Nada é tão fascinante como penetrar no mundo intangível da mente ou da psique. Dentro de cada ser humano há um mapa a ser percorrido com sutilezas, momentos de alegria, períodos de sofrimento, golpes de ousadia, tempos de recuos, pensamentos que transmitem tranqüilidade, idéias que causam perturbação.
Ao longo de mais de
vinte anos venho desenvolvendo uma nova teoria psicológica e também
filosófica, chamada inteligência multifocal, que estuda pelo menos
cinco grandes áreas do funcionamento da mente:
- O processo de construção de pensamentos
- O processo de organização da consciência existencial e da estruturação do eu
- Os papéis conscientes e inconscientes da memória e a formação da história intrapsíquica
- O processo da transformação da emoção
- O processo de interpretação e de formação de pensadores
Após desenvolver os
pressupostos básicos dessa teoria, envolvi-me em uma das mais
desafiadoras pesquisas psicológicas: descobrir por que algumas
pessoas romperam o cárcere do tédio, incendiaram a arte de pensar e
expandiram a própria inteligência. Depois de estudar o perfil
psicológico de alguns pensadores como Nietzsche, Freud e Einstein,
resolvi investigar a inteligência daquele que dividiu a história:
Jesus Cristo.
Em razão da minha
origem multirracial (ítalo-judia, espanhola e árabe), por ser um
psiquiatra, um pesquisador da mente humana, e por ter sido um dos
mais ardentes ateus que já pisaram nesta terra, estudar os enigmas
da mente de Jesus Cristo foi e ainda é para mim um projeto
espetacular.
Muitas perguntas de
caráter científico e não teológico povoaram meus pensamentos
durante os anos de análise: Cristo foi real ou fruto da imaginação
de alguns galileus? Se não tivesse realizado nenhum ato
sobrenatural, teria dividido a história? Como abria as janelas da
mente dos seus discípulos e os estimulava a desenvolver as funções
mais importantes da inteligência? Como gerenciava seus pensamentos e
suas reações emocionais nas situações estressantes? Alguém
proferiu na história pensamentos semelhantes aos dele? Quais as
dimensões e implicações psicológicas e filosóficas de suas
idéias? O que a ciência e as sociedades perderam por não terem
estudado a sua personalidade?
Responder a essas
perguntas, ainda que parcialmente, é fundamental para a humanidade.
Jesus foi o personagem mais complexo e enigmático que transitou
neste misterioso teatro existencial.
Seu comportamento, suas
palavras, sua capacidade de se proteger nos focos de tensão, a
habilidade de libertar seu imaginário e a fineza de sua arte de
pensar aplicada a situações em que por certo reagiríamos agressiva
ou timidamente deixam perplexo qualquer profissional ou cientista que
se disponha a estudá-lo em profundidade.
Estudar a mente de
Jesus Cristo é incomparavelmente mais complexo do que estudar a
mente de qualquer pensador da psicologia e da filosofia. Jesus foi o
Mestre dos Mestres, o maior educador da história. Ele conseguia
atingir com delicadeza, sabedoria e perspicácia as regiões mais
profundas do inconsciente de seus complicados discípulos. Fico
perturbado ao constatar que ele aproveitava momentos incomuns para
dar solenes ensinamentos.
Que homem era esse que
atuava como artesão da emoção e escultor da inteligência quando o
mundo desabava sobre ele? Transformou homens que cheiravam a peixe em
homens que exalavam o melhor perfume da inteligência. Fez em pouco
tempo o que raramente as universidades conseguiram em séculos de
existência.
O leitor precisa saber
que não defendo nenhuma religião nem faço qualquer estudo
teológico. O que quero é mostrar que a ciência cometeu um erro
dramático ao não estudar a intrigante, misteriosa e fascinante
personalidade de Jesus Cristo. O mundo ocidental se diz cristão, mas
conhece pouquíssimo os meandros de Sua psique. Se o Ocidente tivesse
conhecido a mente de Cristo, não teria sido palco de guerras,
discriminação, escravidão e violências sem fim.
Se nas salas de aula
(nos currículos acadêmicos) e nos lares se examinassem em
profundidade as funções mais importantes da inteligência que Jesus
trabalhou amplamente na personalidade dos seus discípulos, a
humanidade teria sido outra. Teríamos formado uma casta de
pensadores apaixonados pela vida que jamais discriminariam seres
humanos, membros da mesma espécie, seja pela cor da pele, raça,
cultura, religião, seja pelo status social, sexo ou orientação
sexual. Essa foi uma grande perda.
Milhares de leitores,
em dezenas de países onde meus livros são publicados, enviam-me
mensagens dizendo-se maravilhados, não com o autor, mas com o
personagem que descrevo. Nunca imaginaram que Cristo fosse tão
inteligente e que estimulasse tanto a formação de mentes saudáveis
e espíritos livres.
Devo confessar que
investigar Jesus Cristo fez implodir meu orgulho, revelar minha
pequenez, dissecar minhas mazelas psíquicas. Vi que analisar sua
inteligência nos permite dispor de excelentes ferramentas para nos
educar e educar quem amamos, pois os pensamentos de Jesus oxigenam
nossas mentes, expandem o prazer de viver e estimulam a sabedoria.
Augusto Jorge Cury
Jamais diremos o suficiente sobre Jesus. Confesso, porém, que não o desejo como meu ídolo. Os ídolos são apenas para serem adorados e admirados...
ResponderExcluirGosto de pensar no Senhor, como meu grande Mestre, meu melhor amigo!Meu Senhor e Redentor!
Gosto dos livros de Jorge Cury.