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sábado, 28 de maio de 2011

Filme velho

Agora eu vou apresentar para vocês o roteiro de um filme tão antigo quanto a humanidade. Bem mais antigo do que o cinema. O filme é velho, mas ainda dá um IBOPE tremendo!
SE ALGUÉM TE ENGANA UMA VEZ, A CULPA É DA PESSOA, QUE É UMA BAITA VIGARISTA, 1-7-1, MAU-CARÁTER. MAS SE ALGUÉM TE ENGANA DUAS VEZES, A CULPA É SUA, QUE É TROUXA, BUNDA-MOLE E CORNO MANSO. Pode ter certeza: quem engana uma vez, engana duas, engana três. Não tem essa de segunda chance, as pessoas mudam, ele prometeu que nunca mais vai fazer isso. Vão por mim, o roteiro é sempre o mesmo: agora ele é seu cachorrinho. O que você manda, ele faz. Quando ele te reconquistar, ficará um tempo na moita, só espreitando. Afinal, agora ele é gato escaldado. Você vai se sentir no paraíso e vai dizer: “Nossa!! O Jovem Dragão estava errado. Ele mudou mesmo...” NÃO SE ILUDA!
Às vezes, essa fase dura bastante. Pode durar dois, três anos, até o homem sentir que ganhou definitivamente a confiança da mulher. Quando isso acontecer, ele voltará a ser o que sempre foi: um canalha! A princípio, uns picotes no barzinho depois do expediente. Ele precisa voltar pra casa a tempo de dizer que precisou fazer hora extra porque não sei quem faltou. Mas... ele passou 3 anos sem fazer hora extra! E agora vem com essa historinha? Mas a mulher acredita. E ainda fica com dó. Meu marido é tão esforçado! Tão bom! É muito engraçada a história do filme. Ou muito dramática, depende de quem assiste. Depois disso, ele não mais perderá tempo em barzinho. É do escritório, consultório, obra, padaria, hospital ou o que for, para o motel. As horas extras continuam. Às vezes, são reuniões, para variar a desculpa.
Uma bela quarta-feira (tem que ser de quarta-feira, pois na quinta ou na sexta, a esposa geralmente já planejou o fim de semana) ele diz que precisa viajar no final de semana, a trabalho, porque a empresa vai dar um treinamento ou qualquer outra coisa. Na verdade, ele vai passar um final de semana romântico com a outra, enquanto você fica aí largada, cuidando dos filhos e da casa. Domingo, ele chega com aquela cara de cansado, dizendo que o final de semana foi um porre de estressante. O cara é um ator, interpreta fantasticamente bem o papel dele! Se for inteligente, ainda diz que, no próximo, irá passar com a esposa, para recuperar o tempo perdido...
Eu falar isso aqui não muda nada, pois todo mundo (homens e mulheres) sabe que é assim que funciona. Nada mudou em milhões de anos nem vai mudar. Amamo-nos desse jeito. O final da história, vocês já sabem: depois daquela declaração de amor, a esposa se pendura no pescoço do marido e sapeca-lhe um beijo de saudades. Se bobear e o cara tiver fôlego...

P.S. Escrevi esse texto no primeiro semestre de 2007, inspirado pela história de duas amigas, uma das quais eu inclusive queria ser amante. Não consegui ser amante e é engraçado verificar como a gente muda. Na época, eu era dessas pessoas que achavam tal roteiro engraçado; hoje, estou achando dramático; amanhã... vai saber...
Relendo o texto, vejo um autor que parece o dono da verdade, como se essa fosse a única verdade. Meu Deus, quanta prepotência! Aos 23 anos, parecia que eu já fora casado, pois falo como se fosse uma autoridade no assunto.
É realmente muito interessante perceber as mudanças que ocorrem na vida da gente. Não acho que o autor (eu, há quatro anos) estava errado, mas esse é o texto de um autor que queria ser amante. Ele precisava convencer a mulher a não perdoar o marido. Por isso, entendo a posição do cronista. Mas não era só uma questão de convencimento. Ele deveras acreditava nisso.
A maravilha da vida é que ela nos coloca dos dois lados para que aprendamos e para que vejamos a questão por outra perspectiva, em vez de simplesmente julgarmos. O julgamento é um quando se está fora do furacão e outro quando se está dentro.
Dois anos mais tarde, vim a ser o cara que precisava de uma segunda chance, mas que moral tinha eu para pedir, depois de escrever isso? Não pedi e agora entendo porque o orgulho é um pecado.
A vida é linda, porque é um eterno aprendizado. Quem sou eu para dizer que todo mundo merece uma segunda chance? Que as pessoas mudam? Mas, independente disso, gostaria de finalizar com um exemplo bancário.
Todo mundo sabe que eu trabalho no ramo financeiro, porque já até escrevi aqui sobre isso. O banco não lhe empresta dinheiro, enquanto você ainda deve a ele. Parece óbvio. Mas quando você paga a sua dívida, independentemente de ter atrasado – o que gerará multa e juros de mora – ele empresta novamente. Principalmente se você atrasar o pagamento do empréstimo, ou seja, trair a confiança do banco, mas depois pagar com juros e multa, o banco lhe emprestará mais dinheiro, se você precisar. Não seria isso uma segunda chance? É óbvio que o seu limite de crédito (confiança) diminuirá e somente com o tempo, honrando seus compromissos (pagando em dia as parcelas), seu limite de crédito (confiança) vai aumentando gradualmente, conforme você for se mostrando merecedor.
Nada mais natural.

4 comentários:

  1. kkkk... vc é uma figura rara, adorei suas conclusões e analogias!

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  2. Greghi a segunda chance é dada pq todos nos adoramos isso, de dizer q somos bons e damos segundas chances!e outra somos o q somos,ngn muda!
    Passa no meu blog!bjo

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  3. Caramba Gregóriooooo!!!! Foi essa que comentei com vc e vc nem se lambrava mais!!!!Afffffkkk

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