Seguidores

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Fortaleza: capital européia


Fortaleza é a capital brasileira mais próxima da Europa. Localizada a 5.608 km de Lisboa, deve ser por isso que a capital cearense foi invadida pelos europeus. Basta dar uma volta na avenida Beira-Mar para constatar isso. O que mais se ouve é sotaque italiano e francês. Há até um bar no final desta avenida, chamado Internacional, voltado exclusivamente para esse público. O dono é um holandês que veio para Fortaleza, gostou tanto que não quis voltar.
Mas ele não é o único. No começo deste ano, almocei numa cafeteria – não lembro o nome – na avenida Desembargador Moreira, cujo dono era alemão. Os fortalezenses da gema – já ouvi, pelo menos, dois – dizem que "essas pessoas" (que vem de fora, não apenas do país, mas também do estado) estragaram a hospitalidade cearense. Segundo eles, Fortaleza já foi bem mais hospitaleira. Hoje, a falta de educação e respeito parece ser notada até pelos nativos.
Como em toda moeda há duas faces, o lado positivo é que os estrangeiros são capazes de trazer profissionalismo, investimentos e treinamento em atendimento. Confesso que fui muito bem atendido nos dois estabelecimentos citados, cujos donos são europeus. É verdade também que eles esquecem que o mundo é nossa casa – temporária, mas é – e pensam que, por não estarem em seus países de origem, podem sujar à vontade.
Fortaleza é a 5ª maior capital brasileira em termos populacionais e isso obviamente atrai mais gente. Afinal, todos querem saber o que desperta tanto interesse na capital cearense. Dentre os prejuízos que isso traz, destaca-se o aumento do congestionamento no trânsito e da criminalidade. Atualmente, porque é ano de eleição, o governo do estado lançou uma propaganda na TV dizendo que o METROFOR já está funcionando. Só que ninguém viu. Na propaganda, há a informação que das 8h às 12h, o passe é livre. Deve ser a o único horário que funciona, pois não é possível que, numa cidade com 2,5 milhões de habitantes, ninguém fale dessa grande novidade.
Quanto à criminalidade, sábado uma menor esfaqueou o dono de um quiosque na Praia do Futuro, após ter sido demitida. Hoje EU VI com esses olhos que a terra NÃO há de comer, pois Jesus há de voltar antes, um corpo estendido no chão. No caminho para o trabalho, vi um homem coberto com lençol dos bombeiros e uma poça de sangue ao lado dele. Uma mulher o atropelara. Chorava copiosamente num outro canto mais à frente. Foi horrível! Nem me detive por muito tempo. Era de embrulhar o estômago.
Isso para não falar da modalidade de crime número um da cidade: furto de celulares. Os caras passam de bicicleta, tomam da sua mão e bau-bau. Vários hóspedes aqui da pousada já tiveram seus celulares furtados dessa forma. Por isso, a recomendação é: não use o celular se estiver andando na rua.

Centro de Cultura e Arte Dragão do Mar
Apesar disso, Fortaleza continua atraindo estrangeiros. Quando minha esposa e um casal de padrinhos de casamento estiveram por aqui, fomos ao café Santa Clara, no Centro de Arte e Cultura Dragão do Mar e conhecemos duas alemãs que vieram estudar no Brasil. Uma senhora, colega na empresa onde trabalho, disse essa semana que sábado chegam não sei quantos holandeses para estudar aqui também. A verdade é que, agora, esse pessoal daqueles países pobres da Europa, estão refugiando-se da fome e principalmente dos credores aqui no Brasil.
Por dois dias seguidos, acabei almoçando com estrangeiros. Na segunda-feira, na mesa diagonal frontal à direita de onde eu estava, um grupo de meia dúzia de estadunidenses. Na terça-feira, na mesa atrás de mim, um grupo de meia dúzia de italianos.
Mas das seis estadunidenses – pode até ser preconceito meu – só uma, de fato, parecia natural daquele país. Obviamente é preconceito meu! Julgando pelas aparências, achei que só ela nascera naquele país, porque só ela tinha a pele bem branca e cabelos loiros. Mas as outras tinham tudo para ser brasileiras, cearenses e, quem sabe, até baianas (olha o preconceito de novo): gordas, morena, uma negra, que falavam alto, riam alto, escandalosas mesmo. Essa globalização estragou até os estadunidenses!
E eu pensando: nossa! Como essas brasileiras são fluentes! Elas devem estar recebendo a loira, mas falam muito bem. É impressionante!
Só descobri que eram todas estadunidenses na fila do caixa para pagar, quando perguntei. Saí do restaurante estupefato com o meu preconceito, culpando-me e condenando-me, quando Deus me mostrou que Ele não me condenava. Estou amadurecendo diariamente. Cada dia é um dia e o importante é crescer espiritualmente. Ia eu caminhando distraidamente pela rua, quando de repente, passo no meio, literalmente por dentro de um enxame de abelhas italianas sem ser picado por nenhuma! Louvado seja Deus por isso! Ele, que é o criador de todas as coisas, pode dizer “Não toqueis nos meus ungidos nem maltrateis os meus profetas” (Salmos 105:15). E, de fato, disse. E elas, meras criaturas – como eu – obedeceram. Com a diferença que elas sempre obedecem. Eu, nem sempre.
Na hora, eu não percebi que eram abelhas. Poderiam ser moscas. Por isso continuei caminhando na direção delas. Se eu disser que não as vi, é mentira, porque eu as vi. Mas totalmente distraído, continuei caminhando na direção delas e entrei no enxame. Claro que, se fossem moscas, deveria ter algum cadáver no terreno ao lado, pois eram muitas. Pelo barulho que faziam, podia ser tanto mosca quanto abelha. Quando eu estava no meio do enxame, um cara gritou do outro lado da rua: “Cuidado, hein!” Era o inimigo me exortando a balançar os braços. Certamente eu seria picado, se fizesse isso. Deus segurou os meus braços, pois como eu estava, assim fiquei. Até que dobrei a esquina. Quando dobrei a esquina, já fora do enxame, é que me bateu a curiosidade: o que será aquilo? Por que o cara disse: “cuidado”? Voltei aonde ele estava e perguntei que bicho era aquele. Foi quando ele me disse que eram abelhas italianas. Quando ferroam, a gente fica todo inchado. Então lembrei-me que, quando Deus livrou o seu povo do Egito, mandou dez pragas, dentre as quais moscas, rãs e gafanhotos, para atormentar o povo egípcio (Êxodo 7:14-12:51). Nenhuma atingiu o povo de Deus! É por isso que eu lhes digo: vale à pena andar com Deus!


2 comentários: