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terça-feira, 1 de maio de 2012

Meu ídolo


Nada é tão fascinante como penetrar no mundo intangível da mente ou da psique. Dentro de cada ser humano há um mapa a ser percorrido com sutilezas, momentos de alegria, períodos de sofrimento, golpes de ousadia, tempos de recuos, pensamentos que transmitem tranqüilidade, idéias que causam perturbação.
Ao longo de mais de vinte anos venho desenvolvendo uma nova teoria psicológica e também filosófica, chamada inteligência multifocal, que estuda pelo menos cinco grandes áreas do funcionamento da mente:

  1. O processo de construção de pensamentos
  2. O processo de organização da consciência existencial e da estruturação do eu
  3. Os papéis conscientes e inconscientes da memória e a formação da história intrapsíquica
  4. O processo da transformação da emoção
  5. O processo de interpretação e de formação de pensadores

Após desenvolver os pressupostos básicos dessa teoria, envolvi-me em uma das mais desafiadoras pesquisas psicológicas: descobrir por que algumas pessoas romperam o cárcere do tédio, incendiaram a arte de pensar e expandiram a própria inteligência. Depois de estudar o perfil psicológico de alguns pensadores como Nietzsche, Freud e Einstein, resolvi investigar a inteligência daquele que dividiu a história: Jesus Cristo.
Em razão da minha origem multirracial (ítalo-judia, espanhola e árabe), por ser um psiquiatra, um pesquisador da mente humana, e por ter sido um dos mais ardentes ateus que já pisaram nesta terra, estudar os enigmas da mente de Jesus Cristo foi e ainda é para mim um projeto espetacular.
Muitas perguntas de caráter científico e não teológico povoaram meus pensamentos durante os anos de análise: Cristo foi real ou fruto da imaginação de alguns galileus? Se não tivesse realizado nenhum ato sobrenatural, teria dividido a história? Como abria as janelas da mente dos seus discípulos e os estimulava a desenvolver as funções mais importantes da inteligência? Como gerenciava seus pensamentos e suas reações emocionais nas situações estressantes? Alguém proferiu na história pensamentos semelhantes aos dele? Quais as dimensões e implicações psicológicas e filosóficas de suas idéias? O que a ciência e as sociedades perderam por não terem estudado a sua personalidade?
Responder a essas perguntas, ainda que parcialmente, é fundamental para a humanidade. Jesus foi o personagem mais complexo e enigmático que transitou neste misterioso teatro existencial.
Seu comportamento, suas palavras, sua capacidade de se proteger nos focos de tensão, a habilidade de libertar seu imaginário e a fineza de sua arte de pensar aplicada a situações em que por certo reagiríamos agressiva ou timidamente deixam perplexo qualquer profissional ou cientista que se disponha a estudá-lo em profundidade.
Estudar a mente de Jesus Cristo é incomparavelmente mais complexo do que estudar a mente de qualquer pensador da psicologia e da filosofia. Jesus foi o Mestre dos Mestres, o maior educador da história. Ele conseguia atingir com delicadeza, sabedoria e perspicácia as regiões mais profundas do inconsciente de seus complicados discípulos. Fico perturbado ao constatar que ele aproveitava momentos incomuns para dar solenes ensinamentos.
Que homem era esse que atuava como artesão da emoção e escultor da inteligência quando o mundo desabava sobre ele? Transformou homens que cheiravam a peixe em homens que exalavam o melhor perfume da inteligência. Fez em pouco tempo o que raramente as universidades conseguiram em séculos de existência.
O leitor precisa saber que não defendo nenhuma religião nem faço qualquer estudo teológico. O que quero é mostrar que a ciência cometeu um erro dramático ao não estudar a intrigante, misteriosa e fascinante personalidade de Jesus Cristo. O mundo ocidental se diz cristão, mas conhece pouquíssimo os meandros de Sua psique. Se o Ocidente tivesse conhecido a mente de Cristo, não teria sido palco de guerras, discriminação, escravidão e violências sem fim.
Se nas salas de aula (nos currículos acadêmicos) e nos lares se examinassem em profundidade as funções mais importantes da inteligência que Jesus trabalhou amplamente na personalidade dos seus discípulos, a humanidade teria sido outra. Teríamos formado uma casta de pensadores apaixonados pela vida que jamais discriminariam seres humanos, membros da mesma espécie, seja pela cor da pele, raça, cultura, religião, seja pelo status social, sexo ou orientação sexual. Essa foi uma grande perda.
Milhares de leitores, em dezenas de países onde meus livros são publicados, enviam-me mensagens dizendo-se maravilhados, não com o autor, mas com o personagem que descrevo. Nunca imaginaram que Cristo fosse tão inteligente e que estimulasse tanto a formação de mentes saudáveis e espíritos livres.
Devo confessar que investigar Jesus Cristo fez implodir meu orgulho, revelar minha pequenez, dissecar minhas mazelas psíquicas. Vi que analisar sua inteligência nos permite dispor de excelentes ferramentas para nos educar e educar quem amamos, pois os pensamentos de Jesus oxigenam nossas mentes, expandem o prazer de viver e estimulam a sabedoria.

Augusto Jorge Cury

Um comentário:

  1. Jamais diremos o suficiente sobre Jesus. Confesso, porém, que não o desejo como meu ídolo. Os ídolos são apenas para serem adorados e admirados...

    Gosto de pensar no Senhor, como meu grande Mestre, meu melhor amigo!Meu Senhor e Redentor!

    Gosto dos livros de Jorge Cury.

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