Seguidores

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Graça não é sinônimo de licenciosidade

Jesus compeliu continuamente Seus seguidores a responder às Suas palavras (isto é, tomar uma decisão). Ele  não Se satisfazia em permitir que eles O seguissem aparentemente, enquanto não fizessem uma entrega real interiormente. O Senhor viu diretamente o âmago do coração dos homens e questionou-ou sobre suas atitudes.
Jesus não somente desprezou o protocolo social que se encontra nas igrejas "não-agressivas" de hoje, como também era realmente uma pedra de tropeço para muitos "seguidores declarados". Veja, por exemplo, o grave "erro social" que Ele cometeu, conforme descrito no capítulo seis do livro de João. O incidente começou com um sinal muito promissor. Jesus alimentou mais de cinco mil pessoas com apenas dois peixes e cinco pães. O povo estava tão maravilhado que até exclamou: "Vendo, pois, aqueles homens o milagre que Jesus tinha feito, diziam: Este é, verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo" (João 6:14). Ele reconheceu abertamente o que os outros estavam receosos de dizer: que Jesus era o Messias.
Seguramente, era uma multidão pronta para um culto tremendo de reavivamento! Eles estavam (literalmente) comendo na Sua mão. No entanto, depois disso, era como se Ele não pudesse dizer qualquer coisa diretamente. Ele começou afirmando que era o Pão do céu. Naquele momento, certamente, Ele podia perceber que aquelas pessoas precisavam ser gradualmente preparadas para uma grandiosa declaração como essa. Afinal de contas, alegar ser o Pão do céu para uma multidão de simples camponeses era extremamente arriscado. Então, para tornar as coisas piores, Ele prosseguiu dizendo-lhes que, se quisessem ter vida eterna, eles teriam de comer da Sua carne e beber do Seu sangue! O Evangelho de João nos diz que, por causa disso, desde então, muitos dos seus discípulos tornaram para trás e já não andavam com ele (João 6:66). O elemento interessante dessa história é o que aconteceu depois. Nem um pouco intimidado com o tremendo fracasso evangelísitco, Jesus voltou-se para os seus 12 discípulos e perguntou-lhes: Quereis vós também retirar-vos: Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna, e nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho de Deus (João 6:67-69).
Ao contrário de muitos pregadores de hoje que são obcecados por ter uma congregação enorme, Jesus estava interessado naqueles que O seguiriam, não importando o custo. Ele entendeu que a maioria não O seguiria, contudo, nunca abrandou a verdade penetrante penetrante da Palavra de Deus. Jesus amou aquelas pessoas, mas recusou-Se a apresentar uma versão transigente do que Deus oferecia a todos os pecadores.
Essa posição intransigente foi mantida por Seus discípulos durante os 30 anos seguintes. Apesar disso, outros, cujos ensinos foram caracterizados por uma posição fraca sobre o pecado, foram proeminentes na Igreja. Judas, falando no ardor do Espírito de Deus, exortou o Corpo de Cristo a tomar cuidado com aqueles que convertem em dissolução a graça de Deus (Judas 4).
Estou convencido de que o que muitas pessoas hoje aceitam como graça realmente é nada além de uma licença presunçosa para pecar. Dietrich Bonhoeffer foi um homem de Deus que pôde ver essa tendência começando a se formar dentro da Igreja. Ele viveu na Alemanha, e sua posição como líder religioso nacional poderia ser comparada a de Billy Graham em nossos dias. Ele era destemido em sua pregação, o que acabou custando-lhe a vida nas mãos dos nazistas. Antes do início da Segunda Guerra Mundial, ele escreveu as seguintes palavras imortais em um livro que se tornou um clássico - The cost of discipleship [O preço do discipulado]:

A graça barata é o inimigo mortal de nossa igreja. Lutamos hoje pela de grande valor.
Graça barata significa a vendida no mercado como mercadoria de mascate. Os sacramentos, o perdão do pecado e as consolações da religião são atirados para preços reduzidos. A graça é representada como um tesouro inesgotável da igreja, da qual chove bênçãos com mãos generosas, sem fazer perguntas ou fixar limites. Graça sem preço, sem custo! A essência da graça é, assim supomos, que a conta foi paga antecipadamente e, porque ela foi paga, pode-se ter tudo de graça. Uma vez que o custo foi infinito, as possibilidades de usá-la e gastá-la são infinitas. O que seria a graça se ela não fosse barata?
A graça barata é a pregação do perdão sem exigir arrependimento, batismo sem disciplina da igreja, comunhão sem confissão, absolvição sem confissão pessoal. A graça barata é graça sem discipulado, é graça sem a cruz, sem Jesus Cristo, vivo e encarnado...
A graça de grande valor é o tesouro escondido no campo, pelo qual o homem vai alegremente e vende tudo o que tem. É a pérola de grande valor que, para comprá-la, o negociante vendeu tudo o que tinha [...]
Tal graça é de grande valor porque ela nos chama para seguir, e é graça porque nos chama para seguir Jesus Cristo, Reis dos reis e Senhor dos senhores. É de grande valor porque custa ao homem sua vida e é graça porque dá ao homem a única vida verdadeira.

Em um livro escrito principalmente para aqueles que estão continuamente se afundando em um estilo de vida de pecado, é muito importante mencionar o que a Bíblia ensina sobre esse assunto de graça. Posso assegurar-lhe que esta não é uma discussão envolvendo o antiqüíssimo argumento sobre a preservação dos santos. Diz respeito ao preceito bíblico claro sobre o que significa ser um verdadeiro seguidor de Cristo. John MacArthur, um defensor firme da doutrina conhecida como "garantia eterna", disse o seguinte:

A Igreja contemporânea tem a idéia de que a salvação é somente a concessão da vida eterna, não necessariamente a libertação de um pecador da escravidão de sua iniqüidade. Dizemos às pessoas que Deus as ama e tem um plano maravilhoso na vida delas, mas essa é somente uma parte da verdade. Deus também repudia o pecado e castigará os pecadores não-arrependidos com tormento eterno. Nenhuma apresentação do evangelho é completa, se ela se esquiva ou esconde esses fatos. Qualquer mensagem que não define e confronta a severidade do pecado pessoal é um evangelho deficiente. E qualquer "salvação" que não altera o estilo de vida do pecado e transforma o coração do pecador, não é uma salvação genuína.

Quer você acredite que os pecadores não-arrependidos nunca experimentaram uma conversão verdadeira, quer simplesmente acredite que são apóstatas, o que o Novo Testamento ensina sobre o destino eterno daqueles que morrem em pecado habitual é muitíssimo claro e absolutamente irrefutável. Para que você compreenda inteiramente o castigo para qualquer pecador que não se arrependa e não se desvie de seu pecado, vamos examinar as seguintes declarações feitas por Jesus e por outros escritores inspirados por Deus. Não tenho o objetivo de criar uma "tática do pânico". Ao contrário, espero que sirva como advertência racional para todos nós, sobre como Deus vê o pecado e o julgamento que cairá sobre todos aqueles que morrerem em seus pecados.

"Eu, porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração adulterou com ela. Portanto, se o teu olho direito te escandaliza, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado no inferno". (Mateus 5:28,29) - Palavras de Jesus no Sermão da Montanha

"Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituiçãao, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissenções, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus". (Gálatas 5:19-21) - Palavras do apóstolo Paula à igreja da Galácia

"Não sabeis que os injustos não hão de herdar o Reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus". (I Coríntios 6:9,10) - Palavras de Paulo admoestando a igreja localizada na cidade de Corinto, Grécia.

"Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma certa expectação horrível de juízo e ardor de fogo, que há de devorar os adversários. Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do testamento, com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça? Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei recompensa, diz o Senhor. E outra vez: o Senhor julgará o seu povo. Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo". (Hebreus 10:26-31)

"Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecer o caminho da justiça do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado". (2 Pedro 2:20,21)

"Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso e nele não está a verdade. Filhinhos, ninguém vos engane. Quem pratica justiça, é justo, assim como ele é justo. Quem comete o pecado, é do diabo, porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo. Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus". (1 João 2:4; 3:7-9) - Palavras do apóstolo amado (ou o mais amado) João, que era irmão de Tiago, não o Batista

A despeito da evidência esmagadora ao contrário, existem aqueles que simplesmente não aceitarão o que a Bíblia ensina claramente. Motivados por uma falsa sensação de misericórdia de Deus, esses mestres bem-intencionados desejam escancarar os portões do céu para qualquer um que mostrar o menor compromisso com o cristianismo. No entanto, não é simplesmente porque existem alguns que passam adiante esse Evangelho anêmico e desvirtuado que ele é assim. Quando um homem se apresenta diante do Deus Santíssimo com uma vida de carnalidade, egoísmo e pecado não-arrependido, deveria ser fulminado e suas opiniões doutrinárias não importam. Sua fé morta, que ele exercitou aqui na terra, será exposta pelo que ela é, e ele descobrirá, para seu pavor, que se condenou a um lugar de esquecimento.
Não quero inferir que a pessoa nunca pode tornar-se boa o suficiente ou fazer qualquer coisa para merecer sua entrada no céu. No entanto, a pessoa que tem uma fé real, salvadora em Deus, não permanece em pecado habitual. Ela experimentou o arrependimento genuíno. Isso não quer dizer que ela não terá lutas, mas terá também a fé vibrante, viva, que não pode ser presa nas correntes do pecado habitual.
Um dos motivos chaves pelos quais as pessoas permanecem em pecado é porque elas não têm o temor de Deus. Qualquer tentativa de ignorar a voz do Espírito Santo na vida de um pecador, convencendo-o do pecado, é perigosa. Salomão tinha muito a dizer sobre o temor do Senhor: O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria; os loucos desprezam a ciência e a instrução (Provérbios 1:7); não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal (Provérbios 3:7); o temor do SENHOR aumenta os dias, mas os anos dos ímpios serão abreviados (Provérbios 10:27).
É justo temer o Senhor. Uma reverência saudável a Deus se coloca como uma fortaleza poderosa contra os ataques do inimigo por meio da tentação.


Steve Gallagher - No altar da idolatria sexual - páginas 297, 298, 299, 300, 301 e 302

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