Fortaleza é a capital
brasileira mais próxima da Europa. Localizada a 5.608 km de Lisboa,
deve ser por isso que a capital cearense foi invadida pelos europeus.
Basta dar uma volta na avenida Beira-Mar para constatar isso. O que
mais se ouve é sotaque italiano e francês. Há até um bar no final
desta avenida, chamado Internacional, voltado exclusivamente para
esse público. O dono é um holandês que veio para Fortaleza, gostou
tanto que não quis voltar.
Mas ele não é o
único. No começo deste ano, almocei numa cafeteria – não lembro
o nome – na avenida Desembargador Moreira, cujo dono era alemão.
Os fortalezenses da gema – já ouvi, pelo menos, dois – dizem que
"essas pessoas" (que vem de fora, não apenas do país, mas
também do estado) estragaram a hospitalidade cearense. Segundo eles,
Fortaleza já foi bem mais hospitaleira. Hoje, a falta de educação
e respeito parece ser notada até pelos nativos.
Como em toda moeda há
duas faces, o lado positivo é que os estrangeiros são capazes de
trazer profissionalismo, investimentos e treinamento em atendimento.
Confesso que fui muito bem atendido nos dois estabelecimentos
citados, cujos donos são europeus. É verdade também que eles
esquecem que o mundo é nossa casa – temporária, mas é – e
pensam que, por não estarem em seus países de origem, podem sujar à
vontade.
Fortaleza é a 5ª
maior capital brasileira em termos populacionais e isso obviamente
atrai mais gente. Afinal, todos querem saber o que desperta tanto
interesse na capital cearense. Dentre os prejuízos que isso traz,
destaca-se o aumento do congestionamento no trânsito e da
criminalidade. Atualmente, porque é ano de eleição, o governo do
estado lançou uma propaganda na TV dizendo que o METROFOR já está
funcionando. Só que ninguém viu. Na propaganda, há a informação
que das 8h às 12h, o passe é livre. Deve ser a o único horário
que funciona, pois não é possível que, numa cidade com 2,5 milhões
de habitantes, ninguém fale dessa grande novidade.
Quanto à
criminalidade, sábado uma menor esfaqueou o dono de um quiosque na
Praia do Futuro, após ter sido demitida. Hoje EU VI com esses olhos
que a terra NÃO há de comer, pois Jesus há de voltar antes, um
corpo estendido no chão. No caminho para o trabalho, vi um homem
coberto com lençol dos bombeiros e uma poça de sangue ao lado dele.
Uma mulher o atropelara. Chorava copiosamente num outro canto mais à
frente. Foi horrível! Nem me detive por muito tempo. Era de
embrulhar o estômago.
Isso para não falar da
modalidade de crime número um da cidade: furto de celulares. Os
caras passam de bicicleta, tomam da sua mão e bau-bau. Vários
hóspedes aqui da pousada já tiveram seus celulares furtados dessa
forma. Por isso, a recomendação é: não use o celular se estiver
andando na rua.
Centro de Cultura e Arte Dragão do Mar |
Apesar disso, Fortaleza
continua atraindo estrangeiros. Quando minha esposa e um casal de
padrinhos de casamento estiveram por aqui, fomos ao café Santa
Clara, no Centro de Arte e Cultura Dragão do Mar e conhecemos duas
alemãs que vieram estudar no Brasil. Uma senhora, colega na empresa
onde trabalho, disse essa semana que sábado chegam não sei quantos
holandeses para estudar aqui também. A verdade é que, agora, esse
pessoal daqueles países pobres da Europa, estão refugiando-se da
fome e principalmente dos credores aqui no Brasil.
Por dois dias seguidos,
acabei almoçando com estrangeiros. Na segunda-feira, na mesa
diagonal frontal à direita de onde eu estava, um grupo de meia dúzia
de estadunidenses. Na terça-feira, na mesa atrás de mim, um grupo
de meia dúzia de italianos.
Mas das seis
estadunidenses – pode até ser preconceito meu – só uma, de
fato, parecia natural daquele país. Obviamente é preconceito meu!
Julgando pelas aparências, achei que só ela nascera naquele país,
porque só ela tinha a pele bem branca e cabelos loiros. Mas as
outras tinham tudo para ser brasileiras, cearenses e, quem sabe, até
baianas (olha o preconceito de novo): gordas, morena, uma negra, que
falavam alto, riam alto, escandalosas mesmo. Essa globalização
estragou até os estadunidenses!
E eu pensando: nossa!
Como essas brasileiras são fluentes! Elas devem estar recebendo a
loira, mas falam muito bem. É impressionante!
Só descobri que eram
todas estadunidenses na fila do caixa para pagar, quando perguntei.
Saí do restaurante estupefato com o meu preconceito, culpando-me e
condenando-me, quando Deus me mostrou que Ele não me condenava.
Estou amadurecendo diariamente. Cada dia é um dia e o importante é
crescer espiritualmente. Ia eu caminhando distraidamente pela rua,
quando de repente, passo no meio, literalmente por dentro de um
enxame de abelhas italianas sem ser picado por nenhuma! Louvado seja
Deus por isso! Ele, que é o criador de todas as coisas, pode dizer
“Não toqueis nos meus ungidos nem maltrateis os meus profetas”
(Salmos 105:15). E, de fato, disse. E elas, meras criaturas – como
eu – obedeceram. Com a diferença que elas sempre obedecem. Eu, nem
sempre.
Na hora, eu não
percebi que eram abelhas. Poderiam ser moscas. Por isso continuei
caminhando na direção delas. Se eu disser que não as vi, é
mentira, porque eu as vi. Mas totalmente distraído, continuei
caminhando na direção delas e entrei no enxame. Claro que, se
fossem moscas, deveria ter algum cadáver no terreno ao lado, pois
eram muitas. Pelo barulho que faziam, podia ser tanto mosca quanto
abelha. Quando eu estava no meio do enxame, um cara gritou do outro
lado da rua: “Cuidado, hein!” Era o inimigo me exortando a
balançar os braços. Certamente eu seria picado, se fizesse isso.
Deus segurou os meus braços, pois como eu estava, assim fiquei. Até
que dobrei a esquina. Quando dobrei a esquina, já fora do enxame, é
que me bateu a curiosidade: o que será aquilo? Por que o cara disse:
“cuidado”? Voltei aonde ele estava e perguntei que bicho era
aquele. Foi quando ele me disse que eram abelhas italianas. Quando
ferroam, a gente fica todo inchado. Então lembrei-me que, quando
Deus livrou o seu povo do Egito, mandou dez pragas, dentre as quais
moscas, rãs e gafanhotos, para atormentar o povo egípcio (Êxodo
7:14-12:51). Nenhuma atingiu o povo de Deus! É por isso que eu lhes
digo: vale à pena andar com Deus!
Fortaleza é linda!Amo
ResponderExcluirVoltaste das férias inspirado, hein!
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