "Façamos o
homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança" (Gênesis 1:26).
Vemos aqui o Criador falando e traçando planos no plural. É interessante
notar que todas as demais criaturas surgiram por uma ordem expressa de
Deus, mas o ser humano foi formado pelas Suas divinas e poderosas mãos.
Fico pensando no trabalho de elaboração, na discussão sobre o projeto,
na moldagem de cada detalhe. Quanto carinho demonstrado por um ser tão
frágil como nós!
O
apóstolo Paulo, também, faz uma referência magnífica ao trabalho
conjunto do Pai, Filho e Espírito Santo no plano da salvação, ao falar
da "graça do Senhor Jesus Cristo", do "amor de Deus" e da "comunhão do
Espírito Santo" (2 Coríntios 13:13). Na verdade, Deus estava em Cristo
reconciliando consigo o mundo. Não é maravilhoso ver que Jesus não
estava aqui lutando sozinho por nós, mas que o Pai e o Espírito Santo
estavam juntos na batalha por nossa salvação?
Podemos afirmar que
nosso Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, está interessado em nossa
redenção, luta por nós e quer restabelecer o relacionamento conosco.
Jesus não tem que ficar tentando convencer ao Pai a nos aceitar e a nos
amar. Somos amados pelo Pai e pelo Espírito Santo tanto quanto por
Jesus.
O sacrifício feito por nossa salvação envolveu as três pessoas
da Divindade. Foi um sacrifício de nosso maravilhoso Deus, o Pai, o
Filho e o Espírito Santo. Dando as últimas intruções a Seus discípulos,
antes de Sua morte, Jesus falou que tudo o que pedíssemos em Seu nome,
Ele realizaria (João 14:13). Depois Se referiu ao mesmo tema de
pedirmos em Seu nome, acrescentando: "Não vos digo que rogarei ao Pai
por vós. Porque o próprio Pai vos ama, visto que vós Me tendes amado e
tendes crido que Eu vim da parte de Deus" (João 16:26,27). Jesus está
dizendo que o Pai nos ama! Ele atende nossas orações, não por amor a
Jesus, simplesmente como se fosse forçado a fazê-lo, mas Ele nos ouve e
nos alenta, respondendo aos nossos anseios, porque nos ama
profundamente.
Lembremos do texto de João 3:16: "Porque Deus amou o
mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito". Deus ama o mundo de
maneira inacreditável e, por isso, por causa do Seu imenso amor, é que
Ele nos deu o Seu Filho bendito. Deus não nos ama somente por causa de
Jesus. Ele mesmo nos ama e, em virtude desse amor, nos deu Jesus. Nós
temos um Deus, Pai, Filho e Espírito Santo que nos ama de forma
extraordinária e, devido a esse amor, quer nos resgatar e salvar. O fato
é que na entrega de Jesus vemos a entrega das demais pessoas da
Divindade.
Eu não concordo com isso e acho uma blasfêmia. Aceito que a Trindade é um mistério que está além da nossa compreensão, mas dizer que o sacrifício do Pai e do Espírito Santo foi igual ao de Jesus é uma heresia.
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