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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Três gerações derrotadas

A seleção brasileira de futebol masculino já poderia ser octacampeã mundial. Se tivesse vencido as finais de 1950 e 1998, quando chegaram ao estádio como são-paulinos, usando sapato de salto alto em vez de chuteiras; e a de 1982 que não se sabe por que capricho futebolístico, uma das melhores equipes já montadas por um dos melhores técnicos que esse país já teve (Telê Santana), não conseguiu avançar às semifinais da Copa do Mundo da Espanha.
Diferenças e semelhanças fundamentais se nos apresentam às três gerações de “derrotados”. A geração de 1998 era composta por veteranos da Copa de 1994, quando o Brasil foi  tetracampeão mundial, nos Estados Unidos da América, como Taffarel, Aldair, Dunga, Leonardo e Bebeto; e por craques a ser pentacampeões mundiais na primeira Copa da Ásia, em 2002, como Cafu, Roberto Carlos, Rivaldo e Ronaldo. Essa é uma geração que usou a derrota para amadurecer, superou o sentimento de culpa e transformou o fracasso num degrau para o sucesso.
A geração de 1950 ficou marcada na história como uma geração de perdedores. Nenhum daqueles jogadores que disputaram e perderam aquela final contra o Uruguai teve uma nova chance de se redimir, ao contrário do que aconteceu à geração de 1998. O Brasil da época era o único país que se dispôs a receber o evento cinco anos após o término da Segunda Guerra Mundial. Jogando em casa, o selecionado brasileiro era o favorito para conquistar o torneio e, antes do jogo final, aplicou uma implacável goleada no selecionado espanhol: 6 a 1. A imprensa brasileira, na ocasião, já dava o time como campeão e era como se o Uruguai não existisse. Certamente essas coisas interferiram na mente dos jogadores, que acharam que a vitória viria a qualquer momento. Quando terminou o primeiro tempo com 1 a 0 no placar para o Brasil, é provável que os jogadores tivessem comemorado nos vestiários, pois, ainda por cima, a equipe dependia apenas de um empate para ser campeã. Isso porque naquela Copa, não era o sistema “mata-mata”, como é hoje. Por isso, a partida contra a Espanha não pode ser chamada de semifinal. A fase final foi formada por seis equipes e todas jogavam contra todas. Quem somasse mais pontos seria o campeão. Por isso, o Brasil dependia apenas de um empate para conquistar seu primeiro título mundial de futebol.
Quando voltaram para o segundo tempo, ninguém acreditou no que aconteceu. Os brasileiros esqueceram que precisavam confirmar o título nos últimos 45 minutos e, enquanto os uruguaios voltaram com raça e vontade de vencer a partida, o time brasileiro ficou olhando pasmo e sem acreditar no que via. O empate e a virada uruguaia vieram e os brasileiros aprenderam uma dura lição naquele dia: que aqueles que se exaltam serão humilhados, mas aqueles que se humilham serão exaltados.
A geração de 1982 era “infalível”. Como um time que tinha Falcão, Cerezo, Zico e Sócrates poderia ser derrotado? Tanto podia que foi. E a maioria dos jogadores daquela geração não teve outra chance. Zico, sim, teve outra chance na Copa do Mundo seguinte (1986-México). Desperdiçou-a também quando o goleiro francês Bats defendeu o pênalti batido pelo Galinho no final da prorrogação. A lição que podemos tirar é que nada nem ninguém é infalível, exceto Deus. Dois é melhor do que um (Eclesiastes 4:9). Uma equipe é melhor do que um craque, porque “uma andorinha voando sozinha não faz verão”. O craque perdeu o pênalti. A equipe inteira perdeu a Copa. Mas a geração de 1982 não era composta por um único craque. Eram vários. Talvez por isso mesmo tenham se achado imbatíveis. A visão que os outros têm de nós influenciam muito a nossa própria visão sobre nós mesmos. Por isso, às vezes precisamos sofrer alguma frustração. A fim de que caiamos na real e vejamos que não somos a última bolacha do pacote nem a única fonte de água mineral no deserto.

Assim, mostramos que as diferenças entre as três gerações são as chances que os jogadores tiveram, uns em Copas do Mundo anteriores, outros em Copas do Mundo posteriores de ser campeões mundiais e outros ainda não tiveram suas chances. Já as semelhanças destacam-se na falta de humildade das três gerações que, nos casos das de 1950 e 1998, principalmente após as vitórias e classificações conquistadas, pensaram que eram campeões mesmo sem jogar o último jogo. Sofreram humilhações históricas!

Um comentário:

  1. Texto muito ruim, com argumentos bastante vagos. Se fosse assim, poderíamos pensar que o Brasil poderia ser deca ou até ter vencido todas as Copas do Mundo, como é o desejo de todo torcedor de todos os países. Por exemplo, como citado no texto, se o Zico não tivesse perdido o pênalti em 86, poderíamos ter vencido. Se o Ronaldinho não se escondesse da responsabilidade em 2006, se o Júlio César não comesse frango em 2010, etc...

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