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sexta-feira, 1 de março de 2013

A graça que salva do pecado

Uma das razões pelas quais saímos do caminho da doutrina neste século é porque tem ocorrido um declínio gradual, mas definido, da percepção da natureza maligna do pecado. Aqueles que têm uma compreensão superficial do horror do pecado tomarão uma posição fraca contra ele. Não tenho um grau de doutorado em Teologia, contudo, por muitos anos estudei os ensinos de homens de Deus dos últimos séculos, e há uma diferença acentuada em sua abordagem para o pecado do que aquilo que está generalizado na igreja hoje. Essa perda coletiva da vergonha do pecado foi promovida pelos ensinos de "hiper-graça", que floresceram em nossa época. O Dr. Michael Brown escreve o seguinte:

Existe um oceano de graça esperando por nós, convidando-nos para mergulharmos e nadarmos. Não existe fim para sua profundidade ou duração e, mesmo ao longo das eras infinitas de eternidade, reverenciaremos a maravilha disso tudo. A tragédia é que muitos pregadores e mestres de hoje involuntariamente distorceram a graça de Deus, transformando-a em praticamente licença para pecar. E, ao fazer isso, eles rebaixaram seu poder e aviltaram seu valor. Eles poluíram as águas santas que fluem do trono de Deus.

Posso ser inteiramente honesto com você? Creio que a graça é um dos assuntos mais mal-compreendidos da Igreja contemporânea. Por um lado, existem legalistas que parecem esquecer que a salvação é pela graça por meio da fé, e não por obras. Eles transformaram o cristianismo em uma religião morta, flagelada pela futilidade e marcada por um esforço humano sempre deficiente.
Por outro lado, existem líderes que parecem esquecer que a salvação pela graça inclui a libertação do pecado como também o perdão do pecado. Eles transformam o cristianismo em uma religião que "salva", mas não transforma. Ambas as posições estão erradas. Erradíssimas!

Ao lidar com homens freqüentadores de igreja que não são salvos e/ou são apóstatas, é importante entender que a graça de Deus não é um problema, a menos que a pessoa deseje continuar presa a seu pecado. Infelizmente existem muitos que não querem ser salvos de seus pecados; eles só querem ser salvos do inferno. Nas palavras de um pastor batista dos tempos passados: "É como o ladrão não-arrependido que chegou perante o juiz suplicando para não ser enviado para a prisão. Ele não tinha a intenção de parar com o comportamento que o deixou em apuros. Ele só queria escapar de uma sentença".
Deus espera que o pecador confesse e se arrependa. Conforme declarado pelo apóstolo João: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 João 1:9). Aqueles que imaginam que podem continuar sem arrependimento por seu pecado estão dizendo: "Não quero ser limpo; só quero ser perdoado".
William Barclay disse o seguinte:

A graça não é somente um dom, é uma séria responsabilidade. Um homem não pode continuar levando a vida que tinha antes de encontrar Jesus Cristo. Ele deve ser vestido com uma nova pureza, com uma nova santidade e com uma nova bondade. A porta está aberta ao pecador, mas não para vir e permanecer pecador. E sim para vir e tornar-se um santo.

Um comentário:

  1. O grande problema do cristianismo hoje é exatamente o fundamentalismo religioso. O autor foi perfeito ao enfatizar a questão da "hiper graça", pois a maioria das igrejas evangélicas pregam que estamos debaixo da graça. Daí, para a mente humana pecadora entender que Cristo já pagou pelos nossos pecados e que, portanto, podemos pecar à vontade, é um pulo.
    Por outro lado, há a doutrina da salvação pelas obras com o sacramento da penitência da igreja católica e a evolução espírita por meio das obras.
    Ambas as doutrinas (a da hiper graça e a das obras) anulam o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário. Portanto, entendam de uma vez por todas: sim, somente a fé na graça de Cristo é suficiente para nos salvar. Mas vejam bem, somos salvos do pecado. E não para continuar pecando.

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