Carreira solo

Confesso que nunca gostei de pessoas que abandonam o grupo para fazer carreira solo. Acho uma baita deslealdade abandonar as pessoas que ajudaram a te projetar no cenário nacional para fazer sucesso sozinho.
No fim, a própria vida acaba julgando essas pessoas. Netinho de Paula (ex-Negritude Júnior) não deu em nada; tampouco Luiz Carlos (ex-Raça Negra); nem Rodriguinho (ex-Travessos).
Dentre as raras exceções estão Ivete Sangalo (ex-Banda Eva, cujo sucesso na carreira solo já superou o que ela tinha com a banda), Alexandre Pires (ex-Só Pra Contrariar) e agora, mais do que nunca, esse rapaz chamado Michel Teló.
Quando Michel Teló deixou o Grupo Tradição, fiquei muito chateado, pois sabia que o grupo acabaria e eu gostava muito do estilo de música deles. Trata-se de um ritmo diferente de tudo, ao qual chamam Vanera(a música do Pantanal). Meu irmão tem o DVD pirata do Tradição e o show é bom demais. Os caras tocam pra caramba! E esse Michel Teló toca uma sanfona de um jeito que eu vou dizer um negócio para vocês... Arrepia!
Eu via esse rapaz com certa desconfiança pelo que eu disse acima, mas recentemente me lembrei da explicação que a minha amiga Francis que, na época morava em Campo Grande, deu-me a respeito da saída dele. Michel Teló é um visionário! Há 3 anos ele percebeu que o Sertanejo estava entrando na moda. Resolveu mudar o estilo, pois, do contrário, sucumbiria. Afinal, a Pantaneira não toca nas rádios aqui de São Paulo. Mas tocou quando o Michel estava no Tradição. Por isso, nesta semana eu disse que ele tem o toque de Midas. Parece que em tudo que ele toca vira ouro. Na época do Tradição, emplacou duas músicas nas rádios, além de também ter sido bem sucedido na gravação com Bruno e Marrone, e agora, na carreira solo, já emplacou mais 4 músicas.
Essa “Fugidinha”, por exemplo, estourou nas paradas, todo mundo canta, todo mundo pede, é impressionante! E a música nem é dele. Foi um grupo de pagode que lançou essa música antes do Michel Teló. Mas foi com ele que fez sucesso.
No dia do aniversário de São Paulo fui ao show do ex-vocalista do Grupo Tradição gratuitamente no Vale do Anhangabaú e entendi de onde vem esse toque de Midas. Ele tem aquela energia que contagia multidões. Aquela energia que faz um homem sair do sertão pernambucano para virar presidente do Brasil. Aquela energia que faz um jogador de futebol acabado e ridicularizado numa Copa do Mundo, recuperar-se, tornar-se pentacampeão mundial e ainda o maior artilheiro da história das Copas do Mundo. Michel Teló não é só simpático. Ele é carismático. Ele se preocupa com as pessoas. Cantou aquela música religiosa que fez o maior sucesso nas rádios que começa com o verso “Como Zaqueu / quero subir” e que agora não sei se é católica ou evangélica... ah, pouco importa! É cristã. Ele cantou quando as pessoas começaram a brigar. Para acalmar os ânimos. Foi engraçado vê-lo chamando o Viaduto do Chá de ponte e foi bonita a atitude de virar para as pessoas que lá estavam para que pudessem fotografar. Esse tipo de atitude é que confere carisma a uma pessoa. E isso é espontâneo. Então ainda não cheguei a uma conclusão sobre se isso é adquirido ou se já nasce com a gente.
Além do talento com a sanfona, tem habilidade com o violão e um amplo repertório. Canta também sertanejo de raiz e agrada ao gosto dos mais velhos. Enfim, é um sujeito sensacional, o qual eu gostaria de ter a satisfação de conhecer pessoalmente.
Parabéns, Michel Teló. Mudei de opinião sobre você.
Parabéns São Paulo!
Obrigado prefeitura de São Paulo por trazer esse show para nossa diversão.
Estou muito feliz!