Seguidores

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A morte nada significa

Ao serem eles [os justos] chamados de seu profundo sono, começam a pensar exatamente onde haviam parado. A última sensação foi a agonia da morte, o último pensamento o de que estavam prestes a cair sob o poder da sepultura. Ao se levantarem da tumba, seu primeiro alegre pensamento se expressará na triunfante aclamação: “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?” (I Coríntios 15:55).
Para o crente, Cristo é a ressurreição e a vida. Em nosso Salvador é restaurada a vida que se perdera mediante o pecado; pois Ele possui vida em Si mesmo, para vivificar a quem quer. Acha-Se investido do direito de conceder a imortalidade. A vida que Ele depusera como homem, Ele reassumiu e concedeu aos homens. “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10:10). “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna” (João 4:14). “Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna e Eu o ressuscitarei no último dia” (João 6:54).
Para o crente a morte não é senão de pouca importância. Cristo fala dela como se fora de pouco valor. “Se alguém guardar a Minha palavra, nunca verá a morte”, “nunca provará a morte” (João 8:51,52). Para o cristão a morte não é mais que um sono, um momento de silêncio e escuridão. A vida está escondida com Cristo em Deus, e “quando Cristo, que é a nossa vida, Se manifestar, então também vós vos manifestareis com Ele em glória” (Colossense 3:4).
A voz que bradou da cruz: “Está consumado” (João 19:30), foi ouvida entre os mortos. Penetrou as paredes dos sepulcros, ordenando aos que dormiam que despertassem (Mateus 27:52,53). Assim será quando a voz de Cristo for ouvida do Céu. Ela penetrará as sepulturas e abrirá os túmulos, e os mortos em Cristo ressurgirão. Na ressurreição do Salvador, algumas tumbas foram abertas, mas em Sua segunda vinda todos os queridos mortos Lhe ouvirão a voz, saindo para uma vida gloriosa, imortal. O mesmo poder que ressuscitou a Cristo dentre os mortos erguerá Sua igreja, glorificando-a com Ele, acima de todos os principados, de todas as potestades, acima de todo nome que se nomeia, não somente neste mundo, mas também no porvir.
Os Seus fiéis serão recompensados quando, em Sua vinda, a morte perder o seu aguilhão e à sepultura for roubada a vitória que tem pretendido. Então Ele restaurará a Seus servos os filhos que a morte lhes tomou: “Assim diz o Senhor: Uma voz se ouviu em Ramá, lamentação, choro amargo; Raquel chora seus filhos, sem admitir consolação por eles, porque já não existem. Assim diz o Senhor: reprime a tua voz de choro, e as lágrimas dos teus olhos; porque há galardão para o teu trabalho, diz o Senhor, pois os teus filhos voltarão da terra do inimigo. E há esperança no derradeiro fim para os teus descendentes, diz o Senhor, porque os teus filhos voltarão para o teu território” (Jeremias 31:15-17). Traduzindo: o Senhor está consolando a toda mãe cujas crianças lhes foram roubadas pela morte. Ele está dizendo que as crianças vão ressuscitar, elas serão restauradas, é a promessa do Senhor Deus Todo-Poderoso.
A ressurreição de Cristo foi um modelo da final ressurreição de todos quantos nEle dormem. O semblante do Salvador ressuscitado, Sua maneira, Sua linguagem, tudo era familiar aos discípulos. Como Jesus ressurgiu dos mortos, assim hão de ressuscitar os que nEle dormem. Reconheceremos os nossos amigos da mesma maneira que os discípulos reconheceram a Jesus. Talvez hajam sido deformados, doentes, desfigurados nesta vida mortal, ressurgindo em plena saúde e formosura; no entanto, no corpo glorificado será perfeitamente mantida a identidade. Então conheceremos assim como também somos conhecidos (I Coríntios 13:12). No rosto glorioso da luz que irradia da face de Cristo, reconheceremos os traços daqueles que amamos.
O maior dom de Deus é Cristo, cuja vida é nossa, pois nos foi dada. Ele morreu por nós e ressuscitou em nosso favor, a fim de que pudéssemos sair da sepultura para um glorioso companheirismo com os anjos celestiais, encontrar-nos com nossos entes queridos e reconhecer-lhes a fisionomia, pois a semelhança com Cristo não destrói sua imagem, mas a transforma à gloriosa imagem dEle. Todos os santos aqui ligados por laços familiares conhecerão ali uns aos outros.
Nossa identidade pessoal é preservada na ressurreição, se bem que não as mesmas partículas de matéria ou substância material que foram para a sepultura. As maravilhosas obras de Deus são um mistério para o homem. O espírito, o caráter do homem, volta a Deus para ser preservado. Na ressurreição toda pessoa terá o caráter cultivado no tempo de graça concedido, ou seja, durante a sua vida. Deus, em Seu devido tempo, despertará os mortos, dando novamente o fôlego de vida e ordenando que os ossos secos vivam. Aparecerá a mesma forma, mas estará isenta de doenças e de todo defeito. Revive apresentando as mesmas características pessoais, de modo que um amigo reconheça o outro. Não há lei de Deus na natureza que revele que Deus restitui as mesmas e idênticas partículas de matéria de que se compunha o corpo antes da morte. Deus dará aos justos falecidos um corpo que Lhe apraz.
Paulo ilustra esse assunto pelo grão de cereal semeado no campo. O grão plantado se decompõe, mas aparece um novo grão. A substância natural da semente que se decompõe jamais é ressuscitada como antes, mas Deus lhe dá um corpo segundo Lhe apraz. O corpo humano compor-se-á de um material muito mais requintado, pois é uma nova criação, um novo nascimento. “Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual” (I Coríntios 15:44). 

Ellen White - Visões do Céu, páginas 37, 38, 39 e 40. 

Um comentário:

  1. Greg...bem conduzido o seu texto...me permitiria até preencher com algum poema...mas ficaria inacabado diante o meu cansaço.

    ResponderExcluir