Seguidores

domingo, 10 de julho de 2011

Paixão X Amor

A paixão é como a vela, que o fogo consome.
E, como a vela, que consumida, se apaga,
A paixão vivida também, um dia, se acaba.
Do coração desaparece; da alma some.

O amor é como a luz; é como o tempo:
Um dia começaram, mas fim nunca terão.
O amor entra e nunca sai do coração.
O amor enleva tanto que até causa sofrimento.

A paixão é efêmera e fugaz.
O amor é eterno, não acaba jamais.
A paixão é um furacão devastador.

Plácido e tranqüilo; sereno é o amor.
Pode-se ter várias paixões numa vida,
Mas o amor é único e para todas as vidas.



Algumas considerações: esse monte de versos que rimam foram escritos em 15/02/2003. Contava eu, portanto, ainda 19 anos. Um dia, ousei chamar isso de poesia. Quando eu me julgava poeta, achava que bastava um ou dois versos serem bons e pronto: era poesia! Hoje não acho isso. Tudo precisa ser bom! Inclusive a história ou o tema.
 
Como o monte de versos é meu, permitir-me-ei analisá-lo.
Gostei muito de como fecho o texto e, talvez por isso, já o tenha chamado um dia de “poesia”. PODE-SE TER VÁRIAS PAIXÕES NUMA VIDA / MAS O AMOR É ÚNICO E PARA TODAS AS VIDAS.
Há duas maneiras de entender este último verso: a primeira, para os espíritas, é a mais romântica; a segunda, para quem não acredita em mais de uma vida, é a mais bonita.
Na primeira forma de entender este verso, referimo-nos ao “amor romântico”, que possui alma gêmea e que crê que, aquele amor único, espiritual, divino vai acontecer em todas as vidas que aqueles espíritos viverem. A segunda forma é entender que o amor é único, bem como o ar que respiramos. Invisível e indivisível. Não quero ouvir físicos dizendo que o ar é obviamente divisível (O2, CO2, N2) nem ecologistas dizendo que nem todos respiram o mesmo ar. Eu quero ver é alguém dizer para outro: “Vai pra lá que esse ar aqui é meu!” Então, da mesma forma, o Amor está aí, é único e para todas as vidas, ou seja, para todo mundo. Quando eu li A CABANA, encontrei uma metáfora muito bonita que dizia que é da natureza do pássaro voar; ele até fica pousado numa árvore ou no chão e não morre. Mas a sua natureza é voar. Do mesmo jeito, é da natureza humana amar e ser amado. Até podemos viver sem amor e não morrer, mas essa não é a nossa natureza. O livro não chega a extremos, mas eu tenho o Sol na Casa 11! Então vamos lá: da mesma forma que um pássaro que vive no chão, morre logo, atingido por uma pedra ou de cansaço para ir daqui ali; o ser humano sem amor morre logo de depressão, pânico, câncer e outras doenças que atingem o ser humano sem amor. Na mesma época – leitura do livro A CABANA – cheguei na minha própria metáfora: o amor está para o ser humano assim como a água está para o peixe.
 
Agora, PODE-SE TER MUITAS PAIXÕES NUMA VIDA, isso ninguém discute. Ouso dizer até que aquela primeira forma de entender o último verso é uma forma apaixonada.
 
Aos 19 anos, eu já entendia bem de paixão e disse que A PAIXÃO, VIVIDA, SE ACABA. Mas faltou falar da paixão não vivida. A paixão não vivida nunca se acaba. Fica lá, queimando, como a brasa da churrasqueira no final do churrasco.
 
A PAIXÃO É, de fato, UM FURACÃO DEVASTADOR (vide texto A PAIXÃO É UMA DROGA). É também EFÊMERA E FUGAZ – às vezes nem tão efêmera e nem tão fugaz assim... tanto que essa diaba nos faz confundi-la com o amor. Quer dizer, a mim, não mais. Mas ainda estou procurando a melhor forma de comunicar isso a vocês. É que vocês gostam de se apaixonar, né? Eu digo: FUJAM, CORRAM! E vocês respondem: VENHA! MATA-ME! O que posso fazer? Apenas respeitar vossas escolhas.
 
Uma crítica ao menino Jovenzinho Dragãozinho: que ridículo rimar CONSOME com SOME! O primeiro verso até que ficou bem escrito, mas o quarto, por causa dessa obrigação de ter que rimar, ficou horrível! Talvez até por isso faltou falar da paixão não vivida. Que vergonha!
 
Ele começou bem a segunda estrofe, mas defecou (pediram-me para não usar palavrões) no final. Ainda concordo que o AMOR, UM DIA COMEÇOU, MAS FIM NUNCA TERÁ. E nunca terá fim, porque eu morrerei, você morrerá, todos morrerão, mas o Amor não. Ele continuará aqui, sempre disponível e acalentador para todas as gerações.
Mas discordo duplamente dos dois últimos versos que formam esta estrofe: o amor não entra no coração! O amor está cá, lá e acolá, em cada coisa que fazemos, pegamos ou sentimos. O Amor não entra em nós, pois somos pequenos demais para Ele. Nós é que entramos Nele. Não tem outro jeito.
 
E dizer que o AMOR ENLEVA TANTO QUE ATÉ CAUSA SOFRIMENTO também é absurdo! O Amor NUNCA causa sofrimento. Essa talvez seja a diferença mais básica entre Amor e Paixão. O Amor é bálsamo, nos deixa em paz, nenhuma grande euforia, nada de entusiasmo e nenhuma grande desesperança nem nada de sofrimentos. Quando se está no Amor, é-se feliz, pois se tem paz. Ao contrário da paixão, que precisa das dificuldades e dos contratempos e alimenta-se deles. Assim cresce, multiplica-se e morre.
 
Há quem diga que a paixão é a fase inicial do amor. É preciso passar pela paixão para chegar ao amor. Discordo totalmente, em gênero, número e grau! Dizer isso é admitir que a paixão é parte do amor, quando, na verdade, uma coisa não tem absolutamente nada a ver com a outra. Quem garante que depois da paixão vem o amor? Eu digo que vem a morte simbólica. E depois as traições e/ou o conformismo.
E depois do amor? Nada. Nada existe nem antes nem depois do Amor. Como o amor não tem nada a ver com a paixão, já escrevi numa poesia neste blog que o antônimo de paixão é ódio. Mas não tive a oportunidade de dizer qual é o antônimo de amor. Pois essa é a chance de escrever que o contrário de amor é desespero, desesperança.
Tanto a paixão como o ódio são dados a rompantes de loucura, a acessos de euforia ou raiva; agora pense em alguma vez que você esteve no fundo do poço, não enxergava luz no fim do túnel, estava num beco sem saída, sem ar, sem esperança, sem nada. O contrário disso é Amor. O Amor é a esperança, é o ar, é a saída, é a entrada, é a luz (não a do fim do túnel, mas a do túnel inteiro); o Amor, enfim... é tudo.
Por fim, até para endossar o que disse acima, tenho que concordar plenamente com o verso que diz PLÁCIDO E TRANQÜILO; SERENO É O AMOR.

3 comentários:

  1. Vc me fez lembrar da música da Rita Lee... "amor é bossa nova- sexo é carnaval"

    ResponderExcluir
  2. Ai Greghi só vc rs beijos
    www.anaherminiapaulino.blog.uol.com.br

    ResponderExcluir
  3. Chorei Greghi... Rolou uma lágrima aqui.. kkkk
    (ki dó) Gostei muito da sua definição e sinceriramente nunca ouvi alguem falar assim de amor e paixão dessa forma.. Te admiro muito

    Bjks

    ResponderExcluir