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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Um ano sonhando

 
Há um ano eu saí de São Paulo para viver o maior sonho da minha vida! Foram treze anos de espera, mas hoje posso dizer que valeu à pena cada dia de espera. Um ano. O sonho virou realidade. Morar sozinho é bom demais! E o sozinho a que me refiro é exatamente como planejei: nada das dificuldades de cuidar de uma casa. Essa ideia de morar em pousada, pensão ou hotel surgiu em 2010, quando em visita a Goiânia, conheci um senhor que morava no hotel. Melhor do que isso, descobri que mensalista paga valor reduzido de diária, é claro. Quando cheguei a Fortaleza, então, só havia um medo: não achar nenhum lugar bem localizado e aconchegante que estivesse dentro da minha capacidade de pagamento. Mas Deus foi tão maravilhoso comigo – e na época eu ainda resistia a atribuir-Lhe todas as bênçãos (eu chamava de coisas boas) da minha vida – que logo no segundo dia encontrei essa pousada Atlântico Centro e, quem me atendeu, foi logo a moça mais simpática. Na verdade, todas são simpáticas, mas uma tem cara de braba e a primeira impressão não é boa e a recepcionista titular é sempre muito séria.
Lembro que quando cheguei ao aeroporto Pinto Martins, olhei pela janela, já estava escuro, mas não havia nuvens e o clima estava abafado, do jeito que eu gosto, e pensei: “Começa uma nova vida. Agora sou eu mais eu”. Eu estava meio certo e meio errado. De fato, começou uma nova vida. Mas não era nem nunca foi “eu mais eu”. Ainda bem. Se não, não teria resistido. Afinal, não é porque estou vivendo um sonho que eu não acorde de vez em quando.
Jesus sempre esteve comigo. Até quando eu não acreditava Nele! Sempre esteve me guardando e me protegendo. Já passei por muitas e boas na minha terra natal por causa do pecado e ai de mim se não fosse por Ele! Sempre terei um carinho especial por Fortaleza, pois foi aqui, escondido de tudo e de todos, onde Ele me encontrou. E, por causa Dele e Nele, começou a minha vida nova. Completamente diferente de tudo o que eu podia imaginar. Quando eu pensava em viver sozinho, era para curtir uma suposta liberdade. Eu amava Carnaval, dentro ou fora de época – futuramente ainda penso em publicar todos os textos da minha vida pregressa para vocês verem. Semana passada terminou o Fortal – carnaval fora de época de Fortaleza, segundo maior do Nordeste – e eu dei graças a Deus, porque a festa foi do outro lado da cidade. O foco mudou. O que eu achava que era felicidade, vejo hoje que é só ilusão. Vocês podem me dizer que Cristo e o Céu são ilusão, mas não são. Eu digo que são reais, porque eu converso com Ele todos os dias. Ele me ouve e me responde. Vocês vão dizer que eu estou louco e que trata-se de um “amigo imaginário” da minha “paranóia”. Tudo bem. Eu compreendo vocês porque já pensei exatamente da mesma forma.
Estar na igreja é uma alegria indescritível! Mais uma das grandes surpresas e mudanças da vida. Antigamente eu considerava uma pessoa que vivia da casa para o trabalho para a igreja para a casa uma pessoa muito triste, que vivia uma vida sem sentido. Lembro de ter julgado exatamente dessa maneira uma conversa que ouvi em Curitiba de uma senhora solteira, cuja mãe morrera e a deixara sozinha, pois não casara e sua vida tinha sido sempre essa: casa-trabalho-igreja-casa. Tudo isso é para que eu ganhe um “chupa” ou um “toma” da vida. Eu deveria ter aprendido uma lição muito grande! Não fale dos outros, porque amanhã você pode estar fazendo a mesma coisa. Pior é que eu não sei se aprendi. E justamente isso é uma coisa que eu jamais poderia imaginar que eu faria. E pior: de livre e espontânea vontade por prazer e com alegria. Se me dissessem, dois anos atrás, o que eu viraria, eu riria arrogantemente e diria: NUNCA. Aliás, foi quase isso o que aconteceu, quando um colega de trabalho disse que eu teria que me converter para sair com a minha atual esposa (digo atual, porque na época, ela também era colega de trabalho). Eu disse a ele: “é mais fácil eu convertê-la” e gargalhei ironicamente. Mas a sabedoria dos homens é loucura para Deus, bem como a mensagem da cruz é loucura para os homens.
Hoje estou aqui em Fortaleza sentindo-me extremamente bem na igreja, onde encontro pessoas maravilhosas três vezes por semana, no mínimo, onde encho minha mente de coisas boas e onde realmente estou mais feliz do que em qualquer outro lugar. Foi um ano de mudanças inimagináveis! É claro, no banco e na pousada também encontrei pessoas maravilhosas, mas o clima, o ambiente da igreja é diferente...
Eu já disse, mas preciso repetir, porque é mesmo inacreditável: eu jamais imaginei levar esse tipo de vida morando sozinho. E, mesmo assim, estou feliz. Morando sozinho. Obrigado, SENHOR, por este ano em Fortaleza!

5 comentários:

  1. Que bom que estar conosco fez vc mais feliz Rafael.

    Grande abraço.

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    1. Com certeza, querida irmã! Muito mais feliz! Admiro muito vossa sabedoria!

      Grande abraço também.

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  2. Certamente foi um ano de crescimento espiritual e amadurecimento em todas os setores da sua vida. beijo

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    1. É verdade, Lê. Até casei! Coisa que eu nunca imaginei que aconteceria... mas uma coisa é conseqüência da outra. A partir do momento que vem o amadurecimento espiritual, todo o resto vem junto. No fundo, no fundo - e talvez nem tanto assim - nossa vida é determinada pelas nossas crenças.

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