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domingo, 11 de setembro de 2011

A tesoura que atrasou o vôo

Ai ai, ela se foi nesta madrugada e, pela primeira vez, após uma semana, tive que dormir e acordar sozinho. E como foi ruim! Porque, em uma semana, a gente não se desgrudou, a não ser quando fomos obrigados por causa do meu trabalho.
Mas como tenho a sorte de trabalhar apenas no período vespertino, as manhãs e as noites eram dela. E, mesmo durante a tarde, no trabalho, ligava para ela para contar alguma coisa engraçada que eu tinha visto ou só para dizer que estava pensando nela. Ela também me mandava mensagens dizendo que estava com saudade e ainda foi me buscar dois dos quatro dias que trabalhei nesta semana (quarta-feira foi feriado e passamos o dia todo grudados na boca um do outro).
Ah, como foi bom! E, como tudo o que é bom, passa rápido demais, a melhor semana das nossas vidas voou. Mas não temos do que reclamar. Dividimos almoços, jantares, segredos, momentos, lembranças, fizemos planos, oramos e fomos ao culto de sábado juntos. Dividimos despesas, comemos no mesmo prato, o que significa que choverá no dia do nosso casamento, brindamos a Vida, Fortaleza, o Amor e as Bênçãos. Com suco e água de coco, claro!
Neste domingo – primeiro dia da semana – até o dia amanheceu nublado. E já é metade da tarde e o sol ainda não conseguiu vencer as nuvens. Coisa rara em Fortaleza, deixa uma certeza: o Sol não sai no dia dele (domingo é dia do sol, sabiam? Sunday) porque o meu amor não está aqui. Fortaleza está de luto e não pode nos brindar com seu maravilhoso céu azul. Não hoje.
Contar-lhes-ei muitas histórias ao longo da semana, se Deus quiser, para compensar a ausência na última semana, mas me deixem contar a história que fechou com chave de ouro a estadia do meu amor aqui em Fortaleza:
O vôo 3323 da TAM sairia a 1h da madrugada com destino a Guarulhos e eu obviamente fui leva-la até o aeroporto. No táxi, mais romantismo com o maravilhoso CD da Paula Fernandes. Chegando lá, despachamos a bagagem e fomos nos despedir. Despedida demorada, longa, aquela despedida indesejável, porém necessária.
Eu disse: “Se o vôo parte a 1h, podemos ficar até à 0h40min” e ela retrucou: “Ah, acho que pode ser até à 0h50min”. Apesar de eu ter mais experiência em vôos do que ela, meu coração disse: “ora, 10 minutos... que diferença pode fazer?” E ficamos ali até que um agente da TAM, precisamente à 0h42min veio chamá-la para o embarque. Teve que usar uns dentes de alho, pois a vampira estava grudada no meu pescoço deixando uma marca para, se caso eu fosse à praia no domingo, as piriguetes soubessem que o meu pescoço já tem dona. Nem precisava. Ela já deixou uma marca também no meu coração. A diferença é que a do pescoço some; a do coração, não.
Mas esse não é o fim da história. Só faltava a morena no avião, mas, ao passar a bolsa pelo raio-X, detectaram uma tesoura na bolsa dela. Tesoura essa que não foi detectada na vinda e que, por isso mesmo, ela nem lembrava que estava na bolsa. E na hora do nervoso é que a gente não lembra de nada mesmo. Dá branco total. Os agentes da Polícia Federal reviraram a bolsa dela até que conseguiram localizar e apreender uma tesourinha de cortar unha. Foram de 10 a 15 minutos. Afinal, a coisa mais difícil é achar uma coisa tão pequena como uma tesourinha de cortar unha na bolsa de uma mulher.
Entretanto, graças à antecedência do agente da TAM, ela não chegou a atrasar o vôo e, apesar de ter sido o centro das atenções quando finalmente entrou no avião, os xingamentos que recebeu foram só em pensamento.
Graças a Deus, teve um vôo muito tranqüilo, pois ela dormiu durante as três horas e meia que separam Fortaleza de São Paulo e não acordou nem quando os comissários passaram oferecendo lanche. Também... quando a bichinha dorme, dorme como pedra. Nada a acorda. Quero só ver quando vier um bebê se ela vai acordar. É obrigação da mãe levantar e oferecer leite à criança!
Já em São Paulo, teve ajuda de alguns anjos para pegar os 17kg de bagagem da esteira e colocar no chão do aeroporto, depois para pegar do chão e colocar no ônibus e, por último, para tirar do ônibus e colocar no metrô. Ela chegou bem, sã e salva a São Paulo.
Graças a Deus!

3 comentários:

  1. eu estaria emocionada agora se isso nao tivesse acontecido em fortaleza, se tivesse acontecido em São Paulo =/ Mas vc continua sendo muito bom escritor, e ainda sou sua fã :D

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