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sábado, 30 de julho de 2011

Feliz vida nova

Cheguei a Fortaleza às 3h da manhã. O aeromoço da GOL acordou-me para eu voltar a poltrona para a posição vertical e comecei a me surpreender com o tamanho desta cidade. É realmente bem maior do que Natal. Poderia ser apenas impressão, vista de cima, mas não. O táxi percorreu uns bons quilômetros do aeroporto até o hostel. Não sei se era por causa do sono, mas me pareceu muito longe mesmo.

Chegando ao hostel, uma surpresa: a dona Marli Ripardo, com quem me comuniquei por e-mail e pensei ser uma chata, não foi nada chata. Pelo contrário. Nos identificamos, pois ela também é paulista e ainda por cima morou um ano no bairro onde me criei: a Vila Esperança. Tanto ela quanto o irmão dela me encheram de esperanças, pois me disseram que não será difícil encontrar uma quitinete mobiliada do jeito que eu quero. Estou próximo do centro, onde fica o banco, e também da praia. Para eles, não é tão próximo assim, mas a gente que morou em São Paulo sabe que 4 ou 5 quarteirões é pertinho.

Depois de bater papo e me ajeitar no quarto, fui dormir e já eram 4h40min da manhã. Óbvio que perdi o café-da-manhã do hostel, pois acordei após às 11h. E a preguiça de levantar? E as forças para levantar? A coragem veio depois que reli a cartinha com a oração que a minha “namorada” me deu na despedida. Liguei para a minha mãe, falei que tinha chegado bem e perguntei onde estava a chavinha do cadeadinho da mala. Ela não sabia e tive que vencer o primeiro percalço de morar sozinho. Senti-me um criminoso estourando o cadeado com alicate e martelo. Era uma vez um cadeado. Quebrou em vários pedaços.

O segundo percalço ocorreu por eu não ouvir a minha mãe. Ela sempre diz para colocar xampu, creme de cabelo e coisas do gênero dentro de uma sacola plástica para, caso abram estoure por algum motivo, não faça muita sujeira. Pois é, o teimoso aqui diz “que nada! Nunca aconteceu...” Uma hora acontece. Aconteceu. Vazou creme de cabelo e sujou todo o compartimento em que ele estava. Pior. Sujou as coisas que estavam juntas. Caixa de remédio, de sabonete... Pior ainda: o creme é branco; parecia porra! Credo! E eu tive que limpar. Afinal, estou sozinho. Não tem mais mamãe para fazer essas coisas. Limpei, uai. Claro que demorei o triplo de tempo que ela demoraria e me atrasei para sair. Quando finalmente consegui sair do quarto, já passava das 14h.

Conversei com Márcio, irmão de Marli – dona do hostel – pois queria saber onde tinha uma padaria para eu tomar café e comer um pão na chapa. Eis a resposta:

- Rapaz, a padaria mais próxima daqui fica na Avenida Paulista, lá em São Paulo. Aqui tem padaria não.

Como é que pode um trem desse? É verdade. Eu já sentira falta desse tipo de comércio em Natal. Será que nordestino não gosta de pão? Vou continuar observando e em breve lhes direi. Com certeza, uma ótima oportunidade de observação será quando minhas férias terminarem e eu voltar a trabalhar, pois, em São Paulo, há pães em todas as agências do Banco do Brasil para os funcionários tomarem café. E aqui, como será?

Bem... como eu queria comprar um chip da TIM para poder falar com minha mãe e minha “namorada” por 0,25 a chamada, fui ao Shopping Aldeota, onde poderia comprar o chip e também tomar o meu café-da-manhã. À tarde, mas... tudo bem. Eu fico sem almoço. Não sem café-da-manhã. Nem que seja à tarde.

Quando cheguei ao Shopping Aldeota, localizei um quiosque do Café Mont’matre e fui logo perguntando se tinha pão na chapa. Não, não tinha. Nem tem.

- Então me vê uma média. - A atendente ficou me olhando com aquela cara de dúvida.
- Uma média, por favor. – eu repeti.

Ela continuou me olhando com aquela cara de “o que esse cara está falando?” e uma fração de segundo depois, lembrei que nesta semana fiz um city-tour por São Paulo com uma mineirinha e, quando pedi uma média no Mercado Municipal, ela me perguntou o que era isso. Eu respondi que era café com leite grande e, como bom guia turístico que sou, ainda acrescentei a informação que, se for do pequeno, pede-se um “pingado”.

- E lá em Minas, como é que se fala?
- Café com leite meis.

Ao me lembrar desta informação, pude traduzir para a atendente cearense o meu pedido. Não aceitavam VISA-VALE. Aliás, nenhum dos lugares em que comi hoje aceitou o meu pobre VISA-VALE. Tomei um suco de abacate grosso e nutritivo antes de voltar para “casa” e tive que pagar com cartão de crédito!

Um dos meus fornecedores da época em que eu trabalhava na licitação, quando soube que eu vinha para cá, disse que fez o projeto arquitetônico das Lojas Marisa do Shopping Aldeota. Fui lá e me esqueci de conferir se ficou bom. Também... eu tenho tanto conhecimento técnico para dizer que o projeto dele é bom quanto ele tem para dizer que o meu texto o é. Poderíamos avaliar a beleza e mais nada. E como isso é relativo – a beleza está nos olhos de quem vê – deixarei isso para a próxima oportunidade.

Agora, uma das melhores coisas do Shopping Aldeota – se não for a melhor – é a possibilidade de jogar vídeo-game de graça. Enquanto seus filhos se divertem no Espaço Game, você se diverte nas lojas. Esse slogan só não funciona para marmanjos como eu, que vão sozinhos ao shopping e ficam se divertindo no Espaço Game, enquanto ninguém se diverte nas lojas. Pelo menos, não que esteja comigo. Uma pena... lembrei bastante “dela”, pois ela adora um shopping. Quando vi uma loja de sapatos com vários modelos “de oncinha” então... ou quando passei em frente a uma loja de lingeries... uuuuhhhh

Estava eu jogando vídeo-game e chegam duas garotas de média beleza: Priscila, 23 anos e Vanessa, 14 anos. Como toda garota, a dificuldade para operar o controle remoto era hilária e eu, bom moço, comecei a explicar como operar. Alguns minutos mais tarde, começa um papinho estranho:

- Tu não é daqui, né?
- Não. Como você sabe?
- Pelo sotaque – e eu pensava que eu não tinha sotaque.
- De ontu é?
- Pelo sotaque, de onde você acha que eu sou?
- São Paulo.
- Acertou. Caramba! Impressionante!

Adivinhem. Suas anteninhas de vinil captaram a presença de dinheiro. Mas as anteninhas das meninas não são as do Chapolim Colorado e se equivocaram. Tentaram o cara errado. Observem a continuação da conversa:

- Você tem namorada?
- É complicado... como posso se eu cheguei aqui hoje e manter relacionamento a essa distância, é praticamente impossível.
- Nós estamos aqui no Shopping atrás de namorado.

Fiquei quieto.

- Vamos na pizzaria aqui do lado mais tarde. A gente está sem dinheiro, mas tem o show de um palhaço que é bem engraçado. – convidou Priscila, cheia de má intenção.
- Legal. Pode ser...
- Tu tem dinheiro aí?
- Tenho, mas eu acabei de tomar um super suco de abacate. Acho que hoje não como mais nada (NEM NINGUÉM, PENSEI COMIGO).
- Tudo bem, mas você pode pagar pra nós.
- E tem graça vocês comerem e eu ficar olhando?
- Não. Você come também.
- Mas eu não quero. Não estou dizendo? – quase gritei.
- Pão duro!
- Sou taurino, filha. Isso é uma das minhas marcas. – ironizei.

Acabei o jogo e fui embora. Detalhe: perdi no boliche por apenas 4 pontos. Acho que nunca fiz um jogo tão equilibrado assim. Fiquei chocado, pois a mina ia se vender por uma pizza. Depois, vocês ficam brabos quando eu digo que tem puta profissional e puta amadora. Essa, por exemplo, é ridiculamente amadora. Atacando no shopping. Vendendo-se por uma pizza apenas. Meu Deus! Tão novinha... parti estupefato, mas com a consciência tranquila por não ter patrocinado a degradação de um ser humano.

Ah, meu povo! Vocês não sabem o que eu vi hoje por aqui!!! Uma Ferrari. Vermelhinha, estacionada. Uma maravilha! Em janeiro do ano passado, em Curitiba, já tinha visto uma em movimento, quando estava sofrendo por causa da garota que me ensinou a dizer não. Foi por não saber dizer não que a perdi (conto essa história em outra oportunidade). E agora, mesmo sem sofrer, porém distante da última paixão, vejo outra Ferrari, desta vez, parada. Vejo nisso o sinal de que ainda terei uma Ferrari. Porém, para isso, deverei estar sofrendo por paixão. Então, danem-se todas as Ferraris. Quero não.

E finalmente a última e talvez mais importante informação do dia: tudo indica que a TIM vendeu mais chips do que tinha número disponível aqui no Ceará e temporariamente está suspensa a ativação de novos chips. Três pessoas já me deram essa informação. Ou seja, é quase certeza que me ferrei. Já estou com algumas idéias para solucionar o problema, mas não gosto de antecipar apenas idéias. Prefiro contar-lhes fatos consumados. Enquanto isso, se quiserem me ajudar, espalhem essa informação. Isso é um erro grotesco que não pode acontecer. Foi como a seleção brasileira perder 4 pênaltis ou os frangos de Júlio César e Rogério Ceni. Não caíram matando em cima deles? Vamos cair matando em cima da TIM também. Preciso de um chip TIM aqui do CE – código 85!

9 comentários:

  1. Que Deus derrame muitas bênçãos na sua nova vida!!!! FELICIDADES ...

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  2. Só foi um dia e já vi muitas vantagens. Jogar vídeo game de graça (não consigo pensar algo melhor) e uma promoção imperdível do shopping aldeota : - Compre uma pizza e ganhe uma companhia (super economico)

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  3. Faz a Portabilidade do seu número aqui de SP! Não Pode?

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  4. Aê Gregório, inspiradíssimo, esse lugar vai te fazer bem. Vê se arruma um computador e webcam logo pra fazer contato de graça com sua família e agendarmos nosso próximo encontro com o pessoal da faculdade já com sua participação em video-conferência.

    Muita sorte pra vc meu caro!

    Abraço do Marco

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  5. uauauauauauauauau Parabéns moço pela coragem de ir para uma nova terra levar a vida! Desejo muita sorte e mande sempre as novidades, mas fiquei muito brava porque não fomos tomar nosso último drink no Girondino!

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  6. Um Abção meu CaRO......Muito Sucesso!!!
    Renato Alencar

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  7. Greghi do céu, vc escreve muuito bem... Nem acredito que me citou na história como "mineirinha" nem podia deixar, vc permitiu que minhas ferias em São Paulo fosse maravilhosa. Obrigada por isso... Oro por vc, pra que Deus te ilumine nessa cidade e que te guarde de todo mal. Sentirei sua falta, espero te ver em breve...

    Beijão

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  8. Rafa!!!

    Cheguei em casa domingo a tarde e minha mãe estava lendo seu blog e veio contar a novidade!

    Fiquei orgulhosa pela sua coragem e determinação. Desejo muuuuito sucesso nessa nova vida.

    E agora qndo vier pra SP avisa.

    Beijo grande,

    Mari

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  9. eu quero morar em Fortaleza amo amo e amo veja meu texto em www.anaherminiapaulino.blog.uol.com.br

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